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segunda-feira, 1 de maio de 2017

DESEJO ÍNTIMO



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 DESEJO ÍNTIMO

Cá vou, feito arauto e caminheiro
A emendar rotas que eu mesmo faço.
Cá vou, procurando estar inteiro
Em todos os caminhos onde passo!

Só que às vezes sinto-me partido,
Um caco velho de um cântaro d’água!
E com se a vida tomasse outro sentido
Nem sempre sei sair da minha mágoa!

Mas é, no juntar dos cacos que vejo
Quanto de grandeza existe em refazer
O caminho real e vivo... neste desejo
De ser eu mesmo, inteiro no meu ser!

Que Deus me ajude  a erguer o braço
Para apontar os caminhos que procuro
E seja em cada hora menos baço
E rompa a minha luz o canto escuro!

Que eu tenho uma obra p’ra acabar...
Esta que Deus tornou o meu anseio:
- Ser como a ave que passa a chilrear
Mas sem perder o ramo donde veio!


(De um livro a publicar sob o título
VELA AO VENTO)
  

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