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domingo, 6 de outubro de 2013

"Variações" sobre o mesmo tema...

 
Separador in, "O António Maria" de Rafael Bordalo Pinheiro
 
 
Foi o que tivemos na noite das eleições autárquicas de 29 de Setembro de 2013.
"Variações" sobre um tema já estafado, porquanto, uma análise despida da veste partidária e olhando os votos depositados nas urnas, olhando com "olhos de ver" o exemplo dos votos "nulos" - que são políticos - e "brancos" - que são desrespeitadores dos agentes políticos - nenhum Partido se deu ao trabalho de a fazer, o que não deixa de ser um modo canhestro de fugir ao incómodo de tentarem perceber o que se passou, quando deviam entender que o povo, no seu todo, é adulto e merecia ser assim tratado e aquela parte do povo que assim votou, muito mais, porque o seu voto silencioso deixou ficar impresso - sem nada escrito ou na inversa - uma posição de desagrado.
Por isso, a velha gravura se impõe, porque hoje, como então, cada um "toca o que sabe" e não há meio de afinarem os instrumentos, falando com a desarmonia que já faz doer os ouvidos a um povo que há séculos procura "homens bons", no sentido político, como é evidente.

 
Resultados finais
 

Fonte: Rádio Renascença

 
 
Se atentarmos que o número de eleitores elegíveis no espaço nacional era de: 9.458.627 e apenas votaram 4.995.174, a abstenção cifrada em 47,19% equivale a um diferencial de 4.463.453 potenciais eleitores para os quais as eleições foi um acto esquecido ou - o que é pior - um acto ao qual viraram as costas.
Conclusões:
O PS ganhou, é verdade, mas os 36,25%, (1.810.751 votos) para tirar conclusões nacionais - como José António Seguro fez duma eleição local - não é para cantar vitória, porque fica muito longe de uma votação de possível formação de governo.
O PPD/PSD (16,69%) perdeu, é verdade e assumiu a derrota, o que lhe fica muito bem. Os (833.695) votos, são, certamente uma dor de cabeça...
O PCP-PEV (11,06) (552.466 votos) ganhou e bem, até, porque no poder local é uma bandeira.
O GRUPO CIDADÃOS (6,9%) - (independentes... mas nem todos!) com os seus (344.677 votos) mostraram um cartão amarelo - a tender para o encarnado - aos Partidos tradicionais (PS E PSD).
Quanto ao PPD/PSD.CDS-PP (7,59%) se se somar este valor percentual - na hipótese não concretizada na prática, de terem concorrido coligados - à percentagem do PPD/PSD (16,69%) atingem em conjunto (24,28%), um valor bem abaixo do do PS, pelo que, a derrota é imensa, razão, porque, o sorriso largo de Paulo Portas foi muito cínico ao anunciar a vitória alcançado pelo seu Partido... quando devia ter sido solidário e consonante com o seu parceiro do governo... mas não foi assim, o que provou, mais uma vez, a sua fragilidade política.
O CDS-PP (3,04%) cantou vitória com as 5 Câmaras alcançadas - mas o "penta" - como lhe chamou, sorridente, Paulo Portas, devia ser um amargo de boca, porque os 152.853 votos alcançados são inferiores, em número, aos votos brancos (193.313) e, só ligeiramente superiores aos votos nulos (147.358).
Mas... porque se havia de reflectir sobre isto?
O BE (2,42% - (120.880 votos) perdeu em toda a linha e assumiu um papel caricato ao vir contentar-se, através de João Semedo com a derrota dos partidos do governo, não assumindo a sua. Uma vergonha.
Os nulos (2,95%) a que correspondem 8147.358 eleitores pediram as cartolinas dos votos e mancharam-nas, no desejo professo de não gostarem do que está a acontecer e este Partidos nada lhes dizerem, social e politicamente.
Há que respeita a atitude.
Concluindo. dir-se-á, que o grande ganhador foi o voto em branco (3,87%) porquanto, os 193.313 eleitores qua assim procederam, arrostaram com um dia de chuva e deixaram o aconchego dos seus lares para se dirigirem às Assembleia de Voto e votarem assim, assumindo, com isso, uma atitude de intervenção política que devia ser estudada sociologicamente porque os seus votos têm uma leitura que só a despreza, quem despreza o povo... que é o que acontece, embora o bajulem quando é preciso!
É a chamada "bofetada sem mão" que se houvesse vergonha em Portugal - em todos os Partidos - este facto deveria ter merecido uma leitura.
Mas não mereceu, o que não admira, porque a vergonha deixou de existir nos que se vangloriam com as miseráveis  "vitórias de Pirro".

 

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