Lavrador de
mim mesmo
Peguei na rabiça do arado
E abri sulcos a esmo
Num terreno revoltado,
E nem olhei à estação!
Mas da lavra que foi feita
Em campo que tornei chão
Fiz abundante colheita!
Trabalhei foi noite e dia
E fui de mim capataz!
Amainei ventos que havia.
Singrei direito, à porfia...
E de tudo fui capaz!
Só agora, ao fim da tarde,
Gasto das lutas que tive
Sinto que algo se esvai!
E a chama que ainda arde,
Sinal de que a alma vive
Entende a sombra que cai!
Vem serena...
É o começo...
Vem com passinhos de lã!
Vejo tudo e reconheço:
A noite é já amanhã!
1999
(1) - Poema já publicado
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