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quarta-feira, 11 de março de 2015

A noite é já amanhã!





A NOITE É JÁ AMANHÃ ! (1)


Lavrador de mim mesmo
Peguei na rabiça do arado
E abri sulcos a esmo
Num terreno revoltado,
E nem olhei à estação!
Mas da lavra que foi feita
Em campo que tornei chão
Fiz abundante colheita!

Trabalhei foi noite e dia
E fui de mim capataz!
Amainei ventos que havia.
Singrei direito, à porfia...
E de tudo fui capaz!

Só agora, ao fim da tarde,
Gasto das lutas que tive
Sinto que algo se esvai!
E a chama que ainda arde,
Sinal de que a alma vive
Entende a sombra que cai!

Vem serena...

É o começo...
Vem com passinhos de lã!
Vejo tudo e reconheço:
A noite é já amanhã!


1999


(1) - Poema já publicado

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