Carta para o meu irmão ou irmã espiritual, crente ou não,
na Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo
Neste dia, especialmente para ti, querido irmão ou irmã que por um motivo injustiçado te sentiste arrumado a um canto e abandonado por aquele ou aqueles de que nunca julgaste vir
a sofrer tal atitude.
Queria lembra-te uma lição antiga que faz todo o sentido neste tempo de Páscoa e nos remete para o sofrimento de Jesus.
Os fariseus, muito antes do Sinédrio o ter
condenado à morte, fizeram tudo o que puderam para o por o arrumar a um canto, tendo acontecido, até, quando Nicodemos - que conhecia o Seu poder divino - o pretendeu defender, ter ouvido esta resposta cheia de escárnio:
- Também tu és da Galileia?
E, depois, para darem substância à pergunta, acrescentaram:
- Indaga cuidadosamente e hás-de ver que da Galileia não
surge nenhum profeta.(1)
Desconfiados de Nicodemos que se fizera amigo de Jesus - sendo, embora, um membro do Sinédrio e príncipe dos judeus - não acreditando no messianismo Ele assumia por vontade de Deus, arranjaram maneiras de o condenar, na expectativa de o calar para
sempre, julgando que as Suas ideias haviam de ficar sepultadas sob a rocha onde
cavaram o buraco que susteve o pé da Cruz.
Enganaram-se como sabemos.
Jesus não foi arrumado no canto que lhe haviam destinado, nem
ficou abandonado.
Jesus não morreu... Jesus, jamais morrerá!
É verdade, que no nosso tempo, os esbirros da estirpe de
Caifás, não cessam de existir - e isto, certamente, aconteceu hoje, não só contigo, mas
com muitos nossos irmãos - de quererem arrumar a um canto as crenças que vão
beber na doutrina de Jesus, tentando até desfeitear aqueles que no nosso tempo seguem o Homem da Galileia, que era e continua a ser Deus connosco.
De nada vale, porém - se tu e eu - e todos os que
acreditamos na Sua Palavra permanecermos firmes, cada um a seu modo, vivendo na
certeza que Jesus - que lembramos em mais esta Páscoa - vive no mundo,
pregado até na indiferença dos homens malévolos, que há semelhança do ladrão
que morreu ao pé d’Ele sem se arrepender, continuam a ter um diálogo de falta
de respeito pelo divino que está presente no mundo e do qual, eles mesmos,
fazem parte.
Sejamos fiéis.
Jesus convidou-nos à imitação
de Si mesmo, quando disse: Sede santos, como Deus é santo...
Assim , neste tempo de Páscoa, meditemos em tudo
isto.
Perdoa e ama todos aqueles que hoje quiseram colocar-te num
canto e não cessam de querer matar as tuas crenças, fazendo negaças às verdades
que costumas dizer, que não são tuas - nem minhas - mas d’Aquele que no-las
ensinou através dos Seus apóstolos.
Perdoa e procura cumprir, amanhã, mais um dia, mesmo que
seja contra tudo e contra todos, desde que respeites os seus pontos de vista,
mas fazendo que os teus não fiquem dentro do alforje de luz que transportas!
Recebe, meu irmão e minha irmã, neste dia de silêncio pascal o meu abraço fraterno.
(1) - Jo. 7,52
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