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terça-feira, 28 de junho de 2016

Coisas da Natureza...


Uma paisagem da Ericeira
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Olho e medito nesta imagem que eu captei, há dias.

E o que ressaltou de imediato na minha observação, são duas Naturezas há milhões de ano em confronto... e, enquanto uma - a do mar salgado "fala" no entrechocar das suas ondas contra a falésia - esta, muda mas não imutável no desgaste das ondas que contra ela se encarniçam até se desfazerem em espuma iodada, assim têm vivido, e a conclusão a tirar é que ambas cumprem o seu papel de acordo com os ditames superiores que as criaram, sem que nunca saibamos porque assim foi e porque tinha de ser assim...

Mas, o que dói, é quando assistimos na vida concreta do ser humano - apesar de representarem uma única Natureza - haver alguém que se parece com as ondas arrogantes do mar e, na sua fala brava e quantas vezes imprópria - pelo poderio acidental que conquistou ou lhe deram de mão beijada não se importar de bater contra a outra, que sendo igual a ela pela Obra da Criação, se parece pelo domínio que sofre, à falésia onde batem as ondas do mar salgado, quando, humildemente se cala para amortecer os impropérios que ouve, de quem está na mó de cima.

É isto que dói... porquanto, as duas Naturezas da foto vivem na harmonia ditada pela lei que assim as criou, enquanto a Natureza humana - una, embora na diversidade dos dons - vivem entrechocando-se, numa desarmonia que prova que a inteligência fica a perder perante o espectáculo das ondas que vão morrer contra a falésia.

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