Dar a mão àquilo que nem a
ciência nem a técnica podem explicar
é um acto de sabedoria humana que
toca o divino!
(...) A ciência e a técnica não
estão dependentes da religião. Mas não podem prescindir de normas éticas, dada
a sua ambivalência, isto é, de tanto poderem ser postas ao serviço do homem
como servirem para a sua destruição. A salvação do homem não depende da
técnica, mas da finalidade que ele quer dar à sua vida, da descoberta do
sentido que a sua vida tem nesta terra, ou da missão que lhe foi dada a
realizar na história. E disto não cura a técnica.
A religião tem aqui o seu lugar e
um papel de suma importância a realizar. Para isso, ela não pode nem
distanciar-se do mundo, ao qual deve comunicar o «suplemento de espírito», que
humanize a ciência e a técnica, nem pode perder a sua identidade, por uma forma
de incarnação que não seja referencial e profética para o homem..
Gonçalves Moreira (in Voz Portucalense de 19 de Setembro de
1996)
Se é verdade que a ciência e a
técnica podem viver por si mesmas, ou seja, sem qualquer subordinação à ordem
espiritual, ela, no entanto, não deixa de flutuar por cima de todas as suas
conquistas, pelo que a vida dos seus agentes erram quando pretendem reduzir as
suas próprias vidas e as dos outros homens a uma só dimensão de cunho materialista, como
se para além da complexa actividade humana mais nada houvesse e o transcendente
da sua condição não existisse.
A salvação do homem,
efectivamente, não se resume a ter mais conhecimentos científicos ou técnicos,
mas a ter deles a noção de que o esforço do seu aperfeiçoamento não pode descurar
o pedido de Salomão a Deus, pela Sabedoria (Sab 9, 10-11) e a forma como ele se
lhe dirige: Manda-a dos teus sagrados céus e faz que ela venha do teu Trono
glorioso, para que me acompanhe e trabalhe comigo e eu saiba o que é agradável
diante de ti. Pois ela tudo conhece e compreende, e me guiará com prudência em
meus trabalhos, protegendo-me com a sua glória.
Esta a razão porque Gonçalves
Moreira diz que disto não cura a técnica, porque a religião jamais poderá de
enviar ao mundo da ciência e da técnica o "suplemento de espírito" no
sentido de humanizar o conhecimento científico, levando-o a ter a humildade de
o relacionar com as directivas de Deus, Senhor de todo o Conhecimento a quem o
rei Salomão - dono e senhor do poder de uma parte da Terra - pediu sabedoria
para que ela, bem longe de se afastar, reinasse com ele.
Eis, porque, um pouco mais de
humildade à ciência e à técnica será. porventura, algo de que muito
aproveitaria ao homem, donde a sabedoria humilde de Albert Einstein parece ser,
se devidamente reflectida uma porta estreita por onde deviam passar todos os
homens, cientistas, ou não,
Leiamos o que nos deixou Einstein
e que os seus pensamentos façam luz em todos os vaidosos das ciências puras.
- A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o mistério. É essa emoção fundamental que está na raíz de toda ciência e toda arte.
- Sem Deus, o universo não é explicável satisfatoriamente.
- Pouco conhecimento é uma coisa perigosa, muito conhecimento, também.
- A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso passará pela vida sem ver nada.
- Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos.
- A religião cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica.
- Deus é a lei e o legislador do Universo.
- A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega.
- Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à humanidade. Então o mundo terá uma geração de idiotas.
- A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.
- O homem erudito é um descobridor de fatos que já existem - mas o homem sábio é um criador de valores que não existem e que ele faz existir
- Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade.
- Quero conhecer os pensamentos de Deus...O resto é detalhe.
- Há duas formas para viver sua vida: uma é acreditar que não existem milagres. A outra é acreditar que todas as coisas são milagres.
Uma palavra, apenas, para a
última reflexão do sábio: Posso não crer em milagres, mas não posso deixar de
pensar que a vida de qualquer homem é, só por si mesma um grande milagre e de
tal modo tão grande que é, que a mente de cada um não chega para o explicar
racionalmente.
Sem comentários:
Enviar um comentário