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sábado, 13 de julho de 2013

Fala Senhor, que o teu servo escuta





Só aparentemente é que vou só na solidão do caminho

Conta-se que em certo dia do início da Primavera alguém andava entre as árvores de um bosque quando se sentiu maravilhado com o renascer da Natureza. Foi então que olhando a folhagem que ia cobrindo o arvoredo num arrebatamento místico pediu a Deus:

- Senhor, fala comigo! E de imediato um passarinho cantou!
Percebeu, então, que fora ouvido e Deus lhe respondera, pelo que, com toda a humildade reconheceu que estar atento aos sinais de Deus é a divisa do cristão. Assim o sentiu aquele caminhante ao ouvi-l’O no gorjeio daquele passarinho e de imediato lhe veio à lembrança o passo bíblico do bem conhecido pedido de Samuel:

Fala, Senhor, que o Teu servo escuta. (I Sam 3, 10)

Vou, também - falando de mim mesmo -  como a personagem da pequena história entre "árvores", num “bosque especial” que é  a vida.
É o “bosque humano” onde tenho procurado ser - vaidade minha! - alguém metido conscientemente no grande Mistério e que me leva a pedir:
Senhor, não estamos na Primavera, mas se quiseres responde-me pelo “passarinho” que quiseres, já que na “Obra da Vida” que me deste também há “passarinhos” que são Teus filhos e merecem ser chamados de meus irmãos. É a recomendação que temos de Ti, e não podemos fugir a ela.
É a Tua Palavra!

Fala, Senhor, que o Teu servo escuta.

Que a “Obra da Vida” me  alerte para sentir nela um dos muitos dos Teus sinais - ainda que seja no meu silêncio - pois, quantas vezes, tem acontecido, ter sido no silêncio mais fundo que tenho encontrado caminhos.

Fala, Senhor, que o Teu servo escuta

Estou aqui, Senhor.  
Estou aqui, neste grande teatro do mundo, em cena contigo, sem ponto, mas tentando não me enganar no texto que me cumpre  dizer em Teu Nome, na certeza que antes de partir para o mundo, tenho de o reflectir de ponta  a ponta no meu silêncio.
É, pois, neste estado de entrega consciente que Te venho pedir, me respondas quando Te aprouver – e como já disse - pelo “passarinho” que quiseres, ainda que seja o mais insignificante da “floresta humana” por onde caminho.
Espero o sinal.
Amanhã é um novo dia e o teu pobre “Samuel” vai erguer-se para Ti com toda a entrega na presunção - e não estultícia -  que ainda tens algo a pedir-me dentro do que posso e sei fazer e porque sei, não me pedes algo superior às minhas forças, peço-Te humildemente:

Fala, Senhor, que o Teu servo escuta.

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