Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 19 de maio de 2017

V Domingo da Páscoa - 14 de Maio de 2017



A proclamação da Segunda Leitura inserida na Liturgia da Palavra deste V Domingo da Páscoa, no cumprimento das minhas funções paroquiais de Leitor da Palavra de Deus que cabe  aos leigos dentro da Celebração  da Eucaristia, coube ao autor deste "blog", que por um motivo íntimo - onde avulta o peso da idade e alguma falta de saúde - ao caminhar para o ambão, sentiu que era chegado o momento de deixar uma função de serviço paroquial que durava há cerca de 40 anos.

E de tal modo senti o que me ia no pensamento que acabada a Eucaristia, pelo caminho de regresso a casa dei graças a Deus pelos longos anos em que Ele teve a infinita bondade de me ter dado saúde e uma voz que aprendeu que a leitura dos textos Sagrados tem de ser uma proclamação respeitosa em que o ênfase dado à Leitura e que cumpre ser dado pela voz do Leitor tem de ser ouvido por toda a Assembleia, levando-lhe, distinto, todo o sentido da Palavra milenar inspirada por Deus.

Falhei, certamente, mas nunca, em momento nenhum esqueci este propósito.
................................................................................................................


Cristo, pedra angular 

Aproximando-vos dele, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus, também vós - como pedras vivas - entrais na construção de um edifício espiritual, em função de um sacerdócio santo, cujo fim é oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. Por isso se diz na Escritura:
Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida, preciosa; quem crer nela não será confundido.
A honra é, então, para vós, os crentes; mas, para os incrédulos, a pedra que os construtores rejeitaram, esta mesma tornou-se a pedra angular, e também uma pedra que faz tropeçar, uma pedra de escândalo.
Tropeçam nela porque não creram na palavra; para isso estavam destinados.
Vós, porém, sois linhagem escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido em propriedade, a fim de proclamardes as maravilhas daquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável.
(1 Pd 2, 4-9)

Esta Palavra que a Liturgia do anterior Domingo escolheu para ser proclamada em todas as Igrejas apostólicas romanas tem uma singularidade que não pode passar despercebida, sobretudo pela sua mensagem simples, provando deste modo aos sábios deste tempo - mesmo os que dento da Igreja têm lugares de relevo, desde o Papa, passando pelos seus Cardeais, Bispos, Padres e Diáconos, usam, por vezes, uma linguagem compacta, complexa e prolixa que poucos entendem, pelo que o exemplo de Jesus quando falou da "pedra angular" - falando de Si mesmo - para nos dizer que, em qualquer construção as pedras que fecha os cunhais, são as mais importantes por manterem a solidez da construção.

A sua doutrina era isso mesmo: Uma "pedra angular" sobre a qual devia assentar toda a construção espiritual, alertando os homens, sem excepção, que todos o deviam ser com o fim de manterem firmes as sociedades em que vivem.
Mas aquela pedra se não for utilizada para aquilo que se pretende pode ser, com Ele disse, "uma pedra que faz tropeçar" por não terem acreditando nela.

Vou guardar no baú das minhas memórias onde ficam, enquanto viver, as lembranças dos tempos  e são já, pela graça de Deus muito longos os que hei dado e assim vou continuar a dar na minha qualidade de leigo interessado nas coisas de Deus, à Igreja Romana, no meu espaço paroquial, tendo-me este "V Domingo da Páscoa de 2017" deixado a pensar que "pedra angular" tenho sido no edifício espiritual onde habita não o meu corpo finito e material, mas a minha alma incorpórea mas animada de uma vida singular, como é, aliás, a que existe em todos os viventes.

Sem comentários:

Enviar um comentário