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terça-feira, 13 de março de 2018

"Viajando" pelo Aqueduto do Alviela


Casa das Máquinas 
da Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos

fac-símile da Revista "O Occidente" nº 70  de 15 de Novembro de 1880
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Ler esta notícia com com cerca de 140 anos é um motivo de encanto pelo colorido da descrição que traça com a perfeição do pormenor tudo o que vai desde a técnica mecânica dos equipamentos ao operador - o maquinista - que sem sair da casa das máquinas tinha "um indicador da altura da água no reservatório" e tudo o mais que lhe permitia aferir do complexo mecânico de onde podia ajuizar do abastecimento aos reservatórios externos de águas - o da Verónica com 970 metros - O do Monte, na Penha de França com 1.390 metros - donde por acção da gravidade num percurso de 2.700 metros abastecia o do Arco das Amoreiras.

O porquê da construção desta Estação Elevatória?

Reza a história coeva do último quartel do século XIX que o crescimento da população residente em Lisboa - quando começaram a chegar em número considerável as migrações do interior do País esquecido pela centralidade do poder na já decadente Monarquia Constitucional - e que o abastecimento do Aqueduto das Águas Livres se tornara insuficiente, pelo que entre os anos de 1871 a 1880 se deitou "mãos à obra" para encanar as nascentes dos "Olhos de Água" no designado Aqueduto do Alviela, terminando este no Reservatório dos Barbadinhos, onde se veio a construir a Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos com o fim de, através de um sistema sifonado, servir as zonas altas e baixas da Cidade de Lisboa.

Serviu para o efeito a cerca de um extinto Convento Franciscano dos frades Barbadinhos, passando a designar-se por "Reservatório dos Barbadinhos" onde se construiu a referida Estação Elevatória, inaugurada em Outubro de 1880 e tendo ocupado para aquele fim um tempo que se prolongou até 1928.

A Estação Elevatória dos Barbadinhos é, hoje, o Museu da Água, dos mais famosos de Lisboa, por ser único e todo ele, uma peça museológica que nos fala em cada recanto do engenho do homem que Deus destinou para "grandes coisas" como esta em que a par da necessidade sentida em Lisboa do seu abastecimento de água, trabalhou proficuamente a mente humana num alarde inequívoco do seu zelo em servir a sociedade.

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