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quarta-feira, 3 de julho de 2013

O Faquirismo Nacional

Gravura publicada pelo jornal " A Paródia" de 6 de Novembro de 1901
 
 
O verdadeiro faquir procura compreender as leis da natureza e com funciona o seu corpo. Trabalha com elas e tenta empurrar os seus “limites”, até da propria morte. Assim exercícios que seriam muitas vezes fatal para a maioria, o faquir sai ileso, e sorrindo. (in WIkipédia)
 
 
O que se passou, recentemente em Portugal, com as demissões do Ministro das Finanças, Victor Gaspar (dia 1 de Julho) e no dia seguinte com a do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, revela que um e o outro se comportaram como os velhos faquires, ou seja, saírem de cena sem cuidarem dos danos causados à maioria, seja do cidadãos anónimos do País ou dos seus próprios regimentos políticos, desde que saíssem ilesos ou com os danos pessoais e políticos pouco afectados.
De pouco lhes importou, ter causado danos à causa que juraram servir, espetando punhais - como a gravura demonstra - e, depois, abalarem, deixando o País com a "dívida externa" que também se lê na gravura, por saldar e com os credores internacionais de credo na boca, dando continuidade com as suas atitudes à quase ingovernabilidade do País, o que não espanta, porque é algo - tipo ADN - que temos assumido como um estranho lema que provém dos recuados tempos de antes do estabelecimento da nacionalidade.
Lembremos a propósito a velha Ibéria.
Atribui-se ao general Galba, governador da Peninsula no séc. III a. C.  a seguinte frase dirigida ao seu Imperador: Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!
Como se deixa ver, o romano referia-se aos Lusitanos que habitavam uma parte considerável do espaço que hoje é ocupado por Portugal.
Sem saber que deixou, até hoje, esta máxima no intelecto do povo, que parecem ver com na crise política instaurada, o restauro da verdade histórica daquela velha frase do general da antiga Roma, ou seja, à deriva, num tempo em que todo o Portugal político consciente se devia unir para  o resgatar da dívida externa que nos impede de crescer em termos da economia real.
Victor Gaspar abandona o governo a dias de uma nova avaliação da "troika" - representantes dos credores internacionais - e num tempo em que se começava a gizar o orçamento de Estado para 2013-2014, depois de ter criado "maldades" políticas, o que é inqualificável.
Paulo Portas demonstrou - mais uma vez - o seu feitio "camiliano" de procurar cenas, neste caso políticas para fazer o gáudio de uma certa imprensa de que ele ainda se não livrou, como o fez nos tempos do jornal "Independente" , com a agravante de, neste caso, dar cobertura com a sua atitude a um facto real e não inventado.
É um líder que provou não merecer confiança.
Faquires destes não fazem falta a Portugal.

 

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