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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Saudades...



Saudade

No chão floriu uma rosa
Com sede de Primaveras…
E tu, saudade teimosa,
Sedenta e caprichosa
Porque ficas, porque esperas?

Porque teimas em deixar
O teu gelo no meu peito,
Se o sonho do meu olhar
É pássaro que quer voar
E sente o caminho estreito?

Vai depressa! – Vai agora…
Que ao longe na imensidão
Ficou inscrita a hora
Em que t’irias embora
P’ra longe do meu coração!

Mas a hora foi vencida
E tu, saudade, ficaste!
Oh! – Companheira da vida:
Fica. – Eu quero dormida
À sombra da tua haste!

1983
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O poema é antigo. Fui dar com ele no meu álbum de saudades... para, depois, ficar a pensar que neste mundo, certamente, não há ninguém que não sinta saudade de algo que tenha ficado para trás, na curva de um qualquer caminho.

E se este pensamento é gerador desse sentimento a que não se deve dar guarida demasiada, porque diz o povo na sua imensa sabedoria que, - águas passadas não movem moinhos - por outro lado devemos agradecer a Deus o facto de sentirmos saudade, porque como diz, também, o povo - recordar é viver - e é neste dualismo algo estranho que é feita a peregrinação do homem sobre a face da Terra, pelo que, valha-nos a poesia como um meio eficaz para clarear situações, seja para relembrar ou abafar momentos, porque com saudades se vive e com saudades se morre!

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