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sábado, 20 de abril de 2013


OS BOMBOS DA FESTA

 
Gravura publicada pelo Jornal "O Moscardo" de 3 de Junho de 1913
  
Olhando bem a gravura, o que vemos?
Ao contrário do que seria normal, até porque o bombo é um instrumento musical de algum peso e dificuldade de maneio, normalmente é tocado por homens feitos  - e fortes - e o que vemos são dois jovens bumba que bumba a tocar nos bombos maiores que eles, no peso e nos aspecto.
São o retrato perfeito do tempo que temos no que concerne à falta de cuidados que tem merecido dos responsáveis políticos a nossa juventude.
Efectivamente o poder continua a malhar, fazendo dos jovens os bombos da festa, ao ponto de lhes proporcionar cursos académicos sem saída para um mercado de trabalho que o País lhes não dá, ou, havendo-o, encontram as portas fechadas por força de uma economia que não se expande e lhes fecha as portas.
É, evidente, que há outros bombos da festa, como os adultos que perdem os empregos em estádios da vida em que deviam continuar a ser produtivos, constituindo tudo isto a falta de visão de uma Europa cheia de egoísmos nacionais - que chamou "União" - a um processo ínvio que nos conduziu ao estado de empobrecimento a que chegámos, com a agravante, indesculpável de não termos defendido os direitos - e os deveres que têm de estar na mesma medida - dos jovens que são as vítimas dos desvario dos mais velhos, especialmente, dos responsáveis políticos que não podemos deixar de apontar pelas agruras que eles passam ao fazer de bombos da festa, os que, pela idade e pela postura etária perante a vida deviam ser - e não são, verdadeiramente - os heróis da festa da vida que tantos sonharam, com todo o direito, e que nós, os mais velhos lhes matamos o sonho, do qual nunca nos perdoarão.

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