Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Elegia



ELEGIA


E o vento uiva na rua
Medonhamente!
Na vidraça nua
E na alma da gente!

E varre em fúria
As folhas mortas!
E numa lamúria
Cicia p’las portas!

E ergue a lama,
Que foi pó dos caminhos!
E sacode a rama
Das árvotese sem ninhos!

E o vento em cantiga
Entre p’los postigos!
E tanto fustiga
Os pobres mendigos!

E não se cansa
E nem s’acalma!
Passa uma criança
E chora minh’alma!

E o vento continua
A canção inclemente,
Na vidraça nua,
Na alma da gente!


( De um livro a publicar sob o titulo Vela ao Vento)




Sem comentários:

Enviar um comentário