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Recordo-me perfeitamente da cena de ver em acção os resineiros que calcorreavam os antigos pinhais da minha terra.
É uma lembrança que me apanhou em dois estádios da vida: na infância - no decurso das chamadas "férias grandes" passadas na aldeia que me viu nascer - e em grande parte da adolescência, idade que me permitiu aquilatar do duro trabalho dos resineiros que andavam de bica em bica, uma peça metálica previamente cravada no dorso dos pinheiros numa operação destinada à sangria, recolhendo a resina escorrente para a depositar em vasilhas que transportavam às costas, monte acima, monte abaixo.
Deixei de os ver, há muitos anos...
Os velhos montes da minha aldeia outrora pejados de pinhais deram lugar a eucaliptais e foi-se embora o ar sadio, como quase desaparecerem os pinheiros e de todo, as sangrias.
Infelizmente, por esse motivo Portugal - por causa da celulose de eucalipto, do seu crescimento fácil e rápido e do seu lucro apetecível - é hoje, um imenso eucaliptal que cresce "sem rei nem roque" como eu observo de todas as vezes que visito os montes do meu concelho e com mais pormenor e desgosto - os montes da minha aldeia - por onde passo quilómetros sem ver uma pinha, daquelas que antigamente, em casa dos meus avós serviam de acendalhas para atear a lareira.
- Mas... não há aí, legal e com assento parlamentar um "Partido Ecologista os Verdes" criado para defender a ecologia?
- E, embora, sendo esta complexa na sua natureza multidisciplinar, não lhe cabe cuidar do ambiente em que se está a transformar Portugal, onde o eucalipto passou a ser "rei e senhor" do seu arvoredo florestal?
- E esquecendo este Partido, o que têm feito os outros, a este propósito?
Quem me responde?
Ou Portugal está condenado a ser um enorme eucaliptal?
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