Menina e moça
É preciso ter sofrido
E ter-se d’amor chorado,
P’ra entender o sentido
Que há na tristeza do fado.
Numa noite de luar
Como um véu doce e calado
Nada se pode igualar
À mágoa dum triste fado.
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Volto uma vez mais a António Menano.
E volto para o lembrar numa balada triste em que, na composição poética - cheia de sentido humano - a voz melodiosa do cantor de Fornos de Algodres numa afirmação certeira, sem mentir à realidade de que por vezes se enche a vida, nos vem cantar que nem sempre ela é o "mar de rosas" sonhado e acalentado, pois, quantas vezes, para a entender - É preciso ter sofrido - para que o fado, que é também, um sinónimo do destino que ordena as coisas ou aquilo que tem de acontecer, ganhe no sentimento humano a sua dimensão exacta.
O Fado - MENINA E MOÇA - fui buscar a inspiração ao livro do mesmo nome de Bernardim Ribeiro que numa edição de 1557 - se chamou SAUDADES - e em que o texto começa com um monólogo da MENINA nessa novela pastoril, levada na tenra idade - sem que o soubesse - para longe e que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava, e que, em termos ficcionais, é nesse lugar de mudança que surgem polos de uma comum nostalgia amorosa e do fatalismo do sofrimento, em que o amor e a saudade se casam numa da obras maiores da Literatura Portuguesa, onde muitos sentem os traços de uma melancolia presente, ainda hoje, na nossa identidade de povo.
Esta balada de António Menano com este título que até parece fora do contexto poético das duas quadras, foi beber precisamente a esta novela do século XVI para que naquela noite de luar a imagem doce colocada na segunda quadra nos dizer, logo a seguir que nada se pode igualar / à mágoa dum triste fado, e em que este está bem longe de se referir àquela forma de rimar palavras para serem cantadas, por ter como sentido literal a vida real em que, quantas vezes para a sentir na sua dura realidade é preciso ter-se d'amor chorado....
E, mais uma vez, surge nesta balada a nostalgia amorosa que faz da novela de Bernardim Ribeiro uma obra sem tempo, e aqui, pela letra e pela voz de António Menano prova que a canção de Coimbra, para além da sua melodia vai buscar muito longe o seu sentido e entrecho, uma razão a mais para que o fado MENINA E MOÇA deste celebrado cantor de Coimbra seja ouvido na sua profundeza literária e artística.
O Fado - MENINA E MOÇA - fui buscar a inspiração ao livro do mesmo nome de Bernardim Ribeiro que numa edição de 1557 - se chamou SAUDADES - e em que o texto começa com um monólogo da MENINA nessa novela pastoril, levada na tenra idade - sem que o soubesse - para longe e que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava, e que, em termos ficcionais, é nesse lugar de mudança que surgem polos de uma comum nostalgia amorosa e do fatalismo do sofrimento, em que o amor e a saudade se casam numa da obras maiores da Literatura Portuguesa, onde muitos sentem os traços de uma melancolia presente, ainda hoje, na nossa identidade de povo.
Esta balada de António Menano com este título que até parece fora do contexto poético das duas quadras, foi beber precisamente a esta novela do século XVI para que naquela noite de luar a imagem doce colocada na segunda quadra nos dizer, logo a seguir que nada se pode igualar / à mágoa dum triste fado, e em que este está bem longe de se referir àquela forma de rimar palavras para serem cantadas, por ter como sentido literal a vida real em que, quantas vezes para a sentir na sua dura realidade é preciso ter-se d'amor chorado....
E, mais uma vez, surge nesta balada a nostalgia amorosa que faz da novela de Bernardim Ribeiro uma obra sem tempo, e aqui, pela letra e pela voz de António Menano prova que a canção de Coimbra, para além da sua melodia vai buscar muito longe o seu sentido e entrecho, uma razão a mais para que o fado MENINA E MOÇA deste celebrado cantor de Coimbra seja ouvido na sua profundeza literária e artística.
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