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domingo, 7 de fevereiro de 2016

"Ano Santo da Misericórdia"


No passado dia 13 de Março de 2015, na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco anunciou a celebração de um Ano santo especial com a abertura da Porta Santa, na solenidade da Imaculada Conceição, a 8 de Dezembro e como o seu fim marcado para o dia 20 de Novembro de 2016, Festa de Cristo-Rei.

Disse o Papa: “estamos vivendo o tempo da misericórdia. Este é o tempo da misericórdia. Existe tanta necessidade de misericórdia, e é importante que os fieis leigos a vivam e a levem aos diferentes ambientes sociais. Adiante!”

Existiu na génese deste acontecimento um significado especial, já que acontecerá no quinquagésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, que ocorreu em 1965 e, foi, em todos os aspectos um chamamento da Igreja à misericórdia que deve assistir a todos os homens, ao centrar a Humanidade na pastoral "Gaudium et Spes", aprovada no dia 8 de Dezembro de 1965, dia de encerramento do Concílio, na qual, não só são enaltecidos os aspectos da Pastoral, como os temas não dogmáticos da Igreja nos seus diversos problemas com o mundo actual, em que a vivência de um tempo da misericórdia, passou a ser uma necessidade existencial, como sublinhou o Papa Francisco ao fazer o anúncio do !Ano Santo da Misericórdia".

MISERICORDIOSOS COMO O PAI


No passado dia 30 de Janeiro o Papa Francisco realizou a primeira audiência do Ano Santo da Misericórdia e recebeu os cristãos que se deslocaram ao Vaticano em peregrinação jubilar para lhes dizer que, pelo batismo, têm um nome novo: "Cristóforo".
"Poderíamos dizer que, no Batismo, recebemos outro nome, além daquele que nossos pais nos dão. O novo nome é ‘Cristóforo’, que significa ‘portador de Cristo. Todo cristão é portador de Cristo!", afirmou o Papa na Praça de São Pedro.

Para Francisco, cada cristão tem a "responsabilidade de ser missionários do Evangelho" e deve anunciar o Evangelho com a alegria de quem guarda uma" boa notícia".
"O sinal concreto de que encontrámos Jesus verdadeiramente, é a alegria que experimentamos a comunicá-lo aos outros", referiu o Papa acrescentando que "esta atitude não é proselitismo, é transmitir um dom que nos foi dado".
"A misericórdia que recebemos do Pai não nos foi dada como uma consolação pessoal, mas torna-nos instrumentos para que outros possam receber o mesmo dom", sublinhou.
O Papa concluiu a primeira catequese sobre a misericórdia, numa audiência pública por mês, a um sábado, na Praça de São Pedro, apelando os crentes para que levem a sério a sua identidade cristã.

"Só assim o Evangelho pode tocar o coração das pessoas e abri-lo a receber a graça do amor", sustentou.

No final do encontro, Francisco convidou o presentes a concretizarem duas obras de misericórdia, rezar pelos defuntos e consolar os aflitos.


Ao ler este texto, sobretudo na sua parte final, de imediato o velho Catecismo que me ensinou a ser "Cristóforo", como nos diz o Papa Francisco, fez-me recordar as 14 Obras de Misericórdia alinhadas em duas partes de sete números cada uma delas, chamadas respectivamente, Corporais e Espirituais.

Deixo-as aqui, juntamente com este célebre quadro do séc. XVII: "O Retorno do Filho Pródigo" de Rembrandt, que faz parte do acervo do Museu Hermitage, em São Petesburgo, e que pela sua terna simbologia assinala, como nenhum outro, o influxo espiritual da Misericórdia de Deus.


Obras de Misericórdia Corporais

1ª - Dar de comer a quem tem fome.
2ª - Dar de beber a quem tem sede.
3ª - Vestir os nus.
4ª - Dar pousada aos peregrinos.
5ª - Assistir aos enfermos.
6ª - Visitar os presos.
7ª - Enterrar os mortos.

Ao passar uma a uma e ao fixar o meu entendimento sobre o que cada uma delas requer da nossa solicitude, dei-me conta, que se no tempo apostólico o cumprimento de cada "Obra de Misericórdia" era um empenho individual, quando o Papa Francisco nos diz que cada cristão tem a responsabilidade de ser missionário do Evangelho, da substância sócio.caritativa, nada mudou, e é obrigação da Igreja e dos seus fiéis organizados ou não em movimentos da sociedade civil, sentirem.se seus executantes activos com o peso do nome que lhes dá o Papa.

E, se isto é uma evidência cristã, esta, não deixa de estar presente no próprio Estado - laical como agora quer ser tratado - que ao ajudar o cumprimento destas sete "Obras de Misericórdia", nas IPSS e congéneres, age, imbuído do espírito cristão.

Obras de Misericórdia Espirituais

1ª - Dar bom conselho.
2ª - Ensinar os ignorantes.
3ª - Corrigir os que erram.
4ª - Consolar os tristes.
5ª - Perdoar as injúrias.
6ª - Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo.
7ª - Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.

Pelo seu próprio nome estas "Obras de Misericórdia", ao contrário do que possamos pensar, como as corporais, não são apenas dirigidas aos crentes, mas a todos os homens, porquanto, se qualquer delas é um apelo à espiritualidade da pessoa humana, esta ao estar presente - pela Graça de Deus - em todos os homens, obriga-os na ajuda mútua que não pode ser negada aos seus semelhantes.

Os contraditórios...


No tempo em que Passos Coelho era Primeiro-Ministro a oposição (PS+PCP-PEV+BE) dizia à boca cheia e mal humorada que Passos Coelho era um lacaio de Bruxelas e da Alemanha, apelidando-o de "bom aluno" por fazer o que lhe era proposto, satisfazendo as normas europeias a que Portugal estava obrigado

Agora que António Costa e os outros que o acompanham na "geringonça" tiveram de se vergar ao mesmo poder, que é legítimo - e que nós aprovamos ao fazer parte da Europa e dos respectivos Tratados - tendo feito o que foi preciso, descaradamente, acusam Passos Coelho e Paulo Portas de serem os culpados do actual governo, ter sido obrigado a emendar as contas... para ver passar o Orçamento!

Os contraditórios, contra todo o bom senso dos portugueses, pensam que, menos eles, todos os outros são tolos.

É de bradar aos céus o dislate desta gente que se viu obrigada a apresentar um imposto colossal e como não sabe como o assumir com lealdade política, culpa os outros...como se toda a virtude fosse coisa deles - e intocável - e toda a maldade na oposição nacional e nos que os obrigam a respeitar as normas processuais que são uma consequência de termos aderido - sem que ninguém nos obrigasse - aos Tratados e às suas implicações sócio-políticas.

António Costa que não se desculpe e assuma os erros cometidos ao aliar-se a partidos anti-europeus, que ao que parece, já o contaminaram...

Lamento este desabafo, mas acima de tudo, a verdade.
Não consinto, na minha idade, que me queiram "passar a perna"!.

Esse navio...



ESSE NAVIO...

Esse navio perdido
Que ainda existe
Na minha recordação
Singra teimoso... persiste
No mar do meu coração!

Esse navio perdido
De um cais há muito sonhado
Onde ninguém o espera
Anda aos baldões sem sentido
A fugir dos muitos escolhos
E a’largar o grande mar
Com a água dos meus olhos!

Esse navio perdido
Teve uma terra e um nome:
Esperança e Alvorada...
Esse navio perdido
É uma imagem alada!

Esse navio perdido
Com sonhos de madrugada,
Perdeu-se na imensidade
De um mar adormecido
Numa concha de saudade...
Esse navio perdido,
Sem velas, sem mastro,
Sem casco... não é nada...

Esse navio...
-Perdi-o!
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 De um livro a publicar sob o título 
VELA AO VENTO

sábado, 6 de fevereiro de 2016

A fábula das contas erradas... do Senhor Professor!


O Senhor Professor gozava da fama de ser um ilustre académico, um facto de tal modo importante que um Gestor, candidato à gerência de uma Empresa de âmbito nacional, velha de séculos, mas naquele tempo recente com alguns problemas que a levavam quase a cair na insolvência, antes de tomar uma decisão atinente à sua gerência, o convidou a fazer um estudo de mercado com as devidas cautelas que o negócio propunha.

O Senhor Professor estudou a proposta e, por fim, por lhe parecer aliciante - até para a suas vaidade pessoal - usou algumas fórmulas mal alinhavadas e, por fim, em frente do Gestor, disse-lhe:
  • Pode comprar a Empresa...
  • Posso, tem a certeza?
  • Pode, sim senhor. Garanto-lhe que as contas que fiz estão certas.
  • Garante?
  • Com toda a certeza!
  • Mas... veja bem. O negócio como sabe, é de alto risco...
  • Não tenha dúvida. As minhas contas vão dar certo.
O Gestor apostou e perdeu no primeiro embate com a realidade do Mercado, o qual por não haver outro apostador na compra da velha Empresa, lhe deu o conselho de refazer as contas, num e outro ponto, o que ele, tendo chamado à liça o Senhor Professor, sem ter outro à mão, depois de o ter admoestado o obrigou àquela incumbência necessária, que redundou, por força do Mercado, em diminuir muitas das metas que tinham sido apresentadas fora da realidade, ou seja, obrigando a Empresa a ser gerida com senso e não com as arbitrariedades que o Senhor Professor obrigou o Gestor a passar por algumas vergonhas.

Por fim, diz a fábula, que a Empresa foi comprada... mas, com pena nossa, a fábula acabou aqui...

Lembrar uma data, na lembrança de um pedido de Jesus Cristo.



No passado dia 25 de janeiro o Papa Francisco, a culminar a semana de oração pela unidade dos Cristãos anunciou uma viagem à Suécia, no próximo dia 31 de Outubro, com o fim de participar numa cerimónia em que participarão a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial, tendo em vista os 500 anos da Reforma Protestante levada a cabo por Martinho Luterro, em Wittenberg, que alastrou significativamente, como se pode ver no mapa (a verde) para os países nórdicos e para outras regiões.

Estima-se que as feridas vão sarando e que nas vésperas da comemoração oficial do evento que ocorrerá em 31 de Outubro de 2017, a Igreja Católica e a Luterana, nascida da acção de Lutero que pretendia acabar com os abusos do catolicismo, se irmanem no sentido ecuménico que não é novo, mas tem a idade de Jesus Cristo, como refere S. João (17, 11):  E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.

Para quando a reabilitação da figura de Martinho Lutero?

Cá vou sereno...


Palavras breves


Na "sala de espera" da estação terminal...


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

"O seu a seu dono"

http://www.dn.pt/de 5 de Fevereiro de 2016
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Diz um célebre adágio português que quando alguém presta justiça a outro por uma acção meritória que se lhe reconhece, faz a cortesia de dar "o seu a seu dono", pelo que as palavras de Angela Merkel, ao dizer que "o antecessor de António Costa conseguiu coisas impressionantes", fez justiça ao anterior Primeiro-Ministro, Passos Coelho.

E isto é verdade.

Passos Coelho - correndo como correu o risco político da alguma impopularidade - conseguiu tirar Portugal da fossa onde o partido de António Costa o meteu entre 2005 a 2011, tendo conseguido a proeza de por a respirar um pouco com algum ar mais puro que conseguiu injectar no tecido social, prestes a afundar-se quando ele tomou conta do Governo.
É pena que em Portugal, o cinismo da luta política o não reconheça, a começar por António Costa, que certamente não gostou das palavras de Angela Merkel, que mais não fez que dizer uma evidência.

Pede-se, por isso, que António Costa ajude - como Passos Coelho ajudou - a erguer o bom nome de Portugal, o que eu duvido, a continuar a dar ouvidos a quem dá... mas, Deus queira que me engane, pois em nome de Portugal, tudo aceito.

"Desculpas de mau pagador"...

http://economico.sapo.pt/ de 5 de Fevereiro de 2016
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António Costa em vez de ver culpas em si mesmo e nos aliados da extrema-esquerda com quem fez o "arranjinho" para ser Primeiro-Ministro de Portugal, vem culpar Bruxelas, que todos nós sabíamos - mesmo sem sermos políticos - que tinha regras que devam ser cumpridas e não levianamente postas em causa com um pré-Orçamento duvidoso das suas potencialidades reais.

Quando se pedia mais gradualismo na implementação das medidas macro-económicas, António Costa para agradar à "geringonça" como é vulgar dizer-se "entrou a matar" escudado em falsas realidades económicas, pelo que vir agora dizer que a culpa é de Bruxelas por "mais impostos e menos crescimento", há aqui, algo que não pode ser entendido, sem antes ser devidamente ponderado.

Diz-se em português pouco académico que "são desculpas de mau pagador"... quando se sabe que a sua estratégia é outra: agradar mais ao trabalhador e menos às empresas com o lançamento de novos impostos, para no tempo oportuno, provocar eleições...

Não se pode dizer que, sendo a política um jogo em que a limpidez deixa muito a desejar, se a virmos por este prisma, António Costa é um jogador astuto.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Papa Francisco sobre a Misericórdia


Na audiência geral do dia 3 de Fevereiro de 2016 o Papa Francisco ao falar sobre a misericórdia, disse:
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Na Bíblia – disse o Papa – aprendemos outro modo de fazer justiça. Não através da punição, mas do perdão que apela à consciência, para conduzir à conversão. O ofendido ama o culpado e quer salvá-lo. Este é um caminho difícil mas possível, por exemplo, como modo de resolução de conflitos na família:

“É este o modo de resolver os conflitos nas famílias, nas relações no casal ou entre pais e filhos onde o ofendido ama o culpado e deseja salvar a relação que o liga ao outro.”
“Certo, este é um caminho difícil. Exige que quem sofreu uma ofensa esteja pronto a perdoar e deseje a salvação e o bem de quem o ofendeu. Mas só assim a justiça pode triunfar, porque, se o culpado reconhece o mal feito e deixa de o fazer, eis que o mal já não existe e aquele que era injusto torna-se justo, porque perdoado e ajudado a reencontrar o caminho do bem.”

É assim que Deus age connosco, com o seu coração de Pai: a sua justiça é o seu perdão – ressaltou Francisco.  Em Jesus, a misericórdia fez-se carne e a verdadeira justiça alcançou a plenitude: fomos perdoados, chamamos a Deus de Pai e, por isso, devemos perdoar àqueles que nos ofendem como Ele nos perdoou.
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Quem tem ouvidos, ouça, é assim que diz a Palavra de Deus.

Cair no real por imposição estranha, é uma tristeza!


http://economico.sapo.pt/de 4 de Fevereiro de 2016


Com a devida vénia captou-se do jornal "Económico" esta caixa do insuspeito constitucionalista Dr. Vital Moreira que, com todo o rigor da sua análise de homem de leis e de político astuto e realista, atirou uma pedra no lago parado tempo demais, como se, por uma arte mágica fosse possível reverter a nosso favor a política europeia, com a mesma e leviana ligeireza como, sem medir as distâncias se fez em Portugal... não se tendo ido mais longe, porque algum bom senso que foi imposto de fora para dentro adoçou a fúria de um Governo acossado... 


Contento-me de saber...


"Bate o Pé"... é uma música que Bruxelas não ouve!


Bate no chão as tamancas
E maneia as ancas, p'ra frente e p'ra trás
Bate as palmas a compasso e acerta o passo cá pelo rapaz.

Faz como eu digo, se é que não sabes dançar
E vem comigo, que assim te vou ensinar.

Ai bate o pé, bate o pé
Três passozinhos prá direita, bate o pé
Outros três pró outro lado, bate o pé na poeira do caminho.

Ai bate o pé, bate o pé
Vê como agente se ajeita, bate o pé
Neste passo bem marcado, bate o pé, assim se dança o bailinho.

Podes subir apressada
Pela encumeada, sempre ligeirinha
Que a Senhora do Monte dá sempre uma fonte com auga fresquinha.

Vamos bailando, deixas as tristezas Maria
 E só paras quando, chegarmos á romaria.

Ai bate o pé, bate o pé
Três passozinhos prá direita, bate o pé
Outros três pró outro lado, bate o pé na poeira do caminho.

Ai bate o pé, bate o pé
Vê como agente se ajeita, bate o pé
Neste passo bem marcado, bate o pé, assim se dança o bailinho.

Ai bate o pé, bate o pé
 Vê como agente se ajeita, bate o pé
Neste passo bem marcado, bate o pé, assim se dança o bailinho.

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Bate o pé, foi como se sabe, uma composição musical que Max, o célebre artista madeirense celebrizou em meados do século XX.

Bate o pé, como o actual Governo português o quis fazer com o esboço que apresentou a Bruxelas, mal aconselhado como se viu, não resultou e as contas, de furadas que foram tiveram de ser remendadas, e o tal "virar a página da austeridade" não se vai poder fazer com a ligeireza que António Costa prometeu, antes e no decorrer da última campanha eleitoral, porque a austeridade vai continuar a ser moeda corrente, infelizmente par o povo português, mesmo para aquela parte que acreditou na balela.

Bate o pé... mas devagarinho... e, assim "a menos submissão" prometida nas eventuais discussões com Bruxelas no calor da campanha eleitoral não se vai concretizar, porque a "profecia" era espúria e ia contra a corrente da realidade, o que prova que todo aquele que não sabe medir a força do vento e as ondas do mar onde navega, arrisca-se a tornar o vento mais forte e as ondas mais alterosas, porque - e todos o sabíamos - havia que dobrar um novo "Cabo das Tormentas" e, logo, havia que ser vencido um novo "Adamastor" que do alto do promontório ameaçava não deixar passar o barco de Portugal.

Só António Costa e os que o acompanham - e mal - não viram o "Adamastor" que no tempo devido soprou forte e disse: o barco vai leve demais para passar este mar; é mister terdes de o carregar de mais pesos... e assim teve de acontecer, ou seja, com uma carga a mais sobre os portugueses que vão ver adiada o "virar da página da austeridade", ainda que o discurso oficial não se canse de dizer o contrário...
  • Política, não é?
  • Pois é... mas podia haver mais decoro!

Um hino de amor a todas as MÃES do Mundo vibrado com a corda da SAUDADE

Capa do Livro editado pela "Parceria A.M. Pereira, Lda em 1966



Creio não estar enganado, mas para quem conhece, mesmo ao de leve a vida tumultuosa de Camilo Castelo Branco, a obra "Horas de Paz" com que ele encheu de páginas brilhantes dois volumes, foram escritas em horas de paz, como se, a sua estadia em Vila Real em casa de uma sua irmã, onde recebeu educação religiosa de um padre-cura, irmão do seu cunhado, não tivesse sido em vão.

E não foi certamente, como podemos constatar no nº II do Cap, XIII, "Bibliografias", quando ao falar dessa palavra mítica que só Portugal possui - SAUDADE - ao debruçar-se sobre uma poesia do seu amigo José Barbosa e Silva que ele dedicou à memória da sua falecida mãe, Camilo Castelo Branco - ele que foi registado como "filho de mãe incógnita" - soltou estas palavras que são um verdadeiro hino de amor a todas as mães, tendo como inspiração a saudade que ela achou no poema do seu amigo poeta.
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Há, porém, uma saudade, estremecida filha do céu e embalada connosco no nosso berço de infância. Brincámos com ela no colo de nossas mães, ouvimos-lhe melodias que os anjos lhe emprestaram, beijámo-la em nossos sonhos, tememo-la em nossos temores infantis, viemos abraçados com ela até às portas do "mundo", e aí... perdemo-la, chamamos-la em vão, e lamentamo-la para sempre perdida.

Essa saudade é a crença religiosa que nos desceu ao coração filtrada pelos lábios maternais. Dessa crença o que nos ficou foi a cruel certeza de estar quebrado o santo prisma por onde a víamos; o que se perdeu foi o ideal da singela fá com que nossa mãe nos dourava as santas aspirações a um mundo, que não era, que não podia ser este.

E o coração do mancebo, que se sentou fatigado do mundo ao longo do caminho da sua preregrinação, tem instantes de enlevo que o transportam ao túmulo de sua mãe, pedindo-lhe palavras de conforto, hálito de vida para a fé em Cristo, que sente morrer-lhe no espírito.
Os lábios do cadáver respondem-lhe pela voz da saudade; e o mancebo a quem Deus confiara uma lira, tão cedo enlutada pelo véu do desalento, faz que o seu canto gema, faz que o seu estro se alevante do pó da terra e procure no céu o espírito de sua mãe.

É o talento protestando contra a ignorância audaciosa dos que passam no mundo, vermes dum dia escarnecendo cinicamente a fé e amor dos que adoram a Cruz, farol divino da morada imortal dos justos.
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Ao ler este pedaço de prosa de Camilo Castelo Branco, fica a impressão do grande artista da palavra ter burilado pelo seu cinzel literário uma escultura dessa terna e única criatura a que o homem chama - MÃE - e, porque lhe fazia falta, a ter adornado com a flor da saudade que ele vai buscar na linha da fé na Cruz, que é chamada por Camilo o farol divino da morada dos justos.

Sobretudo, o que admira, neste belo texto em que um escritor responde a um poeta através duma prosa - que é, também, uma poesia - é o facto de Camilo Castelo Branco, órfão de mãe com um ano de idade, não tendo tido cognitivamente uma lembrança real da mulher com quem viveu abraçado - como ele diz no texto - até às portas do "mundo", nos deixou nesta escultura literária, um hino de tão profundo amor a todas as MÃES do mundo e que, ao ter batido à porta da SAUDADE, retiniu com tal força, que o seu eco, ainda hoje, perdura.

O PS... Syrizado?


O que se vai ver e ler a seguir, penso, tem uma virtude, que se me perdõe a imodéstia: a de chamar a atenção para aquilo que se diz, quando são poucas ou nenhumas as certezas de se poder realizar aquilo que é afirmado, algo a que o povo - sempre sábio - costuma chamar, "vender gato por lebre".

É, infelizmente, um mal endémico que tem havido, por demais, na classe política que temos e ataca todos os quadrantes.
É assim. Somos assim... mas tem de chegar o tempo de deixarmos de ser assim!


Palavras ditas em Santo Tirso.

http://www.tvi24.iol.pt/ de 30 de Agosto de 2015

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 Notícia no "Expresso" on-line de 7 de Setembro de 2015

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Noticia do Jornal "i" de 4 de Fevereiro de 2016
http://jornais.sapo.pt/ 


A ser verdade a notícia de hoje do Jornal "i" - dia em que é aprovado em Conselho de Ministros o Orçamento de Estado 2016 - que o Governo se vê obrigado a manter as 35 horas do funcionalismo público, tal facto vai ao arrepio do que prometeu António Costa, conforme a noticia do "Expresso" on-line de 7 de Setembro de 2015 e daquilo que ele disse em Santo Tirso, em 30 de Agosto de 2015, num dia em que chegou a ser levado em ombros...

Admiram-se?

É evidente que ninguém se pode admirar, até porque, apesar destas promessas António Costa não ganhou as eleições de 4 de Outubro de 2015 e - infelizmente para nós, povo de Portugal - a promessa de "menos submissão" à Europa não passou de um chavão lamentável, porque, dada a realidade nacional e o nosso enfraquecimento económico, são chagas que temos de curar, pelo que todas as promessas de melhorias de "menos submissão" ditas por quem quer que seja, são ilusões que se vendem.

Ilusões, que valha a verdade, o povo português - na sua maioria eleitoral - não comprou no dia 4 de Outubro de 2015, mas foi forçado a comprá-las pelas "habilidades" de quem lhas quis vender... e lhas "vendeu" pelas costas, contra os seu voto maioritário nas urnas!

E disto que ninguém se esqueça

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A diferença entre o dizer e o fazer!

in, "Expresso",sapo.pt de 25 de Janeiro de 2015
http://www.sapo.pt/de 3 de Fevereiro de 2016


Em Janeiro de 2015 António Costa "embandeirou em arco" com a vitória do Syriza, na Grécia, mercê do embuste do Sr. Tsipras que na campanha eleitoral andou a enganar o povo com a promessa de, com a sua vitória, se virar a página da austeridade, como se no Mar Egeu se houvessem descoberto jazidas de petróleo...

Na altura, António Costa disse que o povo grego "resistiu a todas as pressões" e como noticia o jornal "Expresso" de 25 de Janeiro de 2015, citando-o, afirmou que "Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha", (ipsis-verbis).

Afinal o Sr. Tsipras meteu "a viola no saco". Aceitou um novo resgate e não virou a página da austeridade, infelizmente, para o povo da Velha Grécia, que por aquilo que deu ao Mundo de cultura humana e civilizacional, bem merecia ser tratado com mais respeito.

Por isso, não tenhamos ilusões.

O velho Portugal que "deu mundos ao Mundo", bem ao contrário do que desejou António Costa, quando se pôs ao lado do Syriza, tem tido - e vai continuar a ter - o tratamento que pela sua história devia de merecer mais respeito, mas como a Grécia, vai ter o tratamento dos oligarcas da Economia que de pouco ou nada se importam da história humana dos povos.

António Costa devia saber isto.

E, como viu, o pré-Orçamento 2016 que apresentou em Bruxelas - pelos vistos, sofrendo do mal da tal linha "syrizante" que ele defendeu em Janeiro de 2015, não deu certo, porque há normas europeias que têm de ser respeitadas, tendo agora obrigado Portugal a fazer "marcha à ré" e, como se sabe, propor emendas - que nos vão custar caras - para a aprovação do Orçamento 2016, o que muito se deseja, bem como, o de virar "a página da austeridade", uma frase sonante que soa bem...

Veremos é se não é música celestial, pela diferença abissal que existe entre o dizer e o fazer, dada a precaridade em que vivemos, mergulhados como estamos numa dívida que vai sobrar para, pelo menos, duas ou três gerações de portugueses!

Lamento este desabafo!

E é nesse tom, como tenho defendido, que entendo o seguinte: ou em Portugal se encontra maneira de haver um pacto de regime entre os partidos mais consentâneos com uma linha construtora de uma Europa defensora dos valores ancestrais, ou de fractura em fractura andamos a caminhar para o deserto dos valores e das ideias, pelas quais merece a pena viver.


Os impostos indirectos subreptícios...

http://jornais.sapo.pt/ de 3 de Fevereiro de 2016 
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Dizem, agora, os defensores de António Costa que ele nunca afirmou que não aumentaria nenhum imposto, mas tendo falado, apenas, que não aumentava os impostos sobre o trabalho, nem os impostos indirectos sobre alguns bens essenciais.

Muito bem. Inteiramente de acordo.

O que eu discordo é do modo, porque qualquer aumento sobre automóveis, banca e combustíveis - não sendo um imposto directo sobre o trabalho - ao prejudicar o trabalhador para suprir despesas atinentes à satisfação da compra, manutenção ou sustentação desses bens, dificultando-lhe a resolução de os satisfazer ou possuir, é um imposto que lhe entrou em casa sem ele o sentir.

Por isso, os impostos indirectos que António Costa disse não fazer nos bens essenciais - e nisso estou de acordo - nestes casos, são a imposição subreptícia de impostos indirectos que vão agravar, a Economia em bens necessários ao seu desenvolvimento, que se pretende alcançar, pois sem ela não há crescimento sustentado.

Penso, assim que António Costa quer fazer o impossível, ou seja, a quadratura do círculo, o que pode agora, conseguir junto de Bruxelas, para não sofrer a vergonha de ver chumbado o Orçamento 2016, mas não vai tardar que em Portugal se venha a reconhecer o erro grosseiro dos que agora, a qualquer preço, querem ultrapassar os entraves.

Cá estamos para ver.

Mas sinto pena de ver, de novo, a entortar um caminho que, embora ainda muito torto, parecia começar a apresentar algumas planuras por entre os montes da "orografia" escalavrada onde Portugal - que merecia melhor sorte - foi metido. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Sabedoria do Mundo - A vida é muito curta... mas vale a pena!



A vida é muito curta.

Ama as pessoas que te tratam bem
E ora por aquelas que te desprezam.

Acredita que tudo acontece por alguma razão.
E se tiveres uma segunda "chance"
agarra-a com as duas mãos,
e se isso mudar a tua vida, deixa acontecer!

Beija devagar.
Perdoa rápido.
Abraça forte.

Deus nunca disse que a vida seria fácil.
Ele prometeu, simplesmente, que iria valer a pena.

    Autor Desconhecido

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Este texto poético é o culpado de me ter vindo à mente uma pequena, mas incisiva frase de Victor Hugo: A vida já é curta, mas nós tornamo-la ainda mais curta, desperdiçando tempo, quando deixamos de amar no tempo - e com o tempo devido - todas as criaturas que nos tratam bem e, do mesmo modo, as que nos tratam mal ou chegam ao ponto de nos desprezar.

Este é o grande ensinamento de Jesus Cristo, a partir do qual entrou "portas adentro" da minha intimidade mais profunda a sabedoria do texto do "Autor Desconhecido" acima reproduzido e que, ao alertar-nos que a vida não seria fácil - logo, por imperativo cristão, termos de amar quem nos faz mal -  aquela asserção da vida não ser fácil, conduziu-me até ao Livro do Apocalipse (2,10) e tornou clara a Palavra do Deus Eterno, que através de S. João - o exilado da ilha de Patmos -  nos diz: Nada temas das coisas que hás-de padecer Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.

Nada temas das coisas que hás-de padecer, diz o Livro Sagrado, pelo que voltando ao texto poético do "autor Desconhecido" quando ele afirma: Deus nunca disse que a vida seria fácil. Ele prometeu, simplesmente, que iria valer a pena, o  Livro Sagrado ao aconselhar todo aquele que segue os seus ditames: Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida, dá-nos a seguinte lição:

Toda a criatura age na vida com os padecimentos próprios que ela tem, como S. Paulo deixa perceber na Carta aos Colossenses  (1,24)  completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, com a certeza, que um dia, Deus nos dará, como diz o Apocalipse, a coroa da vida e, por isso, viver como Deus quer, vale a pena, como remata a sua poesia o "Autor Desconhecido", provando assim, que no mundo toda a criatura que aceita viver com Deus, por palavras suas, diz coisas semelhantes às que dizem as Escrituras que Ele nos deixou.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Será que o Governo vai "levar a carta a Garcia"?

in, Jornal extinto "O Xuão" de 31 de Março de 1908


O meu desejo sincero é que António Costa que obrigou o povo a meter no mesmo saco, só para ser Governo - o seu partido, um dos fundadores da Democracia que temos - embora seja um partido contrário à minha crença política, com outros três que jogam dentro das quatro linhas só porque são obrigados, não nos venha a meter em trabalhos escusados.

Mas, o que se vê  é Catarina Martins do BE a falar como se fosse um elemento da primeira linha do Governo e Fernando Nogueira da FENPROF, do mesmo jeito, a comandar a Educação, a ponto de ter levado o titular daquela pasta a dizer a enorme barbaridade do exame do 4º ano ser uma violência sobre o aluno - e a retirá-lo -  mas a aferição das provas do 2º ano, agora instituídas, não o são... uma lógica só entendível para quem a queira entender.

Eis dois "ministros-sombra"... cada um de seu partido diferente, mas a fazer as duas pernas em que assenta a tripeça deste Governo, com Catarina toda contente com o magro aumento de 0,3% que vão ter os reformados - em muitos casos 1,8 euros "per capita" - e Nogueira a ver se consegue ter um professor por aluno... que passe a ironia.

Repito que o meu desejo sincero, porque tenho filhos e netos - eu já não faço parte destas contas - é que esta amálgama de ventos que não sopram para o mesmo lado venham a dar resultados positivos para a Nação que todos somos e que todos amamos.

Estamos numa semana decisiva para a aprovação do Orçamento de Estado de 2016, a nível externo e interno e é preciso "levar a carta a Garcia", mas... não só, neste ano, em que me parece que as "Catarinas" e os "Nogueiras", embora se torçam, vão anuir, mas no tempo futuro, será que o vamos conseguir?

Cremos, às vezes...