Autor Desconhecido
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Vivo,
hoje, mais um dia!
Deus
queira que nele consiga pôr a render o meu dever de peregrino, ou seja, que me vá erguendo nos meus momentos de pausas, sem esquecer que elas são necessárias em relação à meta que urge
alcançar. Nesta
hora gostava de lembrar todos quantos gastaram o seu bordão de caminheiros ao
afastar os calhaus que existem em todos os caminhos e passaram adiante cantando
vitória e erguendo bandeiras de esperança para as jornadas que faltam.
Mas
não posso esquecer aqueles que chegaram ao fim um tanto desiludidos, sentados em
cima da primeira desilusão por não terem encontrado o modo de a afastar para longe e não conseguiram fazer um desvio para poderem prosseguir o caminho.
Para
ti, estimado leitor, que chegaste ao fim deste dia de bordão inteiro e
luzidio porque o não o gastaste a desbravar o caminho queria lembrar-te o dia
de amanhã e a nova postura que os meus anos me aconselham que deves ter.
Permite-me o modo franco como te falo.
É
que, se um dia te apresentas de bordão novinho em folha perante Deus,
certamente que Ele te fará lembrar as pausas que não fizeste para O encontrares e para te encontrares contigo mesmo, porque nenhum de nós é uma ilha.
A
vida, crê, é toda ela uma mescla de sol e sombra, mas muito mais de sol, porque
as criaturas foram criadas para serem filhos da luz, mas advertidas,
para se precaverem contra os filhos das trevas para que estas não lançassem as
suas sombras e tapassem a luz do sol na vida dos homens.
Por
isso - eu e tu a quem me dirijo especialmente - vejamos o estado em que se encontra o nosso bordão de caminheiros: gasto
dos maus caminhos que é preciso vencer para se conquistar um sol de
temperança... ou, novinho em folha, porque não nos temos inquietado com as
sombras do caminho?
Pensemos
em tudo isto.
E
amanhã, se sentirmos que nos faz falta afastemos nos nossos momentos de pausa os
calhaus - que são as sombras do caminho -
e deixemos que o sol triunfe e ponha claridades na nossa caminhada, na certeza
que cumpre a construção do nosso próprio caminho.
Belíssimo texto, mensagem profunda. Lindo.
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