in, Jornal "A Comarca de Arganil"
A minha Serra é assim!
Toda ela é uma dança verde de montes que ora se erguem dos vales, ora os aplanam para formar as planuras das várzeas - que antigamente eram campos de milheirais e, agora são espaços onde a falta de braços deixou crescer as ervas e os pequenos arbustos - mas, no resto nesta dança verde dos montes, onde por demais os eucaliptais sucederam ao pinheiro bravo das antigas sangrias dos resineiros, hoje uma mão de obra desaparecida, a minha Serra é assim!
Pasto de vez em quando dos incêndios - que muitos dizem ser obra de má cariz, fruto de pessoas que não se importam de fazer desaparecer a dança verde dos montes - para que ela, de novo, com a força telúrica da Natureza que a criou se erguer das cinzas em novos tapetes que dos vales ao cimo dos montes a vão cobrindo dessa beleza rara que só ali se encontra em terras de Portugal.
A minha Serra não é assim... pois na foto que espelha no céu a cor do fogo de um incêndio próximo - o azul sem mancha que é a marca da minha Serra, naquele dia, perdeu-o porque este ficou pintado da cor que o fogo tem - deixando nos arvoredos que parecem um mar de montanhas a estranha sensação de quem aguarda a queima, resignados ao calor natural, se não for - como tantas vezes tem acontecido - ao calor da maldade humana.
Mas tirando isso... a minha Serra é assim!
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