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domingo, 5 de fevereiro de 2017

5º Domingo do Tempo Comum - Ano A - 5 de Fevereiro de 2017

                                                      Localização da cidade de Corinto num antigo Mapa 
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DA LITURGIA DESTE DOMINGO
Leitura da Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios (2, 1-5)

Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria humana, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.
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A cidade de Corinto a cujos habitantes S. Paulo se dirige nesta Primeira Carta, foi arrasada durante a terceira guerra púnica e foi reconstruida por César no ano 44 a.C. em honra da deusa Afrodite em cujo templo se praticava a prostituição sob o beneplácito da deusa, era tristemente conhecida pela sua vida licenciosa, sendo ao mesmo tempo um centro de cultura filosófica e literária que acolhia de dois em dois anos os Jogos Istmicos, assim chamados por se realizarem no Istmo de Corinto que ligava a Grécia ao Peloponeso.

S. Paulo chegou a Corinto no termo da sua segunda viagem missionária e de acordo com o relato bíblico permaneceu ali cerca de dois anos disposto a refundir o ambiente que continuava adverso à pregação do Evangelho, tendo fundado ali uma pujante comunidade cristã.

A Carta - ou Epístola como a Igreja a conhece - dá-nos de sobra motivos de reflexão, porquanto, o Apóstolo, um dos convertidos mais célebres de toda a História da Igreja Romana não se dirige aos habitantes da cidade que desejava conquistar para Jesus, com sublimidade de linguagem, mas antes, falando-lhes de um modo cheio de temor e a tremer deveras, baseando-se - ele que era um sábio da palavra - não na sabedoria humana cheia de rodriguinhos e na manifestação do muito saber e da vanglória que ele costuma dar aos vaidosos - mas estribado na poderosa manifestação do Espírito Santo, essa terceira Pessoa da Santíssima Trindade que une todos a uma mesma Fé.

Esta lição de S. Paulo - que fora o mais brilhante aluno da Escola do professor Gamaliel e membro poderoso do Sinédrio, essa assembleia religiosa judaica que julgava o povo de acordo com a lei de Moisés - tendo, portanto, se ele quisesse eloquência bastante para seduzir hipnoticamente quem o ouvia - não se valeu da sua muita sabedoria humana e ao invés, falou por palavras simples e entendíveis aos seus ouvintes.

Esta atitude devia merecer a estima a muitos bem-falantes que todos conhecemos, até mesmo quando se dispõem a falar de Deus, que se saiba através de Jesus Cristo falou aos homens por palavras simples, objectivas, profundas na intenção mas concisas no modo como foram ditas, tal como fez o Apóstolo Paulo aos habitantes de uma cidade desvairada nos costumes a que era preciso dizer palavras não fundadas na sabedoria humana, mas no poder de Deus.

Por que razão o Mundo, em grande parte, anda esquecido desta verdade?

1 comentário:

  1. Meu irmão em Cristo e de afecto: Se houvesse de procurara história de S.Paulo, aqui a encontraria, se desejar conhecer a força da fé deste convertido a Cristo, porque profundo sabedor dos meandros da fé judaica, la chegaria, como ele, iluminando toda a verdade revelada dos livros sagrados à luz da ressurreição desse homem que mataram e está vivo para sempre. Obrigado por este texto que não deixa de fora nenhum aspecto do entusiasmo de S. Paulo.

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