Pesquisar neste blogue

sábado, 26 de outubro de 2013

Não mais a "tortura" de José Sócrates



Gravura publicada pela Revista "A Paródia" de 12 de Março de 1902
 
 
Diz um velho adágio popular "que a mesma água não corre duas vezes do mesmo modo debaixo da mesma ponte" ou fora dela, dizemos nós.
José Sócrates quer contrariar o adágio e, por isso, depois de ter concluído o mestrado em Ciência Política no Institut d'Etudes Politiques de Paris, em 2013, regressou a Portugal e, embora pensativo - imitando a gravura - sentou-se num sítio propício, no caso, na RTP e, como está na moda, fez-se comentador da politica nacional.
Viu, porém, que a água que no seu tempo corria mansa é, agora, uma cascata raivosa e viu que jamais seria possível fazê-la correr, outra vez, do mesmo jeito.
Mas não desistiu de contrariar o velho e sábio adágio...
Vai daí, chamou os amigos - os que como ele viram correr mansa e fagueira a água de uma corrente abundante - e chamou-os para a apresentação do seu livro "A Confiança no Mundo: sobre a tortura em democracia", no passado dia 23 de Outubro, com prefácio do ex-Presidente do Brasil, Lula da Silva.
Não merece um grande destaque este livro, porque ele é um agente calculista do seu cérebro inquieto que não se quer esquecer de ajustar contas com o passado que o expulsou do poder e assim, pé ante pé - como quem não quer a coisa - junta aqui e ali, pisca o olho para este e par o outro lado, devagar, devagarinho - questionando  se a tortura é compatível com a democracia.- vai levando a água ao moinho.
No momento, isto é a sua própria tortura, porque a água que ele quer levar ao moinho, tem dois contratempos: não é a mesma água e nem o moinho é o mesmo, porque, como é evidente a tortura não é compatível com a democracia, mas o que é verdade - e o povo não vai esquecer o governante que levou Portugal à beira da bancarrota, torturando-o, na parte final, quando a água deixou de correr mansa e serena, com cortes e suspensões, entre outros, de abonos de família.
Esta é a sua própria tortura.
Mas será que desistiu de contrariar o velho adágio popular?
Não creio, porque apesar de saber que  "a água não corre duas vezes do mesmo modo debaixo da mesma ponte", José Sócrates comentador ou escritor - apesar do gáudio de ter arregimentado os seus amigos do peito no lançamento do seu livro, onde não faltaram Mário  Soares, Pinto Monteiro, Noronha do Nascimento, continua a olhar com desconfiança a paisagem política.
A imagem que devia inquietar a sua consciência devia ser igual à que reproduzimos, quanto à postura dos elementos naturais, humano e vegetal.
O natural prefigurado na água é uma vaga que se escoa em queda; o humano está preocupado - o que não admira porque é inteligente - e o vegetal mostra da árvore que foi um tronco velho e morto para sempre.
Não é isso que se deseja ao elemento humano, mas tão só, que volte para Paris e junte ao mestrado o doutoramento.
O que fez de mal em Portugal foi muito.
Chega e basta.
Não mais a "tortura" de José Sócrates!
Ou ter-se-á esquecido dos seus debates quinzenais na AR em que não respondia às perguntas da oposição - e até se ria delas - gastando o tempo regimental em que devia responder aos opositores em divagações, ou como diz o povo a "encher chouriços"?
Isto não foi uma tortura em democracia?
Ou para José Sócrates a tortura é, apenas, um acto físico?
Mas ele tem razão. Afirmou que o seu livro não é de filosofia..
 


Sem comentários:

Enviar um comentário