Gravura publicada pela Revista
"Occidente" de 1 de Agosto de 1878
Quase até ao fim do século XX - e, hoje, ainda, embora, residualmente - os carros de bois foram utilizados como um meio precioso no transporte de cargas pesadas, de tal sorte que em muitos lados de algumas aldeias de Portugal, os seus rodados ainda são visíveis nas marcas que deixaram nas fragas dos carreiros por onde passaram no recolher das colheitas, embalando os naturais com o seu som bem característico.
Há quem afirme que este transporte existiu durante 12.000 anos, algo que não sei precisar, sabendo, embora, que os conheci, num tempo em que nas aldeia da Beira Baixa de então, todas tinham os seus lavradores que os utilizavam para levar o estrume para as hortas, os matos silvestres para o empalhe das sementeiras e tudo o mais, fazendo os velhos carros a que se atrelavam os pachorrentos animais - depois de domesticados - o serviço que hoje é feito pelos modernos tractores mecânicos.
Hoje, os velhos carros de bois estão arrumados ou constituem numa praça qualquer um motivo de enfeite público.
Já não há que faça os "estadulhos"; as "engarelas", e "eixo" e as "rodas", bem como as "caniças" a "rabiça" e o "soalho", que obedeciam a medidas rigorosas do desenho costumado que vinha dos tempos avoengos, tendo o "estadulho", a "caniça" 0,90m e a"rabiça" 1,60m, variando o tipo de madeira consoante as partes do carro, entre o freixo para os"estadulhos", bem como as "rodas", que nalguns lados eram feitas de negrilho.
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