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sábado, 25 de junho de 2016

Variações sobre estrofes populares alentejanas


Recordação de um passeio ao Alentejo.

Especialmente, para alegrar o grupo que viajava unido num autocarro para o efeito fretado, entre cada uma das localidades que iam ser visitadas e tendo-se tomado para REFRÃO uma estrofe conhecida de músicas populares do Cante Alentejano - que são na sua essência doa aspectos mais sólidos e genuínos deste adorável povo da planície - foi composta uma poesia alusiva, simples como convinha, e assim partimos, animados na alegria sadia desta salutar visita a terras alentejanas, pelo seguinte itinerário:

1 - Lisboa - Montemor-o-Novo
2 - Arraiolos-Vila Viçosa
3 - Vila viçosa-Monsaraz
4 - Monsaraz-Évora-Lisboa


1 - A Caminho de Montemor-o-Novo

Estátua de S. João de Deus no largo da Igreja Matriz 

FUI Á FONTE BEBER ÁGUA


Fui à fonte beber água
Ao rio p’ra te falar.
Nem na fonte nem no rio
Nunca te pude encontrar.

Se vamos p’ró Alentejo
No passeio dest’ano,
Tudo o que vamos cantar
Tem de ser alentejano.

Refrão

Nunca e pude encontrar…
Perdi o teu horizonte.
Mas hoje, meu Alentejo
Vou beber à tua fonte.

Refrão

Vou  beber à tua fonte,
E aos poucos eu já vou indo…
Vou feliz ao Alentejo
Neste descante tão lindo.

Refrão

Nunca te pude encontrar
E a culpa é toda minha,
Quem nem na fonte ou no rio
Eu dei a minha voltinha.

Refrão




2 - A CAMINHO DE VILA VIÇOSA

Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (Padroeira de Portugal)


MEU LÍRIO ROXO DO CAMPO

Meu lírio roxo do campo
Criado na Primavera
Desejava amor, saber, ai, ai,
A tua intenção qual era.

A minha intenção é boa.
Levo uma flor amorosa
Que trago desde Lisboa
P’ra dar em Vila Viçosa.

Refrão

Eu vou p’ra Vila Viçosa.
À Virgem da Conceição,
Que é uma Senhora formosa
E minha mãe d’eleição.

Refrão

Levo esta flor que colhi
P’ra dar à nossa Rainha,
Que tem a coroa do Rei
Que a torna mais bonitinha.

Refrão

Esta é a minha intenção:
Que junto da Imaculada
Eu deixe a minha oração
Aos pés da Virgem Sagrada.

Refrão



3 - A CAMINHO DE MONSARAZ



NAS CAPELAS E NOS MONTES

Nas capelas e nos montes
Há sorrisos de brancura
Onde fala a voz de Deus
Na voz da cal e d’alvura.

Na voz da cal e d’alvura
Eu já sei que Deus me fala
Numa voz que eu conheço
E a minha alma se regala.

Refrão

Na voz da cal e d’alvura
Deus falou e deu-me paz.
E agora quero ouvi-lo
Na vila de Monsaraz.

Refrão

Na voz da cal e d’alvura
Deus deixou a sua voz
Porque vai todo contente
De ser mais um entre nós.

Refrão

Na voz da cal e d’alvura
Deus de tudo é capaz.
Já está à nossa espera
Na vila de Monsaraz.


Refrão


4 - A CAMINHO DE ÉVORA

A Basílica Sé de Nossa Senhora da Assunção mais conhecida por Catedral de Évora


4 – A CAMINHO DE LIBOA
(depois de Évora ter ficado para trás)


Eu não sei que tenho em Évora
Que d’Évora me’ stou lembrando.
Ao passar o rio Tejo
As ondas me vão levando.

As ondas me vão levando
Senhor  condutor, veja lá…
Pois se mete o “prego a fundo”
Peço p’ra ficar por cá.

Refrão

Pelo p’ra ficar por cá,
Que d’Évora me’stou lembrando,
Mas se passo o rio Tejo
As mágoas eu vou deixando…

Refrão

As mágoas eu vou deixando,
Pois agora tem de ser.
Mas não sei que tenho em Évora
Que pede p’ra não’squecer.

Refrão

Que pede p’ra não’squecer
E ao passar o rio Tejo
Agradeço este passeio
P’las terras do Alentejo.

Refrão



Porque ir ao Alentejo é sempre um "mergulho" naquilo que existe do mais puro da alma portuguesa com as suas tradições e costumes, sentimos que a extensão dos caminhos percorridos pela planície, nos tornou mais iguais e, por isso, chegamos a Lisboa com vontade de repetir por outras bandas alentejanas um novo "mergulho" para revigorar a alma.

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