ELEGIA
E o vento uiva na rua
Medonhamente!
Na vidraça nua
E na alma da gente!
E varre em fúria
As folhas mortas!
E numa lamúria
Cicia p’las portas!
E ergue a lama,
Que foi pó dos caminhos!
E sacode a rama
Das árvotese sem ninhos!
E o vento em cantiga
Entre p’los postigos!
E tanto fustiga
Os pobres mendigos!
E não se cansa
E nem s’acalma!
Passa uma criança
E chora minh’alma!
E o vento continua
A canção inclemente,
Na vidraça nua,
Na alma da gente!
( De um livro a publicar sob o titulo Vela ao Vento)
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