Pesquisar neste blogue

sábado, 12 de maio de 2018

"MENDIGO" - Um pequeno poema de João de Deus



Fac-símile de "A Renascença" pág 70 - fascículos 05 a 07
.............................................................

Li este pequeno poema de João de Deus, amplamente conhecido do seu amor pelos humildes e os pobres do eu tempo que um regime amorfo não soube cuidar, vieram-me à lembrança, as vezes, que de mão estendida me têm pedido "uma esmola por amor de Deus" e não pude esquecer as vezes em que - embora responda ao pedido no cumprimento  de um dever esmoler - tenho passado adiante a pensar que "o amor de Deus" que ouço é uma forma de me apiedar.

Penitencio-me.

E, doravante, com este "MENDIGO" de João de Deus no pensamento vou deixar de pensar assim, porque este pobre que fora rico de trabalho em "Campos que não eram seus", se pode parecer com o pobre que me pede "por amor de Deus" e, hoje, embora os tempos sejam outros não me posso esquecer que pobres, sempre os haverá, porque o bem social jamais chegará a todos...

Foi Jesus que o disse, no relato bíblico de S. Mateus (26,11): Pois, quanto aos pobres, sempre os tendes convosco, com o pensamento voltado séculos atrás para o Livro do Deuteronómio (15,11) Nunca deixará de haver pobres na terra; é por esse motivo que te ordeno: abre a mão em favor do teu irmão, tanto para o pobre como para o necessitado de tua terra!

O meu muito obrigado à lembrança presente de João de Deus, porque através da sua poesia fui-me até aos Livros Sagrados e vi que MENDIGOS sempre os teremos, porque nos falta muito para edificar uma sociedade perfeita de valores materiais e espirituais, porque em cada esquina o Diabo anda à espreita, como anda nos momentos em que dou esmola e fico a pensar na falsidade de me pedirem "por amor de Deus"...

Sem comentários:

Enviar um comentário