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quinta-feira, 5 de abril de 2018

Uma nota sobre a conquista de Lisboa aos mouros

Primeiro documento datado relativo 
à Tomada de Lisboa e Instituição mais antiga 
de Capela junto a esta Cidade


Transcrição paleográfica do documento

in, "Revista dos Centenários" 1140-1940 
nº 6 de 30 de Junho de 1939 - ano I
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Este presbítero Raol, o autor do texto cuja paleografia se apresenta como está arquivada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, pela descrição que faz esteve presente no cerco de Lisboa em 1147 e que segundo a crónica do tempo durou entre 1 de Julho a 21 de Outubro daquele ano e marca a tomada de Lisboa aos mouros pelo Rei D. Afonso Henriques.

Este documento prova que na refrega da conquista de Lisboa, segundo o texto do presbítero Raol no erimitério e capela dedicado à Beata Virgem Maria - cuja localidade não situa - tendo mandado construir um cemitério adjunto, ali  foram sepultados os ingleses, tanto os que morreram de morte natural, como os que sucumbiram às setas dos Serracenos.

Cerco de Lisboa - Tela de Roque Gameiro
O pintor dignificou a verdade histórica com a representação dos barcos dos Cruzados

Temos, assim, a prova de que D. Afonso Henriques, o conquistador de Lisboa no fervor da Reconquista Cristã começada por Pelágio em Covadonga, contou com a ajuda preciosa dos cruzados que se dirigiam com a  Segunda Cruzada para a Terra Santa, de acordo com este relato:

A 19 de maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por flamengos, normandos, ingleses, escoceses e alguns cruzados germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período d'A Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres, e Saher de Archelle.

A armada chegou à cidade do Porto a 16 de junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o Sul, sobre Lisboa.

As forças portuguesas avançaram por terra, as dos cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.

Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.

No início de outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 20 de outubro.
in, Wikipedia

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