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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Filha da mesma raiz!


Era meio-dia de um dia de sol quando passei por aquele jardim da cidade, descuidado no meu passo algo quebrado pelos anos que vão passando... mas, atento - algo que sempre fiz à paisagem por onde passo - seja a da montanha, ou no caso, à citadina que naquele recanto da cidade cedeu ao urbanismo do cimento para dar lugar a um recinto verde variegado - como costuma acontecer com aquela cor vegetal abudante na Natureza -  e por onde afloram, aqui e ali, momentos muito belos que são motivo para a nossa interrogação.

Aconteceu isso comigo ao olhar o tronco encopado, filho da mesma raiz elevado muito acima da mesma natureza vegetal que faz a delimitação em sebe do caminho pedonal, motivo suficiente para me tolher o passo, para descanso físico e dos olhos que ficaram presos na imagem que acima se reproduz e que achei muito bela e introspectiva. a ponto de a captar na objectiva que levava comigo: o meu telemóvel.

- Porque fiz isto?
- Simplesmente, porque eu tinha defronte dos olhos uma lição de vida, porquanto, se transportarmos aquele exemplo do tronco que o jardineiro - vá-se lá saber porquê - deixou engrossar e subir acima dos "seus irmãos" e ao fazer que a sua copa verde dê sombra aos que ficaram em baixo - também por obra do mesmo jardineiro - a lição que fica é que este facto acontece na vida real por onde passam os homens.


- Quantos de nós somos testemunhas que neste ou naquele lar onde nasceram muitos irmãos, um deles, pelo seu arreganho social e humano subiu mais alto que os outros... , quantas vezes tem acontecido ser esse membro da família a "sombra benfazeja" que ajuda os que não puderam subir tão alto?


Esta foi a lição daquele meio-dia... e foi de tal modo que se entranhou dentro de mim que não me largou todo o dia, até este momento em que por meia dúzia de palavras - de que a foto diz mais que todas elas - deixei aqui, plasmada esta meditação, na certeza que tenho que o jardineiro que trata aquele jardim não foi sem motivo que deixou crescer aquele troco acima dos outros, porque muitas vezes, estes homens, cuja Academia foi a Vida, concebem lições de grande humanismo nas imagens que criam.

Vi-me embora a agradecer a cultura humana daquele homem, simples, naturalmente, mas sábio e a agradecer a Deus aquele momento singular em que para descansar os passos, naquele descanso físico e na imaterialidade do descanso do olhar, fiz que a minha alma também descansasse do desconcerto do Mundo.

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