Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Inventário de fim de ano




INVENTÁRIO 
DE FIM DE ANO
  
No ano que finda hoje
Como me dói a realidade
Do meu menino que foge
Ao fugir de si...
Dos jogos pueris, da tenra idade!

Ai, que bom era, meu menino,
Ter-te sempre pequenino!

E que os meus braços
Nunca fossem curtos
Para abraçar o teu corpo
E prender o teu destino!

Mas, já que assim não é,
Que Deus me dê a ventura
De p’la vida fora o meu abraço
Ser sempre assim:
Um abraço enorme,
Grande como o mundo...
E que te sintas sempre pequenino
Ao pé de mim!

Embora sejas, e Deus o queira
Um homem possante e sadio.
E eu, um velhinho gasto...
Chegado ao fim!

1972

Sem comentários:

Enviar um comentário