É acreditando nas rosas que as fazemos desabrochar.
Anatole France
Olhando a mirada em frente do barqueiro, dir-se-á que ele leva nos olhos a crença de que por entre o verde das margens ou, até, no basalto rochoso dos montes - e, quem sabe, no azul nublado do céu - só ele é que vê a rosa de que nos fala o feliz pensamento de Anatole France, e que ele sabe, vai desabrochar pela força da sua vontade.
Impressiona esta imagem.
Olhando-a atenciosamente, vê-se que o barco corta a direito a água do rio, estando o remo pousado horizontalmente sob as pernas do barqueiro, o que nos transmite o poder da crença do seu olhar em frente.
Não é, pois, a força do remo que dirige o barco.
É, antes, a força do seu olhar e o poder da sua vontade!
Impressiona esta imagem.
Olhando-a atenciosamente, vê-se que o barco corta a direito a água do rio, estando o remo pousado horizontalmente sob as pernas do barqueiro, o que nos transmite o poder da crença do seu olhar em frente.
Não é, pois, a força do remo que dirige o barco.
É, antes, a força do seu olhar e o poder da sua vontade!
Vauvenargues, a este propósito, falo deste modo:
Não temos vontade que não seja produzida por alguma reflexão ou por
alguma paixão. Quando levanto a mão, é para fazer uma experiência com a minha
liberdade ou por alguma outra razão. Quando me propõem um jogo de escolha entre
par ou ímpar, durante o tempo em que as ideias de um e de outro se sucedem no
meu espírito com rapidez, mescladas de esperança e temor, se escolho par, é
porque a necessidade de fazer uma escolha se apresenta ao meu pensamento no
momento em que par está aí presente. Proponha-se o exemplo que se quiser,
demonstrarei a qualquer homem de boa-fé que não temos nenhuma vontade que não seja
precedida por algum sentimento ou por algum arrazoado que a faz nascer. É
verdade que a vontade tem também o poder de excitar as nossas ideias; mas é
necessário que ela própria seja antes determinada por alguma causa. (...)
in, "Discurso Sobre a Liberdade"
..............................................................................
É esta causa que tem de fazer com que se sonhe a existência da rosa e se veja o seu desabrochar, ainda que seja no meio do maior lamaçal.
Efectivamente, não existe nenhuma vontade que não seja precedida por algum sentimento, razão, porque - voltando à feliz imagem do barqueiro a olhar em frente - existe em qualquer um de nós, o sentimento da necessidade de nos ultrapassarmos em busca da realização da crença, seja ela material ou espiritual, por ser por aqui que passa o caminho mais recto para encontrar a rosa sonhada, ou seja, aquele momento da vida em que, vencido o caminho se descansa e se dá graças a Deus pela meta alcançada.
Eis, porque, olhar em frente é o que se impõe em cada dia ou em qualquer uma das jornadas que ele nos apresenta, porque no fim, a rosa - ou seja, o sonho procurado - há-de desabrochar!
E tudo isto resulta de se acreditar... e porfiar!
Sem comentários:
Enviar um comentário