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sábado, 27 de agosto de 2016

Uma paisagem familiar

Os meandros do Zêzere na zona da Amoreira (Pampilhosa da Serra)
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Sempre que por ali passo os meus olhos mergulham neste pedaço coleante do rio Zêzere e a sua postura líquida em torno dos montes telúricos, pela demora que faz num extenso território do velho concelho de Pampilhosa da Serra que ele serve como a sua fronteira natural que divide com o concelho de Oleiros, deixa-me a pensar que o Zêzere enamorado daqueles locais paradisíacos demora-se, de propósito no namoro que lhes faz e, por isso, dobra-se e desdobra-se dengoso a cantar numa dobra mais rápida, ou como na foto, sereno a esbater-se contra as margens que não o comprimem por serem generosas pela sua inclinação natural, sempre prontas a recebê-lo seja de Verão ou Inverno.

Neste local o rio Zêzere é um dos mais belos espectáculos que é oferecido, quer seja ao viajante que pela primeira vez o aviste ou naquele - que como eu - sou seu velho conhecido e sempre regalado de o ver naquele abraço aos montes que parecem terem sido criados para que ele - pela demora que faz - fizesse deles as sentinelas privilegiadas da sua toalha líquida que corre para o Tejo, sem pressas para que o possamos admirar.

Deste rio disse Duarte Nunes de Leão que ele vai meter no Tejo com tanto furor e ímpeto que a água dele vai distinta da do Tejo num grande espaço, o que significa que as suas águas filtradas pelos vales do montes entram na confluência com o grande rio peninsular de tal modo, que deixam a sua marca até esta se perder na poluição do grande rio que corre para Lisboa.

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