Neste momento há um trio de fragilizados na vida política portuguesa.
- O Presidente da República pela cobertura que deu ao governo e de que é emblemática a cena do chapéu de chuva com António Costa, em Paris, e as palavras que disse: Estão a ver o que é a colaboração entre os dois poderes? Vejam bem: quem tem o guarda chuva é um PM de esquerda, e quem é apoiado é um PR que vem da direita. Acresce a tudo isto o facto de não ter tido força suficiente para levar António Costa a desistir de ver promulgado o diploma que alterava o Estatuto do Gestor Público, ainda que o tivesse feito com avisos…
- O Primeiro - Ministro que com a sua equipa ministerial apoiou o diploma de Mário Centeno de alteração ao Estatuto do Gestor Público no dia 8 de Junho de 2016, fazendo vista grossa à lei 4/83 de de 2 de Abril que obrigava o controlo público da riqueza dos titulares de cargos políticos, tendo o mesmo sido promulgado em 30 de Junho e só publicado no DR a 28 de Julho, num tempo em que a Assembleia da República ia de férias…
- Mário Centeno, apesar de ser o menos culpado nesta trapalhada em que se viu metido, tendo a seu favor a pouca prática dos jogos rasteiros onde se move a nossa política caseira, mas pelo facto de ter mantido – sem um pedido de desculpas ao povo português – a feitura de um diploma para agradar à condução que lhe cabia, institucionalmente, de gerir a nomeação do CEO e dos restantes Administradores da Caixa Geral de Depósitos.
Eis, porque, fragilizado que está o Presidente da Republica, não tem - devido a ter andado de água e pucarinho a apoiar este governo - de o demitir, que era o que devia ser feito para ser honrada a compostura política e, sobretudo, a Democracia, que sai a coxear deste triste episódio, que eu lamento, tanto a forma como foi concebido, como o conteúdo que deu "pernas para andar" a um assunto que nem um passo devia ter dado estando em vigor a lei 4/83 de 2 de Abril.
Será que agora se legisla consoante a "cara do freguês"?
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