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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Alegoria



Foto capturada de um diaporama recebido
(Peço a benevolência do autor desta bela foto para a eventualidade de alguma ilicitude cometida)


Eis-nos perante uma imagem muito feliz!
Uma ponte ligando o vácuo entre dois rochedos.


Analisando, o que vemos?
O rochedo colocado à direita com todo o aspecto rude da sua natureza inerte, onde não existe qualquer aspecto de vida que não seja o da sua formação granítica.
Ao invés, o da esquerda, tendo a mesma massa quanto à sua formação natural, consentiu que numa das suas frestas - algo que o companheiro também possui - nascesse muito verde e ramudo um arbusto em perfeito contraste com a aridez do outro.



Porque se trata de uma alegoria, é-nos permitido humanizar a imagem.

O rochedo da direita faz lembrar o homem implacável, duro nas suas convicções, de tal sorte que ao pé dele não há espaço para o aparecimento doutro pensar e agir que não seja o seu, presente por cima de tudo e de todos, enquanto o outro se enquadra no homem que sem deixar de ser rígido é tolerante, deixando que ao pé dele possa crescer uma outra ideia e, até, que um outro pensar se intrometa, que no caso - olhando a imagem - é prefigurado pelo nascimento do arbusto.

Resulta daqui - e isto é o que importa reter - que do diálogo que o homem tolerante admite é possível fazer surgir sementes de entendimento como o vizinho de má catadura a ponto de entre os dois surgirem as pontes humanas que se impõe construir.

E, uma vez mais, a imagem que se reproduz, vale por todas as palavras!


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