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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Pelo respeito pelos eleitores saúdo o livro "Quinta-Feira e Outros Dias"!

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"Marcelo diz que não tenciona escrever as memórias da sua Presidência"

Uma afirmação destas dias depois de Cavaco Silva ter publicado um livro das suas memórias do tempo em que exerceu as funções de Presidente da República, pode ser inócua, mas deixa-me a pensar - até porque Marcelo Rebelo de Sousa - não diz que nunca fará o mesmo, mas que não tenciona escrever as memórias da sua Presidência.

Mas como atrás do tempo, temo vem, penso que o Presidente da República pode mudar de atitude, porquanto a história contada pela primeira pessoa - aquela que a viveu - tem mais liquidez literária, pelo que - na minha opinião - o que Cavaco Silva fez com a publicação do seu livro "Quinta Feira e Outros Dias" foi prestar de contas, em primeiro lugar,  àqueles que o elegeram para o cargo público que desempenhou.

 Foi uma acção respeitosa.

Entendo, por isso, que Marcelo Rebelo de Sousa, se mudar de opinião daria um contributo valioso para  fazer entender àqueles que o elegeram  e a todos os portugueses os dias vividos em honra do cargo, que é público - e é o mais alto que se exerce a nível político - pelo que dar conta do que se fez e correr o risco do contraditório, porque nunca agradamos a todos, é um acto nobre de quem não tem medo de, em consciência relatar o facto de tudo ter feito em defesa do interesse de Portugal.

E, porque é gratificante o respeito que se deve ter por aqueles que o elegeram fico a pedir que Marcelo Rebelo de Sousa mude de opinião, chamando à colação Churchill que nas páginas de "Memórias da Segunda Guerra Mundial" um tempo em que liderou a resistência entre 1940 e 1945, apoiando-se na sua vida pública colocou no papel a sua perspectiva histórica, como testemunho de alguém que viveu de perto os acontecimentos e foi responsável por decisões que afectaram o curso das coisas.

É por pensar que qualquer homem público relevante, seja entre nós ou como aconteceu com o Primeiro Ministro inglês, tem quase como dever deixar a sua impressão do que viveu, sentiu ou afectou o curso das coisas públicas.


Eis, porque, tomo como exemplar o livro de Cavaco Silva - que já fez o mesmo - quando foi Primeiro-Ministro.

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