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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Ericeira: um apontamento.




Um duplo Orago dentro do mesmo Templo acontece na Ericeira - e é, certamente o único exemplo em terra portuguesa - sendo um deles, Nossa Senhora da Boa Viagem, Padroeira dos Pescadores locais que lhe dedicam uma festa colorida, anualmente, no terceiro fim de semana de Agosto e sendo o outro Orago, Santo António.

Para além de um Templo consagrado à ecleosologia, o sino colocado num nicho serve para assinalar a entrada dos barcos na Praia dos Pescadores que têm por Nossa Senhora da Boa Viagem um culto especial, não lhes sendo estranho o que aconteceu em 1912, quando os ânimos exaltados do anti-clelicalismo vandalizou a Imagem lançando-a ao mar e da qual se aproveitou, apenas, uma das mãos.

Nossa Senhora da Boa Viagem viu partir a família real destronada e esta, naturalmente, do barco que a exilou disse-lhe adeus para sempre, algo que, quando por ali passo e leio a placa comemorativa apostada numa das suas paredes, sempre me faz recordar os tempos conturbados, material e espiritualmente que tendo deitado abaixo um rei, o substituiu pelo reinado da confusão e da barbárie, do qual, ainda hoje não estamos totalmente livres, pela simples razão de nos faltar em pleno a cultura das raízes de onde imergiu Portugal e a da outra cultura que dá pelo nome do respeito pelo outro.


Olho aquele local e penso que a Monarquia desceu a rampa que leva à Praia dos Pescadores e a República que lhe sucedeu ainda não conseguiu subir tão alto como havia prometido...
Quando o conseguirá?
Portugal aguarda há mais de um século por esse momento...

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