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terça-feira, 9 de julho de 2013

O canto do cisne...

  
Foto de um diaporama da qual desconheço o autor
e a quem peço benevolência de alguma ilicitude cometida
  
Há homens que deram luz - ou assim o julgaram -  e, depois, deixam de a dar.
São "candeeiros" que perderam a chama, mas porque o foram - ou assim o julgaram -  teimosamente, querem continuar a ser ouvidos, ainda que a luz que nos dão são tristezas de um tempo que se foi e não volta mais - o que parecem não entender - advindo daí a pena que se sente sobre o que dizem, quando deviam ser comedidos ou estar calados.
Vem isto a propósito das seguintes palavras de Mário Soares sobre a primeira missa de D. Manuel Clemente, como Patriarca de Lisboa, no passado dia 7 de Julho de 2013:
 

Direi mesmo que foi uma vergonha que infelizmente o vai marcar negativamente perante os católicos sinceros e progressistas, sem falar dos leigos, como eu, que se lembram bem dos tempos em que o fascismo utilizava a religião.
É óbvio que uma Igreja como o Mosteiro dos Jerónimos é um local sagrado. Não se compreende assim que o novo patriarca, que é uma pessoa culta e experiente, deixasse que os políticos presentes fossem aplaudidos sem que ele, patriarca, lhes lembrasse que a Igreja onde estavam é um lugar sagrado, não é um lugar próprio para esse tipo de manifestações políticas.

Vergonha é o que diz Mário Soares.
Um homem que anda a destruir a imagem que construiu, de tolerância e liberdade, porque os que não pensam como ele, cristalizado na linguagem rasteira que tem usado ultimamente são "excomungados" da sua práxis.
Faz pena vê-lo cair tão baixo, ao ponto de querer - se pudesse - proibir as palmas, como se a Igreja, enquanto Templo, fosse um túmulo e não um espaço que recebe homens e lhes dá o dom de expressarem a sua alegria, manifestando-a, como aconteceu no tempo que antecedeu a celebração litúrgica nos Jerónimos.
Saberá Mário Soares que um santo triste é um triste santo e a Igreja, cumprindo como lhe compete o ritual na hora exacta, deixa espaço para se celebrar o dom da alegria?
Que entende um agnóstico como ele, de espaços sagrados?
Houve ali alguma manifestação política?
Se houve, existiu apenas, na cabeça de Mário Soares que não pode com as palmas dadas aos outros, quando estas se afastam de si cada vez mais, pelas atitudes que tem tomado de perfeita falta de senso comum.
A propósito, lembra-se o seguinte episódio:
O Papa emérito Bento XVI numa Missa celebrada durante uma visita pastoral a Aquileia e Veneza destinada a uma multidão de fieis pertencentes a varias nacionalidades que lá estavam para acompanhar a posse de algumas Autoridades Eclesiásticas, enquanto os Bispos se apresentavam e beijavam a mão do Papa para receber a sua benção ouviam-se aplausos e manifestações de apoio dos representantes de cada País ali representado, mas no momento em que a Santa Missa começou, calaram-se todas as manifestações de júbilo humana para dar lugar ao júbilo eclesial que ia ser celebrado.
Foi o que aconteceu nos Jerónimos.
Nada mais.
É claro que as palmas não agradaram, a Mário Soares, em primeiro lugar por não lhe serem dirigidas e em segundo lugar porque saudavam adversários políticos, o que ele não pode consentir.
Mas, então, onde está a liberdade dos outros?

  


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