O Beijo
À minha amada na praia
Dei um beijo a sós e a medo.
Mas a onda que desmaia
Foi contar o meu segredo.
E às outras logo contando
O beijo que me viu dar;
Foi de onda em onda passando
O meu segredo a contar.
Treme ansioso o teu seio
E eu pálido de temor;
Que todo o mar anda cheio
D'aquele beijo d’amor.
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Aconteceu, hoje.
De volta com a minha discografia antiga dei com esta gravação de António Menano, um dos meus cantores preferidos de Coimbra - o meu distrito natal - e, ouvindo-o naquela melodia, que é uma melopeia encantadora servida por uma letra em que cada verso é um primor de perfeição artística na poesia que o enforma, senti uma grande saudade do médico e cantor de Fornos de Algodres, cuja voz encheu de encanto os tempos áureos que, no meu caso, há muito se foram embora.
Foi, por isso, que hoje dei graças a Deus para através do meu "blog" ter-me dado ainda tempo de me lembrar deste cantor de Coimbra e de o fazer lembrar, numa homenagem sentida em que, a gravação denotando o tempo, é - segundo a minha opinião - uma mais valia que torna mais fidedigna a voz de António Menano que nesta composição poética e sonora - O BEIJO - se enquadra naquela moldura em que as ondas da praia, por terem visto que naquele beijo dado a sós e a medo, ia inteiro e puro um sentimento de amor...
E foi, por isso, que de onda em onda passando, beijos dados assim deviam encher o mar da vida!
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