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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Pietá (28)


Se a pintura do "Stabat Mater" é o testemunho doloroso das dores de Maria, apresentada de pé junto à Cruz ao ver o Filho morto, o formidável conjunto escultórico de Miguel Ângelo, que o intitulou "Pietá" é o momento da Paz e Aceitação da Mãe do destino que estava traçado por Deus para Jesus, desde a primeira aurora dos tempos.

Olhando com a serenidade que tal escultura impõe, vemos Maria tranquila e admiramos o gesto gentil do seu braço esquerdo amparando o Filho morto, como se ali no mármore frio repetisse o gesto com que O embalou na sua meninice na casa de Nazaré, tornando tudo muito belo, onde não falta a beleza do seu manto que lhe cai da cabeça inclinada numa meditação profunda e, onde, o rosto de uma beleza excepcional - que já se disse que como aquele não há outro esculpido sobre a face da Terra - tendo vencido o sofrimento apresenta a quietude da santidade maior que faz dela e do Mistério da sua vida, algo cujo entendimento racional nos escapa, porque tudo o que lhe aconteceu e ao Filho, só é entendível à Luz da Fé.




Pietà, de Miguel Ângelo (1499)
em mármore, cerca de 2 metros de altura por 1,50 metros de largura. 
 Basílica de São Pedro


O excepcional escultor - e pintor - que foi Miguel Ângelo tinha 23 anos quando fez esta obra maior para a qual foi contratado, tendo assinado que teria de realizar naquele evento a mais bela escultura de todas quantas as que haviam sido esculpidas em Roma, condição que o não assustou, dada a confiança que tinha na sua arte.

Dois anos depois, no local onde a podemos ver a "Pietá" foi apresentada na Basílica de São Pedro, sendo desde logo considerara uma escultura bela e grandiosa, ultrapassando na finura do traço e na beleza das expressões faciais e corporais  a dos antigos mestres gregos e romanos, sob cuja bitola eram medidas todas as obras escultóricas.

Conta-se que de deve a Miguel Ângelo a frase da sua obra retratar uma “visão religiosa de abandono e o rosto sereno do Filho”.


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