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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Perguntas que pedem resposta


- O que é que sobra ou falta nas vidas dos cristãos de hoje para que a Igreja retome o poder de arrastar os indiferentes e os sem-Deus?
- Que falsidade encerram as nossas vidas para que não possamos apresentá-las como exemplo aos pagãos?
- Em que é que falhamos que não conseguimos convencer ninguém com as nossas vidas, de que Cristo vive?
- Por que nos consideram a nós, cristãos de hoje, inúteis para renovar o mundo, se somos os únicos que possuímos a energia vital para o transformar?
Jesus Urteaga
in, O Valor Divino do Humano

 
As perguntas de Urteaga são, efectivamente, duras de ler mas têm toda a actualidade.
Há um certo adormecimento numa parte da sociedade que reclama para si o estatuto de cristã ao imprimir ao seu quotidiano algum desleixo no exercício da fé, algo que é aproveitado pelos descrentes para justificarem a sua rebelião assumida, sem que lhes ocorra que  no uso do Estatuto de Pai de todos  homens, Deus utiliza-os para a partir deles fazer soar ao Seu Povo a correcção necessária.
O que sobra ou falta nas vidas dos cristãos de hoje, poder-se-á dizer, sobram por demais, nos modos e nos gestos, algumas ausências de amor amontoadas até dar nas vistas pelo tamanho das faltas e assim apresentadas aos que nunca deixam de as apontar, donde se pode tirara a ilação de estar faltando a assunção do inverso, ou seja, o facto de deixar Jesus penetrar por inteiro nas suas vidas.
Esta, é, uma correcção que é preciso fazer.
Jesus não pode viver partido em cada homem, mas tem de viver dentro dele como um todo que é, para ser mostrado desse modo, porque se assim não acontecer a imagem que damos d’Ele é a de uma doutrina soluçante e sem ligação pela falta de conteúdo, donde, parece, ser de todo lícita a pergunta: Que falsidade encerram as nossas vidas para que não possamos apresentá-las como exemplo aos pagãos?
Não nos exasperemos com a pergunta.
É, por vezes necessário sacudir a modorra e perguntar-nos, sem peias – na certeza que Deus não abandona os seus filhos – em que é que estamos a falhar, se não podemos em largas camadas da nossa sociedade apresentar -nos como exemplo aos pagãos?
Porquê? O que se passou? Teremos de o dizer deste modo:
Há uma diferença abissal entre o que se passa dentro do Templo e aquilo que se passa na vida concreta com os nossos semelhantes que não transpõem os seus umbrais, mas que não deixam de nos zurzir com as suas invectivas, que em muitos casos ao tornarem-se desencorajadoras para os cristãos são a causa que justifica a última pergunta de Urteaga, possivelmente, a mais dura de todas.
Mas não podemos deixá-la sem resposta, porque urge renovar o mundo, tarefa que ao não dispensar  qualquer homem, começa por ser em primeiro lugar dos que na edificação da Cidade de Deus já levam um passo à frente, pela emenda que é preciso fazer do que está errado em nós, pois só com esse acto de humildade é que podemos receber o pesar que vem de Deus pelas nossas faltas, quase sempre de omissão, pelo abrandamento da nossa postura de fiéis no mundo em que vivemos.
Os tempos actuais, acirradamente contrários aos valores espirituais, são, é verdade, a causa próxima de algum afrouxamento que se sente na vida dos cristãos, mas não podemos deixar esquecidas as palavras de Jesus: Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância .
E é pela edificação desta vida que é feita de entrega e de amor fraterno que as perguntas de Urteaga e outras, pedem as respostas que nos cabe dar no cumprimento da letra do Evangelho.

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