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sábado, 20 de abril de 2013

MÚSICA DOS TEMPOS IDOS

Gravura publicada no Jorna "O Thalassa" de 13 de Março de 1913
  
Diz a legenda da gravura: Chegou a época das desilusões e o Zé verifica, afinal, que o disco - que ele vê à lupa - é falso como Judas.
O Zé Povinho - imagem de um povo bom - que é mesmo bom e confiante demais, parece´, finalmente, que é chegado o tempo de passar a desconfiar dos fala-barato que desde o advento da Carta Constitucional o têm adulado quando é preciso, mas depois, passado o tempo em que pode ser descartado, é massacrado, maltratado e marginalizado, como aconteceu recentemente, em 24 de Abril de 2008 quando a Assembleia da República ratificou o chamado "Tratado de Lisboa", sem ter consultado o povo, embora tal desiderato lhe tivesse sido prometido.
Aconteceu isto, meses antes, quando o PS e o PSD afirmaram a intenção de  o consultar  com o fim de o sentir presente num acto que introduziu profundas alterações a dois documentos europeus anteriores: o Tratado de Roma (1957) e o de Nice (2004) que regularam até àquela data a CEE, em primeiro lugar e, depois, a UE.
Ao que parece fizeram do Zé Povinho uma mole imensa com falta de cultura suficiente para opinar sobre tão magna questão, como se, apenas neles tivesse tomado assento a cultura e o entendimento.
Como se vê, agora, o Tratado de Lisboa nada trouxe de bom para nós, pese embora o gáudio do "porreiro, pá" exclamado pelo anfitreão José Sócrates perante o seu risonho par Durão Barroso.
A música então oferecida até à exaustão falou dos 7 capítulos abrangerem coisas importantes, como: I - Dignidade; II - Liberdade; III - Igualdade; IV - Solidariedade: V - Cidadania; VI - Justiça: VII - Disposições Gerais, e o Zé Povinho, aprovou mesmo sem ter sido consultado no tal Referendo que lhe havia sido prometido ao abrigo da Lei Constitucional.
Foi a música dos tempos idos... mas que não esquecemos.
Mandou-se às malvas o que tinha sido possível nos termos do artigo 115º da Constituição e o Tratado aprovou-se com o beneplácito de todos, incluindo o Sr. Presidente da República que não obrigou os partidos (PS e PSD) a cumprirem a palavra dada e em cima da ofensa cometida ao povo, não teve alternativa.
Claro, que hoje, vê que continuam a ser mentiras a Igualdade, Solidariedade e outras proposições, porquanto, de uma e outras estamos falados desde a grande mentira da Revolução Francesa, verificando-se, tal como a velha gravura ilustra que o disco que o Zé Povinho tem na mão e vê à lupa, é falso como Judas, porque não foi aquela a cantiga que então lhe foi cantada.

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