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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Os ourives da palavra: Bossuet (Jacques)


A grande desgraça da vida humana é que ninguém se contenta em ser insensato só para si, mas quer transmitir a sua loucura aos outros; de modo que o que nos seria indiferente, muitas vezes, dada a nossa fraqueza, excita a nossa imprudente curiosidade, pelo ruído que disso se faz em torno de nós. Nessa estranha pressa em comunicarmos uns aos outros os nossos erros e loucuras, corrompe-se completamente o espírito.
in, Sermon pour la troisiéme dimanche de l'Advent
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Podemos, à luz do tempo que passa não estar de acordo com o radicalismo absolutista que foi defendido por Bossuet, mas isso não obsta que do ponto de vista da análise dos princípios sócio-culturais do homem, esta sua afirmação não seja exemplar, porque o é, se tivermos em conta que existe em certos homens e em determinados momentos da sua existência, um prazer perverso na contribuição que dão em espalhar desconforto nos seus iguais, a começar pelos que lhe estão mais próximos, como se a insensatez de um devesse ser propagada ao seu semelhante.

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