"De profundis"
Vieste para a minha
vida como um pouco de brisa que vem para a tarde quente de verão.
Vieste, simplesmente.
Apareceste como um
pouco de beleza que eu jamais sonhara ver e que de repente surgiu.
Não quero nada alem
de ti, hoje, e sempre.
Pensei que amar
fosse apenas desejo, contacto de corpos ou ir de mãos dadas.
Aprendi - afinal - que
o verdadeiro sentimento vem de dentro.
Das profundezas da
alma e do fundo do coração.
Autor Desconhecido
Depois de ler este pequeno texto, muito belo pela sua conclusão espiritual, chamando à colação o termo - amor - conclui-se que dele existe uma noção extremamente rica, pelo facto dele exprimir realidades presentes em todas as actuações humanas assentes em três aspectos:
- O sensível.
- O carnal.
- O sentimental ou espiritual.
No texto do "autor desconhecido" eles estão presentes.
- O que aparece quando ele toca facilmente as impressões ou sensações externas no domínio dos sentidos, comportando-se como um pouco de brisa, de mistura com a beleza que não se sonhara encontrar.
- O que aparece e é, apenas, o desejo do contacto dos corpos, motivado pelo movimento do instinto sexual que tende a satisfazer-se.
- O que aparece e procura encontrar no ser amado o bem que existe e se realiza com a ajuda de Deus, na procura de ver nele a perfeição - embora dentro dos limites do humano - mas imbuída daquela imaterialidade denominada a que chamamos alma.
O "De profundis" é aqui que nasce e é - ou devia ser - do reconhecimento da imperfeição humana, que facilmente passa do sensível ao carnal sem cuidar, que afinal - como diz o "autor desconhecido" o verdadeiro sentimento vem de dentro, das profundezas da alma e do fundo do coração.
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