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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Obrigado, mãe Natureza!

 

Eis o que o homem não consegue fazer!
 
 
"A natureza faz troça dos indivíduos.
Desde que a grande máquina do universo vá girando, os ínfimos seres que a habitam não lhe interessam para nada!"   
Voltaire
 
 
"É triste pensar que a natureza fala e que o género humano não a ouve."         
Victor Hugo
 

"O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos."   
Schweitzer, Albert
 
 
"A natureza só é comandada se é obedecida." Fonte - Bacon, Francis
 

 
"Toda a concepção moderna do mundo tem como fundamento a ilusão de que as chamadas leis da natureza sejam as explicações dos fenómenos naturais."  
Wittgenstein,  Ludwig     
 
 
"A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil." 
Copérnico, Nicolau         

 
 
     "Na nossa conta corrente com a natureza raras vezes lhe creditamos os muitos bens de que gozamos, mas nunca nos esquecemos de debitar-lhe os poucos males que sofremos."  
Maricá,  Marquês de
 
 
"Um povo que considera a natureza seu Deus não pode ser um povo livre."  
Hegel, Georg
 

Sobre a Natureza ficaram aqui opiniões diversas de homens da cultura universal, todos eles eivados de um profundo respeito pela MATRIZ de onde tudo provém e de um tempo e modo que ao escapar ao entendível da mente humana - contra toda a filosofia que, modernamente, vai beber a Kant e atira setas envenenadas contra o autor da Criação - fica aqui a moldura poética de um hino à Natureza de um Poeta de Portugal, cujos traços poéticos são pinceladas de artista na tela imensa do Universo que ele recria com a arte só possível àqueles fadados pela Mãe Natureza para a poderem apreciar e cantar e, depois, dá-la como uma prenda a quem tem o prazer de os ler.
 
Leiamos e admiremos a "POESIA DO OUTONO" de António Nobre:
 
A Poesia do Outono
 
Noitinha.
O sol, qual brigue em chamas, morre
Nos longes d'agua... Ó tardes de novena
Tardes de sonho em que a poesia escorre
E os bardos, a sonhar, molham a pena!
 
Ao longe, os rios de águas prateadas
Por entre os verdes canaviais, esguios,
São como estradas liquidas, e as estradas
Ao luar, parecem verdadeiros rios!
 
Os choupos nus, tremendo, arrepiadinhos,
O chale pedem a quem vai passando...
E nos seus leitos nupciais, os ninhos,
As lavandiscas noivam piando, piando!
 
O orvalho cai do céu, como um unguento.
Abrem as bocas, aparando-o, os goivos...
E a laranjeira, aos repelões do vento,
Deixa cair por terra a flor dos noivos.
 
E o orvalho cai... E, á falta d'água, rega
O vale sem fruto, a terra árida e nua!
E o Padre-Oceano, lá de longe, prega
O seu Sermão de Lagrimas, á Lua!
 
Tardes de outono! ó tardes de novena!
Outubro! Mes de Maio, na lareira!
Tardes...
     Lá vem a Lua, gratiae plena,
Do convento dos céus, a eterna freira!
 
António Nobre, in 'Só'

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