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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

"O Teu Olhar" - Um poema de Xavier de Carvalho


in, "O Académico" - Revista Quinzenal Ilustrada - nº1 - 1878
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"Os olhos são os intérpretes do coração", disse Pascal como se quisesse aludir  a um outro pensamento de origem judaica "São os olhos que dizem o que o coração sente", ou ainda, de um modo amoroso "Não se deseja o que o olhar não veja", um conceito da alma portuguesa que o Poeta Xavier de Carvalho tomou a peito com este "O TEU OLHAR", que é, na poesia portuguesa um olhar de amor feito poesia da melhor que tem cantado o amor em Portugal.

"DEUS" - Um soneto de Adelino Veiga


in, Ilustração Popular - Ano 1º - 2 de Julho de 1884 - nº 1
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"Ser poeta é"... a partir de um quadro da vida que preenchem as três primeiras estrofes deste soneto, completá-lo com " a grandeza de Deus" que tornou para as almas sensíveis quadros assim, em que a vida como ela deve ser vivida se assume por inteiro quando ao cair do dia "Entre cortinas de ouro o sol desmaia"...

"Ser poeta é"... saber tirar do vulgar dos dias a chama refulgente do dom de viver, agradecendo a Deus que "se ergue em minh'alma" - no dizer do Poeta - uma chama "mais viva que o sol", com a particularidade de não queimar por ser uma chama de salvação e que devia ser de conversão para todos os que não acreditam, mas que têm, por acção directa do Criador, bem dentro de si mesmos, quantas vezes, bem no fundo, um sentimento divino de que todos somos portadores.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Viajar para o "nosso quarto interior"

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Xavier de Maistre (1763-1852)

Recordo-me de um dia ter lido um livro famoso de Xavier de Maistre - VIAGEM À VOLTA DO MEU QUARTO - tendo como base uma fábula escrita no estilo de uma grande narrativa de viagens e que é, somente, um relato autobiográfico de um jovem oficial que se encontra detido no seu quarto durante seis semanas e que, na observação que faz da mobília, dos quadros e decorações, vê nelas paisagens de uma terra longínqua.

Aquele oficial fez a grande viagem "para dentro de si mesmo" como nos aconselha o "Autor Desconhecido", ou seja, para a necessidade de penetrarmos a fundo de vez em  quando no nosso interior e ver nele, plasmados, no nosso "quarto interior"  a mobília, os quadros e as decorações a necessitar de ser limpos das superficialidades humanas que, vezes demais, impestam a nossa vida.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Sobre o perdão...



Este "Autor Desconhecido" era um conhecedor do mundo!

E este seu conceito prenhe de humanismo levou-me até um outro conceito de alguém sobejamente conhecido, o pastor protestante estadunidense, Martin Luther King Jr., no tempo em que se tornou um líder dos direitos dos negros na sua Pátria e em todo o Mundo com a sua campanha de não violência e de amor pelo seu semelhante.

Disse, ele; "O perdão é um catalizador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício" e foi, também, muito sábio, porque quando não perdoamos, perdemos no mínimo, duas coisas:

  • A paz interior que é capaz de nos tirar o sono e fica a dormir "em nossa cama".
  • A possibilidade de haver "um reinício" e passar adiante.

Dou graças a Deus por este "Autor Desconhecido" que me deixou a pensar nisto!

terça-feira, 27 de novembro de 2018

O Advento


S. João Baptista: O Anunciador da Luz!
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Uma leitura do Advento : S Lucas, Cap. 21, 25-28;34-36

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia irão apoderar-se das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definha­rão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. Então, verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade. Quando começarem a acontecer essas coisas, reani­mai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação.
Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preo­cupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso. Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra. Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos esses males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem.
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São quatro as Figuras do Advento

Isaías
É o profeta da esperança que nos tempos em que o Povo de Deus vivia exilado nunca deixou de lhe incutir a consolação futura num tempo que não lhe pertencia definir, mas ele deixa antever nos cap. 40 a 55 do seu Livro, quando fala de um tempo novo que havia de vir com o êxodo daquele Povo expatriado, fazendo assim o anúncio de uma nova Jerusalém, antevendo que o que nela aconteceria havia de marcar - para todo o sempre - os homens de todos os tempos

João Baptista
A figura de João Baptista ao ser o precursor do Senhor e apontá-Lo como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo, por ser um caminho que ao apontar para Jesus pretendeu com essa pregação que a Ele fossem dadas todas as honras, enquanto ele por si mesmo se apagava..


Maria
Viver o Advento unido à Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento é, levar o pensamento até ao momento da Anunciação e aquilatar que até o próprio Deus precisou do SIM de Maria, razão mais que suficiente para pensarmos que Ele também precisa do nosso assentimento para nascer dentro de nós, se como Maria lhe dissermos - Faça-se em mim presente a Tua Palavra - e, desse modo, na espera confiante que é preciso ter haja a conversão de um modo diferente de viver e possamos entender que a na espera de Maria para celebrar o Natal de Seu Filho encontramos a realização e a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.

José
Nos textos bíblicos do Advento destaca-se  José, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adoptivo de Jesus. Sendo da descendência de David e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação do Verbo.
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É com estas excelsas figuras que nos aprestamos numa espera jubilosa em que devia existir mais espaço para Deus nas vidas de cada um de nós, para que o seu próximo Natal O tornasse presente sem grandes festas e honrarias falhas de espiritualidade quando elas servem mais para espelhar grandezas sociais e, antes, com a oportunidade que este tempo de Advento nos dá, sentirmos que é preciso ter olhos novos para nos vermos por dentro, que é essa a grande cegueira em que vive uma grande parte de uma sociedade mercantilista, que até, neste momento que devia ser de prospecção interior, não perde esse pendor.

Que o texto que acima se captou do Evangelho de S. Lucas e, onde, ele adverte deste modo perspicaz: Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preo­cupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso, ou seja, que este tempo de preparação para receber o Natal  tenha a espiritualidade de nos despertar para o grande momento que vamos viver e ele, não seja vivido improvisadamente, mas exista o sentido do despertar verdadeiro para o Natal de Jesus, a Festa maior da Humanidade por ser o seu SINAL maior.

Um Santo tempo de Advento para todos!

domingo, 25 de novembro de 2018

As lendas das Senhora do Cabo



AS LENDAS NA ORIGEM DO CÍRIO E DAS FESTIVIDADES POPULARES


As lendas da Senhora do Cabo na sua formulação ingénua, mas crente, têm por base as Escrituras da Bíblia Sagrada, pese embora o facto de serem narrativas de origem popular criadas e transmitidas oralmente, como um produto nascido da imaginação colectiva de um grupo de pessoas ou de um povo, que ali, na penedia agreste do Cabo Espichel, olhando o fervilhar das águas oceânicas sentiram no desconhecido que então se vivia a força sobrenatural de Deus cujo alto Espírito vogava sobre as águas do grande Mar.

A veneração a Nossa Senhora do Cabo nasceu, efectivamente, de acontecimentos extraordinários acontecidos na Serra da Arrábida que deram origem às respectivas lendas que se foram enraizando na alma popular, “como coisas que devem ser lidas”,  como as que se fundam  nos acontecimentos ocorridos no Cabo Espichel, e que ao terem sido apropriadas pela comunidade local e pela sua força se tornaram credíveis pela comparação entre o teor das suas narrações e os factos ocorridos e commumente aceites pela sociedade.

 Temos, assim, que as lendas da Senhora do Cab são uma explicação plausível e aceitável para algo que ali aconteceu que sem ter uma explicação científica comprovada, a sobrenaturalidade se encarregou de combinar o facto histórico da existência da Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo, com o Mistério do aparecimento de uma sua Imagem naquele local com o fim de transmitir através da força da fé um incentivo de ordem real a um povo, que naquele preciso momento estava, com a Reconquista Cristã, a concluir em  território nacional ( o que viria a acontecer em  1249) a expulsão muçulmana de uma crença contrária aos ideais que haviam estado na origem da Pátria Portuguesa.

A primeira lenda diz que “a venerável imagem de Nossa Senhora apareceu cerca de 1215. Pertencia a um frade eremita de S. Agostinho, Hildebrando, que viajava numa embarcação mercante inglesa, que, quando se dirigia a Lisboa, foi apanhada, já noite cerrada, por tão violento temporal que nem o leme manobrava. Nesta aflitiva situação, quando todos se viam já ameaçados de se afundarem ou de se despedaçarem contra os rochedos, o frade pretendeu ir buscar a santa imagem para que, em conjunto, implorassem a divina protecção — surpresa, tinha desaparecido, com as alterosas ondas que invadiam a embarcação. Mas a sua fé naquela representação de Nossa Senhora era tão grande que, mesmo assim, incitou a que todos a evocassem de joelhos e se lhe recomendassem. Eis então que, de repente, forte luz rompeu o denso negrume da noite, como um sol, e amainaram os ventos e sossegaram as ondas. Com bonança, navegaram em direcção à luz e deitaram ferro junto à costa. Ao amanhecer, desembarcaram, curiosos de se inteirarem da origem da estranha e milagrosa claridade, e, subindo a escarpa, lá se lhes deparou, maravilhados, a precisa imagem de Nossa Senhora que havia desaparecido na véspera — fonte do luzeiro e da acção apaziguadora da intempérie. Em sinal de reconhecimento e de admiração, por entenderem que a Senhora tinha eleito aquele local, não a quiseram retirar e, nesse exacto lugar, construíram-lhe uma ermida, que Frei Hildebrando e o seu companheiro de viagem, Bartolomeu, fidalgo e também inglês, conservaram com reverente zelo”.
in, http://www.lendarium.org/narrative/n-sa-do-cabo

A segunda lenda remonta ao ano de 1410, quando um habitante de Alcabideche, desde a Serra de Sintra viu uma luz intensa como uma estrela no cimo do Cabo Espichel, tendo sido avisado em sonho por Nossa Senhora que naquele local ela havia de encontra uma sua Imagem que havia séculos ali estava a pedir que os devotos lhe prestassem culto.
De imediato pôs-se a caminho, mas tendo anoitecido por altura da Caparica, pediu pousada a uma mulher daquela local a quem referiu o sonho que tivera. Aconteceu que ao acordar não viu a sua hospedeira e pôs-se a caminho do Cabo, onde a veio a encontrar em oração à qual se juntou, tendo na frente dos olhos a Imagem que vira no seu sonho e de que resultou que os povos de Alcabideche e da Caparica, em grande número passaram a peregrinar até à àquele local.

A terceira lenda conta que um grupo de vários homens do sitio de Caparica, que iam á serra cortar lenha, foram os que tiveram a ventura de primeiro ver a Senhora, divergindo neste ponto das lendas anteriores, mas convergindo no essencial: no aparecimento da Imagem da Virgem Nossa Senhora.

Paralelamente a estas tradições existe ainda outra – a que chamaremos a quarta lenda - que nos dá conta do milagroso aparecimento da Senhora da Pedra de Mua.

Frei Agostinho de Santa Maria (17, Tomo II, p. 474) narra-a com pormenores: «(…) afirmam que a Senhora aparecera na praia que lhe fica em baixo da mesma penha, onde se edificou a Ermidinha, e que aparecera sobre sua jumentinha, e que esta subira pela rocha acima, e que ao subir ia firmando as mãos, e os pés na mesma rocha, deixando impressos nela os vestígios das mãos, e pés (…)». Sublinhando que «de ser isto assim o afirmava a tradição dos que viram estes mesmos sinais, que hoje já tem gastado, e consumido o tempo», acrescenta que a Ermida «se fundou no lugar aonde a Senhora parou, naquela liteirinha vivente que a levava» e que a capela «desfez muitas vezes o tempo; mas a devoção dos que a servem, a reformou outras tantas vezes, apesar dos seus rigores.»
Saliente-se ser frei Agostinho de Stª Maria o único autor antigo a mencionar esta tradição. Todavia, a lenda surge-nos igualmente contada - com alterações - nos azulejos historiados da Ermida da Memória: aí se lê, em autêntica banda desenhada setecentista, que foram os dois velhos de Alcabideche e da Caparica quem presenciou o milagre da subida de Nossa Senhora pela arriba, montada na sua mula e transportando o menino ao colo. Estes azulejos relatam, assim, uma versão composta das duas tradições: a da subida da Virgem e das pegadas da mula, narrada por Agostinho de Stª Maria, e a dos dois anciãos que descobriram a imagem, narrada por Cláudio da Conceição.
in, Wikipedia


Painel de azulejos referente a esta lenda

Temos uma quinta lenda que não se fundando como as antecedentes em casos extraordinários que ganharam raízes pela transmissão oral dos acontecimentos inexplicáveis à razão mais secularizada, assenta historicamente num facto histórico ocorrido na Península Ibérica como era conhecido o território ocidental invadido pelo general berbere Tarik e 711, num tempo em que conforme afirma João Ameal no 1º volume do seu livro “Fátima, Altar do Mundo”  quando diz:  É no século VII que a história encontra na Península a primeira festa em honra da Virgem  Santíssima. Dela nos deixaram  precioso testemunho os padres do 10º Concílio de Toledo (1º de Dezembro de 656).

Vencidos os visigodos na batalha de Guadalete, Tarik iniciou o domínio muçulmano que se eio a estender por vários séculos até ao final da Reconquista Cristã da Península, o que deu origem a que o povo cristão aconselhado e orientado  pelo presbiterado tenha escondido ou enterrado as Imagens da Virgem em sítios ermos ou  inóspitos com o fim das mesmas não serem  descobertas e profanadas. Há quem sustente que a Imagem da Senhora do Cabo teria sido uma dessas e o achado interpretado como um sinal divino. derivando daí o culto secular que ea veio a merecer ao povo cristão.

Esta lenda se não tem o cunho transcedental das anteriores, tendo por base uma realidade histórica que os acontecimentos bélicos originaram, não deixa de ter a sua base no achamento da Imagem, como se a intuição humana tivesse sido conduzida pelo sobrenatural àquele lugar no cimo da escarpa do Cabo Espichel.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A Filosofia em "A Escola de Atenas", um quadro famoso de Rafael


A Escola de Atenas - Obra Prima do Renascentista Rafael Sanzio
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Este afresco famoso que podemos ver no Vaticano, faz parte de outros da autoria de Rafael existentes na Stanza della Segnatura, uma saleta perto da Capela Sistina e onde o Papa Júlio II (1443-1513) fazia despachos e encaminhamentos do dia, na corte eclesiástica.

Nele, o famoso pintor da escola de Florença - que na altura era um jovem  de 25 anos -  primou por deixar exibida para a posteridade quatro temas da sua predilecção: Filosofia, Teologia, Poesia e Direito, um em cada parede.

Pormenor

Neste quadro famoso há duas figuras humanas que ressaltam de tudo o mais e que é muito - os dois grandes filósofos Platão e Aristóteles - cujos gestos expressivos denotam a sua importância no mundo clássico renascentista.

Ao apontar para cima, Platão, de túnica vermelha, representa a filosofia abstracta e teórica e é apresentado segurando o "Timeu" que traça a distinção entre o mundo físico e eterno, opondo o primeiro que muda e perece ao segundo, que é imutável.

Aristóteles com o gesto aponta para baixo, para aquilo que está perto, ao redor, para a filosofia natural, segurando o livro "A Ética a Nicómaco", onde segundo ele, toda a racionalidade prática é teológica, ou seja, orientada para uma finalidade orientada que preside e justifica a maneira de a alcançar, tendo em  vista o usufruto da felicidade.

Em baixo, a figura solitária representa Heráclito vestido com roupa trivial, não esconde a reflexão melancólica em que o desprendimento ante o poder e à fruição de bens materiais, o tornaram antipático aos seus contemporâneos de Éfeso, por desdenhar dos poetas e dos filósofos, refugiando-se na solidão do templo de Ártemis

Três atitudes distintas.

Quanto às demais elas estão suficientemente analisadas por exímios historiadores da arte pictórica - longe do meu campo de observação - que, apenas se quis fixar nas figuras dos filósofos tratados, especialmente dos dois primeiros, uma prova de como é infinito o pensamento e as atitudes humanas que dele promanam, por serem na sua beleza mental uma imanação do Deus Criador que na sua imensa Sabedoria deu a todos os homens capacidades de pensar e agir diferentes, mas tanto num caso como no outro podemos encontrar sinais da sua presença eterna.

E se Bruxelas tiver razão?

https://www.sapo.pt/ de 21 de Novembro de 2018
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Mário Centeno que nunca deixou, por  causa das cativações que tem feito e de que se queixam fornecedores do Estado e Instituições do mesmo Estado que têm vivido espartilhados, que no seu consulado, que tenham havido "orçamentos rectificativos", certamente, vai dribrar Bruxelas e vai provar que ele é que tem razão e Portugal - que têm  a sorte de ter "o Ronaldo das Finanças" - vai sair a salvo dos "desvios significativos" que o diabo que mora em Bruxelas inventou.

Que Sua Excelência me desculpe a ironia, porque, é meu desejo - com  cortes e tudo no bolo do orçamento de 2019 - que Mário Centeno, ou seja, Portugal, não ponha em risco o que Bruxelas prevê.

O que me espanta é que sejam "maus" todos os Ministros das Finanças de Passos Coelho que andaram a tirar Portugal do buraco onde o Partido Socialista o meteu e este senhor ande por aí a passar por entre os "pingos da chuva" pela simples razão de Portugal não ter na oposição alguém que enfrente o Partido Socialista que vive "à solta".

E se para mal dos nossos pecados Bruxelas tiver razão?

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Nossa Senhora do Cabo Espichel


NOSSA SENHORA DO CABO ESPICHEL

UMA TRADIÇÃO POPULAR QUE MERECEU A HONRA 
DO ALTAR-MOR DO SANTUÁRIO QUE LHE FOI DEDICADO EM 1707

O culto a Nossa Senhora do Cabo Espichel tem a sua origem mais antiga no ano de 1215 se atendermos à primeira das lendas que lhe deu origem, e na qual ela nos diz que uma Luz vinda do Céu iluminou o espigão do Cabo Espichel, numa noite de vendaval.

“A venerável imagem de Nossa Senhora apareceu cerca de 1215. Pertencia a um frade eremita de S. Agostinho, Hildebrando, que viajava numa embarcação mercante inglesa, que, quando se dirigia a Lisboa, foi apanhada, já noite cerrada, por tão violento temporal que nem o leme manobrava. Nesta aflitiva situação, quando todos se viam já ameaçados de se afundarem ou de se despedaçarem contra os rochedos, o frade pretendeu ir buscar a santa imagem para que, em conjunto, implorassem a divina protecção — surpresa, tinha desaparecido, com as alterosas ondas que invadiam a embarcação. Mas a sua fé naquela representação de Nossa Senhora era tão grande que, mesmo assim, incitou a que todos a evocassem de joelhos e se lhe recomendassem. Eis então que, de repente, forte luz rompeu o denso negrume da noite, como um sol, e amainaram os ventos e sossegaram as ondas. Com bonança, navegaram em direcção à luz e deitaram ferro junto à costa. Ao amanhecer, desembarcaram, curiosos de se inteirarem da origem da estranha e milagrosa claridade, e, subindo a escarpa, lá se lhes deparou, maravilhados, a precisa imagem de Nossa Senhora que havia desaparecido na véspera — fonte do luzeiro e da acção apaziguadora da intempérie. Em sinal de reconhecimento e de admiração, por entenderem que a Senhora tinha eleito aquele local, não a quiseram retirar e, nesse exacto lugar, construíram-lhe uma ermida, que Frei Hildebrando e o seu companheiro de viagem, Bartolomeu, fidalgo e também inglês, conservaram com reverente zelo”.

in, http://www.lendarium.org/narrative/n-sa-do-cabo

Aconteceu isto num tempo em que a Humanidade vivia a Baixa Idade Média ou 2º período, que abarcou os séculos XI ao XV, dirigindo a cristandade o Papa Inocêncio III (1198-1216) e assistindo-se em Portugal à expulsão do poderio muçulmano que desde o ano 711 ocupou as intenções do povo fiel à Mãe de Deus na Reconquista cristã do território, onde o culto a Nossa Senhora por nunca se ter extinguido, desde o século X, conforme  assinala João Ameal no primeiro volume do seu Livro: Fátima Altar do Mundo, o nosso território da beira-mar, entre o Douro e o Vouga, aparece com a designação especial de “Terra de Santa Maria”, que depois se ampliou a toda a terra portuguesa, porque na verdade, a Virgem dominou desde as margens do Minho aos confins do Algarve, de onde, efectivamente o poder muçulmano foi expulso no ano de 1249.

Aquela Luz vinda do Céu e que veio a dar na terra portuguesa a invocação de Senhora do Cabo à Mãe de Jesus foi um prémio com que a Virgem quis saudar a terra portuguesa, que mesmo durante o domínio a que esteve sujeita, nunca deixou de a glorificar, como aconteceu com a invocação no século XI de Santa Maria do Ocidente, em Faro, cuja cidade, consta-se, teria sido fundada na época visigótica e que, a ter em conta o relato de João Ameal, um cruzado que passou pelo Algarve, no século XII diz textualmente: Santa Maria de Faron.

Todo este fervor mariano se ficou a dever ao nosso primeiro rei, Afonso Henriques, que na tomada de Santarém aos mouros, citando,  ainda, João Ameal nos deixa o seguinte documento firmado por ele mesmo: Desejando agora ter também por advogada junto de Deus a Bem-Aventurada Virgem, coloco-me a mim, ao meu reino, ao meu povo e aos meus sucessores sob o amparo e protecção de Santa Maria de Claraval, como é sabido, uma invocação que ia em direcção a S. Bernardo de Claraval (1090-1153) monge da Ordem de Cister e fundador da Casa “Clairvaux” – Claraval - e que viria a ser a figura mais marcante da Ordem de Cister para quem aquele rei mandou construir em 1152 o Mosteiro de Alcobaça dedicado a Santa Maria.

Podendo afirmar-se que a Reconquista cristã no território português foi obra da religião e patriotismo, não tardou o trabalho da reorganização eclesiástica sob a autoridade moral e religiosa da Santa Sé em obediência ao magistério espiritual do Papa e se antes da fundação da monarquia portuguesa – conforme relata o P. Miguel de Oliveira na sua “História da Igreja” – já tinham sido definitivamente restauradas as dioceses de Braga (1070), Coimbra (1080) e Porto (1114), seguindo a leitura do historiador cristão. no reinado de D, Afonso Henriques, restauram-se as de Lamego (1147?). Viseu (1147?), Lisboa (1147) e Évora (1166); no de D. Sancho I, a egitaniense, na Guarda (1203?) e a ossonobense em Silves (1189), tendo esta sido confirmada em 1253 depois da conquista definitiva do Algarve.

Por tudo quanto se expende somos levados a concluir que a lenda que nos fala o aparecimento milagroso da Imagem da Virgem no Cabo Espichel foi um testemunho com que a Santa Imaculada quis distinguir as Terras de santa Maria e que a Luz vinda do Céu que o frade Hildebrando e toda a marinhagem da nau que se dirigia para Lisboa e se viu acossada pelo tremendo temporal pela altura do Cabo Espichel naquela noite tormentosa, foi a mesma que viu no ano de 1410 aquele habitante de Alcabideche que “desde a serra de Sintra viu um a luz intensa como uma estrela no cimo do Cabo Espichel”, como o assevera um relato deste evento secular.

Ou seja, e em conclusão, a Virgem esperou pacientemente, enquanto ia amparando no seu regaço de Mãe que o povo português lhe desse naquele Promontório desabrido uma morada condigna, o que só veio a acontecer com o início da sua construção em 1701 e foi concluída e sagrada no ano de 1707 pela Casa do Infantado criada em 1654 pelo rei D. João IV, dando-se, então, a trasladação da Imagem da Senhora da Ermida da Memória para a sua nova Casa.


A actual Ermida da Memória, elemento arquitectónico inserido no perímetro do Santuário situa-se no topo da escarpa sul da Baía dos Lagosteiros, no Cabo Espichel.


Segundo uma carta régia de 14 de Abril de 1366, de D. Pedro I, este local onde existiu a primitiva ermida de Santa Maria da Pedra Mua construida neste mesmo ano, era já um local de grande romaria popular.

sábado, 17 de novembro de 2018

"Pôr as barbas de molho"

in, Jornal "Expresso" - 1º caderno - 17 de Novembro de 2018
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Com este aviso - focando-o nas "crises internas" - Rui Rio "pôe as barbas de molho" o que no rifoneiro português quer dizer: "ficar de prevenção" ou "acautelar-se", fazendo, assim, um aviso aos apoiantes do Partido Social Democrata (PSD), e este aviso leva-me até outro rifão espanhol que diz assim: "quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho", querendo significar que todos devemos aprender com as experiências dos outros.

O que fez até agora, Rui Rio?
Aprendeu alguma coisa com os outros?

Não senhor. 
Não aprendeu nada e se nas próximas eleições - como se prevê o PSD alcançar o pior voto popular da sua história a ele se deve por ter sido um opositor fraco ao governo que está em funções, pelo que "pôr as barbas de molho", não é apenas um aviso, é uma confissão de impotência política que tem levado um partido charneira da política nacional, fundador da democracia, a esvair-se, um mal que não deixa prever - sem mudança de timoneiro - que se possa remediar, razão mais que suficiente para que tão depressa quanto possível se mude a agulha deste comboio que vai por aí "sem eira nem beira" - ou seja - "ao Deus dará"...

Que pena eu tenho deste partido... tão partido... que, ou lhe acodem ou desaparecesse de uma vez para sempre ao perder a importância que teve na política de Portugal.

Rui Rio tem culpa?
Tem, sim senhor!

"Disciplina de voto" e ditadura


A "disciplina de voto" que o Chefe do partido impõe numa votação parlamentar aos deputados da respectiva bancada, como não raro tem acontecido em Portugal, é ou não uma ditadura em  que o mais forte deseja ser obedecido?

A resposta tem de ser SIM, porque se coarta ao deputado a sua maneira de agir violentando-lhe a consciência, donde se pode concluir que a democracia, neste caso, deixa que o Chefe do partido se comporte sem respeito pela vontade alheia dos seus correligionários com o intuito de satisfazer a sua - tendo por detrás com as "costas largas" o bem geral -  levando isto a a pensar que um voto assim "arrancado" tem  similitudes com o antigo voto "a bem  da Nação" de triste memória.

É pena que a democracia se deixe vencer, impondo a vontade de um à do grupo, quando a "disciplina de voto" faz valer o seu direito enviezado, que se não é, até parece, deixar entrever aqui algo que retira a liberdade a quem a quer exercer em obediência ao seu direito natural, o mais genuíno de todos os direitos da criatura que o senso comum assevera estar no  uso pleno das suas faculdades mentais.


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

"O mais difícil...



"Acipreste verde e triste"...



António Bersane Leite nasceu em  Lisboa em 1770 e faleceu no Rio de Janeiro alguns anos após a promulgação da Constituição brasileira, tendo-se sido no Reino de Portugal escrivão das décimas n a freguesia de Bucelas e como poeta teve alguma aura a sua colaboração n o "Almanaque das Musas" e mais, acentuadamente com a publicação em 1804 do livro "Quadras Glosadas" que é hoje uma raridade bibliófila e ele dedicou à Condessa de Oyenhauser. D. Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, mais conhecida pela Marquesa de Alorna.

Segundo se pensa - mas sem grande segurança histórica - teria embarcado na comitiva do rei D. João VI na sua fuga para o Brasil em 1807, levando por companhia a sua filha Maria Vicência que havia sido noiva do poeta Manuel Maria de Barbosa du Bocage, mas segundo outra fonte, a sua ida foi posterior, num tempo em  que embarcaram para o Brasil 15 a 20 mil pessoas, porquanto, na comitiva régia teriam seguido, apenas, 500 pessoas.

António Bersane Leite é hoje, um poeta completamente esquecido, mas não deixa de continuar a ser um prazer a leitura das "Quadras Glosadas", um género poétiico que naquele tempo tinha fama e cuja aparição literária em  Portugal remonta ao "Cancioneiro Geral" de Garcia de Resende (1516), em que os chamados poetas palacianos deram uma aura muito significativa àquele género literário.

Não foi o caso, no aspecto fidalgo, de António Bersane Leite que teve, apenas, como fonte inspiradora esta escola literária do século XVI.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Ensina-me, barqueiro!


                                              ENSINA-ME, BARQUEIRO

Feliz barqueiro
Que andas à bolina
O dia inteiro...
Bela é, companheiro
A tua sina!

Ah! Barqueiro rude
Mas cheio de talento;
Vendendo saúde,
És dono de estrelas,
Do sol e do vento:
Ensina-me o modo
De eu ser como és
Assim tão sábio...
Ensina-me a ler
O teu astrolãbio
E a conhecer
Todas as marés!

Ensina-me, barqueiro...
Tenho um barquito
E até tenho um mar...
E é, por isso que em ti que fito
O meu olhar!
Quero, como tu...
- Porque a vida ensina -
Em cima do mar da vida
Andar à bolina!

"O serviço que prestamos"...



segunda-feira, 12 de novembro de 2018

"Mudam - se os tempos"...


https://www.publico.pt/2018/de 12 de Novembro de 2018
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"Conforme se toca assim se dança" - diz o rifão popular - e isto pode-se aplicar a António Costa que em  Abril de 2010 na praça de touros do Campo Pequeno condecorou o cabo José Luís Gomes dos "Forcados Amadores de Lisboa" com a Medalha de Mérito Municipal por "sensibilidade e valentia próprios" da "arte taurina" conforme relata o Público desta data, e, agora, numa carta dirigida a Manuel Alegre que o abordou em "carta aberta", discordando de um ataque latente à continuação das touradas em Portugal, lhe diz que "a tourada como manifestação pública de cultura de violência ou de desfrute do sofrimento do animal" o chocam, mas que o seu camarada de partido não veja nele um "mata-toureiros".

Mas não. 
Não se aplica neste caso o rifão popular... "conforme se toca assim se dança"...porque "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" e António Costa, mudou.

É só ver o que se passa desde as eleições legislativas de 2015.

"Somos o que fazemos"...



domingo, 11 de novembro de 2018

Não há sereias


"Canto de Sereia" - Tela de Jaroslaw Kukowski
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NÃO HÁ SEREIAS

A voz que ouves ao longe
por cima das ondas do mar que inventaste
e onde o teu barco humano baloiça,
tem cuidado meu tonto marinheiro de águas paradas
e escuta bem:
É a voz do teu mar estranho que não dominas
e que julgas no teu sonho vir de lá
como se fosse a voz duma sereia
como a das velhas figuras da mitologia 
que tinham como missão com o seu canto
encantar
todos aqueles que se faziam a um mar traiçoeiro
num dia de temporal 
para ali 
num namoro endoidecido
os destroçar!

"Se o autoritarismo"...



Uma crónica assisada


Preclaro, como acontece nas suas crónicas, o escritor Miguel Sousa Tavares deixa entrever na sua prosa acutilante e cheia de sentido social o facto da assunção das diferenças de gostos marcar a baliza entre o autoritarismo e a liberdade de pensar e agir, com o seu texto: "O Suicídio da Esquerda Democrática" publicado no primeiro caderno do Jornal "Expresso" de 10 de Novembro de 2018, que é na sua análise assisada um aviso sério àquilo que está a acontecer ante os nossos olhos, em que, paulatinamente, a coberto da democracia, a imposição de gostos de satisfação pessoal - como aquele que tomou de assalto a actual ministra da Cultura fazendo-os valer para o colectivo como regra -  são um despautério, porque se escondem neles imposições radicais de uma opinião pessoal para impor uma política de tom moralista e civilizacional contra os que não pensam como a detentora da pasta da Cultura e todos fossem - onde me incluo - uns incivilizados.

Vem  tudo isto a propósito da ministra ter dito, a propósito da tauromaquia que "não é uma questão de gosto, é uma civilização", donde se pode concluir que a imposição na generalidade  de uma ditadura de gosto é descriminatória e, logo, violadora da letra da Constituição, pelo que ao não querer baixar o IVA para a tauromaquia para os 6% - admitindo-o para os outros espectáculos ao ar livre - disse "alto e bom som" que "todas as políticas públicas têm na sua base valores civilizacionais que partilhamos e as civilizações evoluem". 

Na crónica a que aludimos o escritor Miguel Sousa Tavares a este propósito, num dado passo quando desqualifica a ministra "para a pasta que acabava de tomar em mãos", acrescenta o seguinte, que transcrevemos com a devida vénia (sic): "recomendava-se à ministra que entrasse com pezinhos de lã nas suas funções. Mas não: ela, literalmente, resolveu sair à arena e entrar numa tourada para que ninguém a convocara e para a qual não estava preparada, nem política nem intelectualmente. Podia a ministra ter deixado o IVA sobre as touradas como estava, sem dar explicações; podia ter dito que as touradas são um espectáculo rico (o que não é verdade, mas talvez enganasse os tolos); podia ter dito que não são um espectáculo cultural (o que seria objecto de uma discussão sem fim); podia ter inventado muitas e variadas justificações" 

E, mais à frente com a argúcia que o caracteriza, diz mais isto:

"Mas o que não podia nunca era ter invocado o seu gosto e a sua opinião pessoal sobre as touradas para justificar uma política fiscal sobre os espectáculos — e se ela não gostar de circo ou de ballet? E,sobretudo, não podia nunca tê-lo feito num tom moralista e ‘civilizador’ sobre os que têm opiniões diferentes da sua e que arrogantemente despachou como incivilizados, bárbaros, selvagens — e que por ora castiga fiscalmente e que amanhã, em podendo, tratará como foras-da-lei e perseguirá criminalmente. Manuel Alegre tem toda a razão: são atitudes destas que fazem nascer os Bolsonaros. Mas eu vou ainda mais além: não vejo diferença alguma entre atitudes destas — só porque, alegadamente,vêm de uma esquerda urbana e auto declarada civilizada — e as atitudes de um Bolsonaro. Em ambas existe a mesma fé na missão de educar o povo, de lhe impor uma ditadura de comportamento e de gostos e de lhe impingir as novas ‘verdades’, sejam as das redes sociais, sejam as do politicamente correcto — que mais não são do que expressões de um terrorismo ideológico, que dispensa as pessoas de pensar por si próprias".

Atenção, pois.


Não é admissível que o Partido Socialista - de génese fundacional livre e respeitador dos gostos de todos os portugueses - para agradar aos seus parceiros da esquerda totalitária, mormente o BE e o PAN, cujos votos lhe podem fazer falta numa futura eleição, entre por esta deriva de querer impor o gosto de um qualquer dos seus ministros ao colectivo da Nação, que é lá que se têm de arranjar as amas para os combates contra os extremismos por demais emergentes, na actualidade, pelo que neste ponto sirvo-me de novo da prosa viva, sentida e muito firme da parte final da brilhante crónica de Miguel Sousa Tavares, quanto à defesa que é preciso fazer e é tarefa de todos nós:

O nosso Partido Socialista pode pensar que nada disto o deve preocupar. Que a classe média está encantada com os indicadores económicos da conjuntura, com as Web Summits, os ALD, o crédito barato e tantas outras ilusões que no passado nos saíram tão caras. Pois, talvez sim e talvez não. E se estiver apenas adormecida e um dia acordar virada para a direita? E a única direita que houver para a acolher for a que por aí abre caminho?