de 6 de Janeiro
de 1881
Olhando a velha
gravura, penso que o colectivo do povo - que é inteligentíssimo - lê o jornal e
pensa de imediato que os dois políticos antagonistas, Passos Coelho e António
Costa,em tempos diferentes, mas falando do mesmo assunto, ambos disseram o
mesmo sobre o convite à emigração de professores e é por isso que me parece
oportuna a publicação desta caricatura de Rafael Bordalo Pinheiro, que desenhou
o povo de olhos em cima e de queixo
afivelado... parecendo desconfiado...
Apetece-me
fazer o mesmo ao ver o que se passou...
Vem isto a
propósito do pedido aos professores para emigrarem feito por Passos Coelho em
2011 e que lhe valeu uma atoarda de toda a esquerda parlamentar e dos jornais
que a apoiam, chamando-lhe nomes impróprios e o convite para ser ele um dos
eventuais emigrantes, e o que foi dito por António Costa, recentemente - que
disse a mesma coisa - e, no entanto, parece que nada aconteceu, o que prova
como a esquerda é hábil no "mexer dos cordéis".
Se volto de
novo a este assunto... é porque convém relembrar os esquecidos de propósito e
os distraídos... que infelizmente para a cultura política que devíamos ter - e
não temos - são a maioria, correspondente aos votos dos abstencionistas
desmotivados por verem o que se passa...
Por isso,
cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém....
Eis o que disse
Passos Coelho em Dezembro de 2011:
Sabemos que há
muitos professores em Portugal que não têm ocupação e o próprio sistema privado
não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em
Portugal que ou consegue nesta área fazer formação e estar disponível para
outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar
para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa.
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E o que disse
António Costa em Junho de 2016, em França.
É muito
importante para a difusão da nossa língua. É também uma oportunidade de
trabalho para muitos professores de português que, por via das alterações
demográficas não têm trabalho em Portugal e podem encontrar trabalho aqui.
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Onde está a diferença?
Apenas no número de palavras!
Passos Coelho utilizou 65 e António Costa
36.
Gastou menos tempo... mas disse o mesmo...
Mas convém ter presente e não esquecermos as duas maneiras como este mesmo assunto foi tratado, especialmente, pela imprensa injusta que temos e que - vá-se lá saber porquê apaparica a esquerda - e esfrangalha a direita, como se a independência não fosse um dever que lhe cabe...
Mas em Portugal sempre foi assim.
Porque será?
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