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domingo, 16 de abril de 2017

Cristo ressuscitou! Aleluia!



DA LITURGIA

(…)
No primeiro dia da semana, ao romper da alva, as mulheres foram ao sepulcro, levando os perfumes que haviam preparado. Encontraram removida a pedra da porta do sepulcro e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Estando elas perplexas com o caso, apareceram-lhes dois homens em trajes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, eles disseram-lhes: «Porque buscais o Vivente entre os mortos?
Não está aqui; ressuscitou!  (Lc 24 1-6)

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O Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo - Filho de Deus -  é tão grande como a grandeza de quem há-de ser até à consumação dos séculos Aquele que foi a sua causa e a tornou imortal, tendo desde os tempos primeiros sensibilizado a Humanidade rendida à exaltação da figura de quem, sendo Mestre, Rei e Senhor, dizia que viera para servir e não para ser servido, uma das razões mais profundas da sua evocação em que o Amor entre todas as criaturas - a sua Lei Fundamental - deixou raízes na "floresta humana" de que Ele foi o roble maior enquanto viveu e depois da sua morte, assim será para todo o sempre.

Disse d'Ele, Gregório de Narek:


Quanto a mim, não apenas O invoco
mas, antes de tudo, creio na Sua grandeza.
Não é pelos Seus presentes
que persevero nas minhas súplicas:
é que Ele é a Vida verdadeira
e n’Ele respiro;
Sem Ele não há movimento nem progresso.
Não é tanto pelos laços de esperança:
é pelos laços de amor que sou atraído.

Não é dos dons:
é do Doador que tenho perpétua nostalgia.
Não é à glória que aspiro:
é ao Senhor glorificado que quero abraçar.

Não é de sede da vida que constantemente me consumo,
é da lembrança d’Aquele que dá a vida.
Não é pelo desejo de felicidade que suspiro,
que do mais profundo do meu coração rompo em soluços:
é porque anelo por Aquele que a prepara.

Não é o repouso que procuro,
é a face d’Aquele que aquietará o meu coração suplicante.
Não é por causa do festim nupcial que feneço,
é pelo anseio do Esposo.

Na esperança certa do Seu poder
apesar do fardo dos meus pecados,
creio, com uma esperança inabalável,
que, confiando-me na mão do Todo-Poderoso,
não somente obterei o perdão
mas que O verei em pessoa,
graças à Sua misericórdia e à Sua piedade
e que, conquanto justamente mereça ser proscrito,
herdarei o Céu.


Trazer à lembrança este velho poema do místico arménio do primeiro milénio da era cristã - neste tempo em que as Escrituras nos recordam a ida das mulheres de Jerusalém que de perto acompanharam a peregrinação de Jesus e a pregação da Sua Palavra Eterna e se deram conta que o Corpo de Jesus já se não encontrava na sepultura - é um modo de nos lembramos que este Mistério que jamais alguém decifrará nos deve ligar à mística com que Gregório de Narek acaba o seu poema de Amor pela Pessoa do Ressuscitado:

Na esperança certa do Seu poder
apesar do fardo dos meus pecados,
creio, com uma esperança inabalável,
que, confiando-me na mão do Todo-Poderoso,
não somente obterei o perdão
mas que O verei em pessoa,
graças à Sua misericórdia e à Sua piedade
e que, conquanto justamente mereça ser proscrito,
herdarei o Céu.

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