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domingo, 19 de junho de 2016

Onde está a diferença?

Gravura publicada pelo Jornal "O António Maria"
de 6 de Janeiro de 1881

Olhando a velha gravura, penso que o colectivo do povo - que é inteligentíssimo - lê o jornal e pensa de imediato que os dois políticos antagonistas, Passos Coelho e António Costa,em tempos diferentes, mas falando do mesmo assunto, ambos disseram o mesmo sobre o convite à emigração de professores e é por isso que me parece oportuna a publicação desta caricatura de Rafael Bordalo Pinheiro, que desenhou o povo  de olhos em cima e de queixo afivelado... parecendo desconfiado...

Apetece-me fazer o mesmo ao ver o que se passou...

Vem isto a propósito do pedido aos professores para emigrarem feito por Passos Coelho em 2011 e que lhe valeu uma atoarda de toda a esquerda parlamentar e dos jornais que a apoiam, chamando-lhe nomes impróprios e o convite para ser ele um dos eventuais emigrantes, e o que foi dito por António Costa, recentemente - que disse a mesma coisa - e, no entanto, parece que nada aconteceu, o que prova como a esquerda é hábil no "mexer dos cordéis".

Se volto de novo a este assunto... é porque convém relembrar os esquecidos de propósito e os distraídos... que infelizmente para a cultura política que devíamos ter - e não temos - são a maioria, correspondente aos votos dos abstencionistas desmotivados por verem o que se passa...

Por isso, cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém....


Eis o que disse Passos Coelho em Dezembro de 2011:

Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm ocupação e o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que ou consegue nesta área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa.
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E o que disse António Costa em Junho de 2016, em França.

É muito importante para a difusão da nossa língua. É também uma oportunidade de trabalho para muitos professores de português que, por via das alterações demográficas não têm trabalho em Portugal e podem encontrar trabalho aqui.
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Onde está a diferença?
Apenas no número de palavras!
Passos Coelho utilizou 65 e António Costa 36.
Gastou menos tempo... mas disse o mesmo...

Mas convém ter presente e não esquecermos as duas maneiras como este mesmo assunto foi tratado, especialmente, pela imprensa injusta que temos e que - vá-se lá saber porquê apaparica a esquerda - e esfrangalha a direita, como se a independência não fosse um dever que lhe cabe...
Mas em Portugal sempre foi assim.
Porque será?

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