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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Uma célebre frase de Jesus!


«Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.»

Quando Cristo deu aos fariseus a célebre resposta, tinha diante dos olhos a Moeda e o Homem. A moeda, com a imagem de César. O Homem, com a imagem de Deus. A moeda, sinal e força da Economia, símbolo de toda a ordem material em que César domina. Cunhada por César, a moeda é de César. Baseada na moeda, a Economia subordina-se à Política. À esfera política, em que César campeia, foi entregue por Cristo a esfera económica, a que a imagem de César preside. O mundo das coisas materiais, que dão de comer aos homens, é um mundo de coisas sem espírito, em que nenhum César vive. A esse mundo, cujo valor reside no que significa dos homens, e cuja máxima grandeza lhe é dada pela imagem de César, tem de estar sobranceiro o mundo dos homens reais, em que a vida circula e cresce, e em que a imagem de César se retira diante do César pessoal.
A máxima evangélica, profunda como um abismo, entrega a Economia à guarda e tutela da Política. E entrega a Política a Deus.
Henrique Barrilaro Ruas - (1921-2003) - in, A Moeda, o Homem e Deus)



Nunca será demais lembrar o pensamento cristalino deste brilhante professor universitário, ensaísta de grande fulgor, historiador e político, co-fundador do Partido Popular Monárquico, tendo-se em conta que ele foi um preclaro pensador que baseou muito do seu saber na cultura religiosa do Cristianismo, de que é exemplo o excerto que fazemos de um afamado texto que escreveu, tendo por base a célebre resposta que Jesus disse aos fariseus, quando estes falsários o quiseram encurralar, como Rubens os retrata no seu belo quadro que acima se reproduz.

Vale a pena ler e meditar no texto de Barrilaro Ruas e sentir como o nosso Mundo anda ao avesso do que Jesus - que não esteve no Mundo para ser político - queria que viesse a acontecer nele  a sua tese espiritual, atendendo à prontidão da resposta, na prossecução da atitude que o Pai lhe cometera e pela qual viveu e morreu.
Não podemos admitir que Cristo se enganou, porque todas as Palavras que disse têm o cunho da Verdade que, ou seguimos - e somos úteis - ou não seguimos - e somos inúteis - porque esquecemos o essencial: a felicidade de todos os homens, algo que é a sua essência doutrinal.

Para tanto, basta que vejamos o que está a acontecer desde que a Economia se pôs a conduzir a política, quando devia ser ao contrário: com esta entregue à guarda da política - como assevera o pensador católico a partir do ensinamento de Cristo  - e a política a Deus, tal como ele declara sem rodeios, por ter como suporte o mesmo ensinamento divino.

Efectivamente, tudo está do avesso, porque os homens do Poder passaram a exercê-lo sujeitando-o à Economia e, desse modo, a prática que levam a cabo em vez de se sujeitar à espiritualidade subordinada a Deus, subordina-se à sede do mando terreno, por sua vez, sujeitado a uma Economia sem rosto.

E foi assim, que ao termo-nos esquecido do recado de Jesus, nós viramos o Mundo ao avesso!

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