INVENTÁRIO
DE FIM DE ANO
DE FIM DE ANO
No ano que finda hoje
Como me dói a realidade
Do meu menino que foge
Ao fugir de si...
Dos jogos pueris, da tenra
idade!
Ai, que bom era, meu menino,
Ter-te sempre pequenino!
E que os meus braços
Nunca fossem curtos
Para abraçar o teu corpo
E prender o teu destino!
Mas, já que assim não é,
Que Deus me dê a ventura
De p’la vida fora o meu abraço
Ser sempre assim:
Um abraço enorme,
Grande como o mundo...
E que te sintas sempre pequenino
Ao pé de mim!
Embora sejas, e Deus o queira
Um homem possante e sadio.
E eu, um velhinho gasto...
Chegado ao fim!
1972
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