Daqui vejo um pedaço do mundo e se o vejo desajeitado, sofrendo a mágoa duma realidade melhor que desejei, estou consciente de não ter sido um destruidor assumido, embora admita a omissão de o não ter ajudado a erguer como devia, sugerindo estas afirmações que os dois modos contrários do meu agir reflectem a minha desatenção humana, dando-me a certeza que a ela só escapam os homens fadados para destinos superiores
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quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Eu prefiro...
in, Jornal de Notícias de 26 de Setembro de 2018
in, Jornal "i" de 26 de Setembro de 2018
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Eu prefiro acreditar para meu descanso intelectual e moral que estes dois Jornais diários estão enganados, porque a ser verdade - se esta se vier a revelar como correspondendo às notícias de primeira página de ambos os jornais - aquele Portugal do D. Jaime, de Tomás Ribeiro, já não existe.
Meu Portugal, meu berço de inocente,
lisa estrada que andei débil infante,
variado jardim do adolescente,
meu laranjal em flor sempre odorante,
minha tarde de amor, meu dia ardente,
minha noite de estrelas rutilante,
meu vergado pomar dum rico outono,
sê meu berço final no último sono!
Como o Poeta, eu peço "sê meu berço final no último sono" e que este quando vier me encontre mais refeito com o velho Portugal dos meus avós, porque no momento vivo um desconforto próprio - penso eu - de um velho cidadão que levou uma vida inteira de trabalho e de respeito pelos homens, ao ver o desalinho em que Portugal está a cair nalguns campos da sociedade civil e militar de onde deviam derivar os exemplos, como se do cimo da pirâmide eles acenassem a bandeira cívica de vivermos sem as sombras que vão enchendo por demais os nossos dias.
Não é isso que acontece.
Que eu me lembre desde o derrube da ditadura, apenas um Ministro, Jorge Coelho, que detinha a pasta das Obras Públicas quando eclodiu a Ponte Hintze Ribeiro em Entre-os-Rios, embora nada tivesse contribuído para o desastre, se demitiu - dizendo que "a culpa não pode morrer solteira", mas esse exemplo não fez escola.
Mas devia ter feito, porque a escola comportamental do quotidiano devia assentar, indefectivelmente, em cima de princípios básicos - mas fundamentais - da vida social a exigir comportamentos assim, razão que me leva a pensar que devia ter havido lugar à demissão na altura própria do actual Ministro da Defesa, no sentido de acelerar o apuramento da verdade e dos culpados.
Uma coisa é certa.
Um País que deixa roubar material de guerra como aconteceu em Tancos, tendo como horizonte bélico a presunção que aquele material estava ali, obsoleto ou não, para nossa defesa comum, não merece que os seus responsáveis directos ou indirectos não sejam chamados a contas como agora está a acontecer e, por isso, como "não há fumo sem fogo" eu acredito que os jornais citados estão em cima de alguma verdade e é, por isso, que eu tenho o dever de continuar a acreditar em Portugal, de cujas raízes nasci nas terras áridas, pobres, mas ricas de valores humanos numa aldeia serrana da Beira Baixa, oriunda das lutas do "Viriato Trágico" que foi cantado por Brás Garcia de Mascarenhas e cuja vida devia servir de exemplo.
Mas eu tenho o dever de acreditar em Portugal e nos homens que neste momento gerem o nosso destino comum, pese embora, ser difusa a hora que vivemos a sofrer de alguma sombra que um dia se dissipará, tendo em conta que em todos os tempos as sociedades não são lineares nos seus modos vivenciais, mercê das sombras que acontecem como se fossem frutos verdes de um pomar colhido antes do tempo.
Mas devia ter feito, porque a escola comportamental do quotidiano devia assentar, indefectivelmente, em cima de princípios básicos - mas fundamentais - da vida social a exigir comportamentos assim, razão que me leva a pensar que devia ter havido lugar à demissão na altura própria do actual Ministro da Defesa, no sentido de acelerar o apuramento da verdade e dos culpados.
Uma coisa é certa.
Um País que deixa roubar material de guerra como aconteceu em Tancos, tendo como horizonte bélico a presunção que aquele material estava ali, obsoleto ou não, para nossa defesa comum, não merece que os seus responsáveis directos ou indirectos não sejam chamados a contas como agora está a acontecer e, por isso, como "não há fumo sem fogo" eu acredito que os jornais citados estão em cima de alguma verdade e é, por isso, que eu tenho o dever de continuar a acreditar em Portugal, de cujas raízes nasci nas terras áridas, pobres, mas ricas de valores humanos numa aldeia serrana da Beira Baixa, oriunda das lutas do "Viriato Trágico" que foi cantado por Brás Garcia de Mascarenhas e cuja vida devia servir de exemplo.
Mas eu tenho o dever de acreditar em Portugal e nos homens que neste momento gerem o nosso destino comum, pese embora, ser difusa a hora que vivemos a sofrer de alguma sombra que um dia se dissipará, tendo em conta que em todos os tempos as sociedades não são lineares nos seus modos vivenciais, mercê das sombras que acontecem como se fossem frutos verdes de um pomar colhido antes do tempo.
terça-feira, 25 de setembro de 2018
Um Epigrama de Bocage
Estando enfermo um poeta
Foi visitá-lo um doutor,
E em rigorosa dieta
Logo, logo o mandou pôr.
“Regule-se. coma pouco”
Diz-lhe o médico eminente:
“Ai,senhor! (acode o louco)
Por isso é que estou doente.”
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Hoje, quase em desuso, este género poético que tem a sua origem na Grécia clássica foi, sobremaneira, popularizado em Roma, consistindo numa poesia curta de fácil memorização e terminando sempre por lhe dar um humor satírico que vai do ar zombeteiro, à critica social, escondendo um duplo sentido de mexericos ou entrando, malicioso, no anedotário do momento da vida social com o engenho que lhe davam os poetas de renome.
Bocage, foi um cultor exímio desta arte poética aparecida em Portugal no século XVI.
Teve o condão de nos deixar ao longo da sua vasta obra literária muitos exemplos como este que se publica, denotando com a sua veia satírica - que é um marco da sua vida - o pendor que tinha para pôr a ridículo não apenas, no caso deste epigrama, o médico, como usou tal arte na sua vida social que o levou até às grades da prisão do Limoeiro, deixando-nos de tal passo da sua vida testemunhos gravados em deliciosas quadras.
Teve o condão de nos deixar ao longo da sua vasta obra literária muitos exemplos como este que se publica, denotando com a sua veia satírica - que é um marco da sua vida - o pendor que tinha para pôr a ridículo não apenas, no caso deste epigrama, o médico, como usou tal arte na sua vida social que o levou até às grades da prisão do Limoeiro, deixando-nos de tal passo da sua vida testemunhos gravados em deliciosas quadras.
Bocage não pode ser ignorado e é, por isso, que lembrá-lo, hoje, embora modestamente, é um tributo que pago à memória de quem morreu a pedir esmola, porque, no seu tempo, como hoje acontece, o Poder instalado em Portugal não reconhece como devia - em vida - os homens que com a sua arte se tornaram imortais, como acontece com este grande Poeta sadino.
Não custa a crer que neste Epigrama o doente seja ele mesmo, que como se sabe viveu na penúria, muitas vezes com fome na sua casa humilde do Bairro Alto, onde faleceu.
Tinha 40 anos.
Não custa a crer que neste Epigrama o doente seja ele mesmo, que como se sabe viveu na penúria, muitas vezes com fome na sua casa humilde do Bairro Alto, onde faleceu.
Tinha 40 anos.
domingo, 23 de setembro de 2018
"O SNS corre o risco de se transformar numa caricatura"
Com a devida vénia transcreve-se um texto publicado pela LUSA em 21 de Setembro de 2018, no qual o Presidente do Conselho Económico e Social (CES) e ex-Ministro da Saúde, Correia de Campos de um governo socialista, adverte o governo do seu partido e a população em geral que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) corre o risco de se transformar numa caricatura, tecendo com estas palavras duras um "aviso à navegação" e uma crítica aos cortes que o actual Ministro das Finanças de António Costa, Mário Centeno tem feito, chamando-lhe enfaticamente: "cativações".
E tudo isto em nome da redução do "défice" e da estultícia de se querer chegar ao "zero", sem cuidar nas políticas contracionistas que tem levado a cabo, fazendo lembrar pelo "apertar do cinto" que estamos a regredir e a voltar, neste aspecto, aos anos de 1928 a 1932, quando Salazar procedeu ao saneamento das finanças portuguesas.
O texto parcial - que se apresenta - pela sua actualidade e frontalidade bem merece uma leitura atenta, sobretudo, porque ao arrepio da ideia do seu fundador António Arnaut e de quem o acompanhou, este notável Serviço social está a perder a "olhos vistos" a génese humanitária que lhe serviu de base.
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SNS
corre o risco de se transformar numa caricatura, diz Correia de Campos
O
Serviço Nacional de Saúde (SNS) "corre o risco de se transformar numa
caricatura do que pretendiam os seus fundadores" e precisa de "atenção
exigente e imediata", defendeu esta sexta-feira o ex-ministro da Saúde
Correia de Campos.
"Em
2018 o SNS corre o risco de se transformar numa caricatura do que pretendiam os
seus fundadores. Apesar do respeito universal de que goza, tem-se assistido ao
empalidecer dos atributos que o caracterizam", defendeu António Correia de
Campos, presidente do Conselho Económico e Social (CES) e ex-ministro da Saúde
do Governo socialista de José Sócrates.
O
presidente do CES falava no encerramento da conferência "A Saúde e o
Estado: o SNS aos 40 anos", que hoje decorreu no Fórum Lisboa.
Entre
os atributos que Correia de Campos entende estarem a desvanecer-se estão o
carácter universal do SNS, apenas usado por três quartos dos portugueses de
forma continuada; a prestação geral de cuidados, oferecendo um acesso
incompleto a algumas especialidades; e o custo tendencialmente gratuito para os
utilizadores, "que está a tornar-se tendencialmente pago".
Mas,
defendeu Correia de Campos, "mais preocupantes são as perdas reputacionais
que abalam a confiança dos cidadãos", que esperam demasiado por consultas
e cirurgias.
"Nos
tempos mais recentes, a reputação do SNS tem sido abalada por notícias, reais,
exageradas ou ficcionadas, sobre carências de equipamentos, de pessoal
especializado, de condições para intervenção indispensável. O clamor contra o
que se considera suborçamentação pública tem vindo a ser explorado até ao
infinito, por razões nem sempre descontaminadas do interesse material. Mas não
é normal, nem sustentável por muito tempo, que os reforços pós-orçamento de
2016 tenham atingido quase 1.500 milhões e as dívidas a mais de sessenta dias
300 milhões de euros, o que não se dissipou em 2017, com reforços pós-orçamento
de 1.150 milhões e cerca de 800 milhões de euros de dívidas por liquidar",
disse.
Ainda
que entenda que o SNS, com todos os problemas que enfrenta, esteja "muito
distante de uma crise grave", defendeu que "necessita de atenção
exigente e imediata", e apresentou quatro alternativas de modelo de
gestão.
Excluiu
a alternativa "mercantil", que deixa o SNS nas mãos de lógicas de
mercado, o que representa uma violação da Constituição e dos deveres do Estado
na oferta de cuidados de saúde; a alternativa "radical", que torna
público todo o sistema, uma vez que "não há Estado que neste momento
pudesse acolher um aumento da despesa pública que substituísse totalmente o
gasto privado"; e a alternativa "complacente", em que nada se
faz para mudar e que considera ser "simultaneamente inoperante e
desastrosa", com o potencial de entregar o sistema a forças de mercado às
quais "não se pode pedir que promovam a equidade".
"Estas
razões conduzem-nos à alternativa "reformadora". O sistema pode ser
modernizado sem trauma, os seus princípios e valores, os da Constituição,
reforçados e mais bem garantidos. As reformas propostas não são exclusivas, mas
inclusivas, Não destroem os parceiros do SNS, não corroem o sector público, não
rompem com os sucessos passados. São propostas equilibradas, modernas,
respeitam princípios e valores e direitos dos cidadãos sem esquecer os que
dedicaram a sua vida ao SNS e à saúde dos Portugueses. O mercado não é
hostilizado, mas regulado. O Estado não é endeusado, mas utilizado nas funções
estratégicas e reguladoras que lhe incumbem num estado de direito", disse.
Numa
altura em que se discutem alterações à Lei de Bases da Saúde, Correia de Campos
defendeu que "qualquer reforma do SNS terá que honrar os que a ele se
dedicaram", alertando, no entanto, que "o SNS não existe para dar
emprego, mas para servir os portugueses".
sábado, 22 de setembro de 2018
"Num segundo cai a casa"...
in, "Jornal de Noticias" de 22 de Setembro de 2018
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Se o Senhor Presidente da República tinha acordo com o Primeiro-Ministro António Costa para a não recondução da Procuradora Joana Marques Vidal da PGR, não se entende porque deixou andar por tanto tempo no ar político a presunção de a nomear para um segundo mandato e dirimir com António Costa esse direito, que como era dito pelos jornais - a mando, naturalmente, de forças socialistas influentes - não queria ter "um braço de ferro" com o Presidente da República...
Lérias... com "conta peso e medida"!
António Costa "passou a bola" ao Presidente, habilidosamente, donde se pode inferir - tendo ele sido aluno do Professor Marcelo Rebelo de Sousa na Faculdade de Direito de Lisboa - que o aluno suplantou o mestre.
Lérias... com "conta peso e medida"!
António Costa "passou a bola" ao Presidente, habilidosamente, donde se pode inferir - tendo ele sido aluno do Professor Marcelo Rebelo de Sousa na Faculdade de Direito de Lisboa - que o aluno suplantou o mestre.
Com este acto - nomeando-a sem que de nada se soubesse de algum antagonismo com o Chefe do Governo - o Presidente da República perdeu credibilidade, porque os portugueses não esquecem que foi Joana Marques Vidal que deu reputação àquele Órgão superior do Magistério Público com os casos em que a Justiça, sem medo, se meteu com gente grada, cujos processos decorrem os trâmites - por demais demorados - dos Tribunais.
"Num segundo cai a casa" diz a voz popular, pelo que o Presidente da República não devia com o seu silêncio - sabendo ele como poucos sabem - que a Constituição Portuguesa no nº 3 do Artigo 220 diz que o cargo da PGR "tem a duração de seis anos", sendo, embora, omissa na sua renovação, mas esta pode ser sugerida se o titular pretender continuar, pelo que deveria ter clarificado melhor a sua posição perante os portugueses, o que não fez.
Penso que para tanto faltou que a Senhora Procuradora tivesse sido ouvida e os portugueses soubessem a sua opinião, ou seja, se queria ou não continuar a exercer as suas funções, sabendo-se agora, segundo testemunho da própria, a hipótese de convite para a sua recondução nunca lhe foi colocada.
"Num segundo cai a casa" e o Senhor Presidente da República caiu uns pontos na consideração dos portugueses, a começar por mim, que tenho como grande parte dos portugueses uma apreciação positiva da Senhora Procuradora, pelo que não ter havido uma explicação cheira a "sintonização" combinada com tempo e vagar como sugere a foto captada do "Jornal de Notícias" de hoje.
Eis, porque, perdi muita da confiança que tinha no Presidente da República.
"Num segundo cai a casa"... e o Senhor Presidente, na minha opinião fez que a "casa caísse" sem estrondo - é verdade - mas com estrondo suficiente para Portugal ter ouvido.
Desceu um degrau na consideração de muitos portugueses que esperavam a recondução da Senhora Procuradora Geral da República, que bem merecia ter tido um outro tratamento que aquele que lhe foi dado num jogo de sombras em que António Costa ganhou e o Senhor Presidente da República perdeu... e muito!
Espero que em Janeiro de 1921 não se recandidate a um segundo mandato.
Estamos fartos de "selfies" e queremos um Presidente menos loquaz e cuja voz se imponha apenas quando se torne precisa.
Penso que para tanto faltou que a Senhora Procuradora tivesse sido ouvida e os portugueses soubessem a sua opinião, ou seja, se queria ou não continuar a exercer as suas funções, sabendo-se agora, segundo testemunho da própria, a hipótese de convite para a sua recondução nunca lhe foi colocada.
"Num segundo cai a casa" e o Senhor Presidente da República caiu uns pontos na consideração dos portugueses, a começar por mim, que tenho como grande parte dos portugueses uma apreciação positiva da Senhora Procuradora, pelo que não ter havido uma explicação cheira a "sintonização" combinada com tempo e vagar como sugere a foto captada do "Jornal de Notícias" de hoje.
Eis, porque, perdi muita da confiança que tinha no Presidente da República.
"Num segundo cai a casa"... e o Senhor Presidente, na minha opinião fez que a "casa caísse" sem estrondo - é verdade - mas com estrondo suficiente para Portugal ter ouvido.
Desceu um degrau na consideração de muitos portugueses que esperavam a recondução da Senhora Procuradora Geral da República, que bem merecia ter tido um outro tratamento que aquele que lhe foi dado num jogo de sombras em que António Costa ganhou e o Senhor Presidente da República perdeu... e muito!
Espero que em Janeiro de 1921 não se recandidate a um segundo mandato.
Estamos fartos de "selfies" e queremos um Presidente menos loquaz e cuja voz se imponha apenas quando se torne precisa.
terça-feira, 18 de setembro de 2018
"O Anjo da Vitória" do Obelisco da Guerra da Restauração (Praça dos Restauradores)
Por detrás do "Anjo da Vitória" assinala-se um data: 17 de Junho de 1665
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Aconteceu ontem.
Enquanto esperava na Praça dos Restauradores o meio de transporte para a minha residência, mais uma vez fixei os meus olhos naquele formidável obelisco, onde ressaltam figuras bélicas e aquele "Anjo da Vitória" com a sua coroa de louros em homenagem à Liberdade, enfim conseguida como coroação das batalhas travadas com os espanhóis com o fim de Portugal se ter visto livre das pretensões de Castela ao reino de Portugal.
17 de Junho de 1665 assinala a batalha de Montes Claros, localidade situada perto da vila alentejana de Borba, onde se travou aquela peleja entre o 1º Marquês de Marialva, António Luìz de Menezes e o seu opositor espanhol Marquês de Caracena, que havia reunido tropas para ocupar a cidade de Lisboa no decorrer da Guerra da Restauração, assim conhecida nos anais da História de Portugal, porquanto, os espanhóis vencidos em 1640 não haviam deposto as armas e sonhavam voltar a dominar Portugal.
A batalha de Montes Claros foi o local escolhido para as tropas portuguesas esperarem o ataque espanhol que não contaram com e a determinação bélica do Conde de Marialva, que numa segunda carga, ao fim de sete horas de luta pôs em debandada Caracena que tomando o caminho de Juromenha alcançou Badajoz.
Esta batalha foi determinante na vitória de Portugal nas guerras com Castela, tendo levado a que três anos depois se tivesse assinado em Lisboa entre os dois reinos o Tratado de Paz de 1668.
O "Anjo da Vitória", obra belíssima da escultura clássica com a sua massa escultórica em bronze nasceu da arte do mestre Simões de Almeida para estar ali garbosamente exibido desde 28 de Abril de 1886, ano da inauguração deste monumento, com a sua coroa de louros a enaltecer tão retumbante vitória das tropas portuguesas.
O "Anjo da Vitória" bem se pode dizer acompanhou em Montes Claros, António Luìz de Menezes, bem dentro daquele conceito ancestralmente conhecido e respeitado de que todos os homens têm o seu Anjo da Guarda desde a infância à morte para os proteger dos momento de dificuldades ao longo da vida.
Ali mesmo, na paragem do autocarro, tudo isto me veio à mente, para ir compondo um agradecimento muito particular ao meu "Anjo da Guarda" e dizer-lhe:
Meu Anjo da Guarda:
Continua a abrir as tuas asas e
protege-me
até ao fim da vida.
E, um dia, quando contares a
Deus
o bem que me fizeste
nos meus momentos de tristeza e de derrota,
nos meus momentos de tristeza e de derrota,
não te esqueças de lhe dizer o
meu agradecimento
por ter com a tua ajuda
vencido
os meus momentos de sombra.
Não, Senhor Primeiro-Ministro!
in, capa do "Correio da Manhã" de 18 de Setembro e 2018
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Não, Senhor Primeiro-Ministro!
Não gostei de ver o Primeiro-Ministro de Portugal - a antiga potência colonizadora - de calças de ganga e desgravatado a passar revista no dia da chegada a um pelotão de militares angolanos garbosamente perfilados e vestidos, enquanto fazia companhia a Manuel Augusto Domingos, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, também ele, como lhe competia devidamente vestido e com ar sorridente ante a postura fechada do nosso representante, o expoente máximo do poder executivo da velha Nação que somos.
Não, Senhor Primeiro.Ministro!
Não entendo a que protocolo terá acedido, porquanto, no meu modo de análise a esta situação, julgo ter havido algo que não devia ter acontecido com o ar proletário, como se o aspecto exibido tivesse acrescentado qualquer utilidade, a menos que eu, esteja a ver mal as coisas e o ar de pobre da vestimenta do Senhor Primeiro-Ministro, afinal, esteja certa com o protocolo que assim o entendeu neste acto público, quanto a mim desajustado.
domingo, 16 de setembro de 2018
A Ti rezo, ó CRUZ!
(No dia da exaltação da Santa Cruz . 14 de Setembro)
A ti rezo, ó Cruz antiga, símbolo da minha fé
por ser em ti que reside a palavra maior da sabedoria!
A ri rezo, ó Cruz rejeitada pelos meus irmãos que negam Deus
por ter permitido - dizem - que Jesus morresse nos teus braços!
A ti rezo, ó Cruz, porque em ti é que foi proclamada - para sempre
-
não a morte, mas a continuação da vida de Jesus!
A ri rezo, ó Cruz, porque foi na vitória sobre o poder da morte
que se ergueu o poder da Fé!
A ti rezo, ó Cruz, porque tu representas a ressurreição do Mártir
e a Sua libertação após a morte!
A ti rezo,ó Cruz, porque é em ti que reconheço o único caminho
que dá aos homens a sabedoria de Deus!
A ti rezo, ó Cruz, porque Jesus que conduziu a sua vida
em ordem aos planos do Pai, foi em ti que rezou por mim!
A ti rezo, ó Cruz, porque és alimento e a mesma água-viva
que Jesus deu à samaritana junto ao poço de Jacob!
A ti rezo, ó Cruz, por ser em ti que faz todo o sentido
a Oração do Getsémani e onde a minha vai beber!
A ti rezo, ó Cruz, porque é em ti que vejo a grandeza de Cristo
a ser igual, hoje e para sempre!
A ti rezo, ó Cruz, lembrando as Palavras de Jesus, e como Ele,
pedir que se faça, não o que eu quero, mas o que Deus quer!
A ti rezo, ó Cruz, por sentir que é nesta sábia aceitação
que está presente a Obra da Salvação eterna!
A ti rezo, ó Cruz, por saber que é na força do teu braço vertical
que está, cheio de Luz, todo o caminho do Céu!
A ti rezo, ó Cruz, por saber que é na força do teu braço
horizontal
que eu marco encontro com todos os meus irmãos!
A ti rezo, ó Cruz, por saber que é nas Palavras do Crucificado
que se encontra a vida nova do perdão e ressurreição!
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Celebrar a Festa da Exaltação da Santa Cruz no dia 14 de Setembro é lembrar ao mundo dos fiéis que ELA é um instrumento de salvação, fonte de santidade, simbolizando a vitória de Jesus sobre a morte e sobre o poder do demónio que não abdica de andar à solta pelo Mundo a perverter as almas, porque é através DELA que as trevas são repelidas para darem lugar à força da LUZ para que os homens elevem os seus olhos para o alto, que é lá que tem moradia o CÉU do encontro do homem - olhos nos olhos - com a divindade.
terça-feira, 11 de setembro de 2018
"A MULHER" - Um poema de Amado Nervo
A MULHER
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Ao ler uma vez mais este poema do livro PLENITUDE da autoria do poeta mexicano que teve o dom de presentear todos os seus leitores com uma poesia de cariz modernista que influenciou grandemente uma corrente hispano-americana de contornos que o definiram como um poeta e pensador de fina água, neste poema faz alarde de um extremo cuidado que lhe mereceu a figura da MULHER, ao ponto de a chamar uma íntima colaboradora de Deus - e de dizer sem rodeios - "A sua carne não é como a nossa carne" e que na mais vil existe sempre "alguma coisa de divino", Amado Nervo assumiu-se - pensador que era - como uma testemunha orante de Deus que fez a mulher para vir a ser a mãe e todos os homens.
Só quem passa a correr pelo poema e por estes conceitos é que os pode julgar desconexos ou descabidos, não o sendo de forma alguma, porque é na mulher que reside muita da quietude e da paz que ela dá ao homem mais afrontado, porque é nela que reside com mais acuidade o dom da Criação que fez dela não apenas a companheira do homem, mas com a diferença da sua carne não ser como a carne do homem, porque a sua carne é mais sofredora, a começar pelas dores do parto ao dar à luz o fruto do seu ventre.
Que nós, homens, jamais nos esqueçamos disto.
Eis, porque não deixa de ser quase divinal, o que diz Amado Nervo a abrir o poema: "não a firas sequer com o pensamento", ao invés dos marialvas que apenas vêem na mulher um objecto de prazer, esquecendo-se que, homens que são, nasceram de suas mães, as mulheres enaltecidas neste poema de rara inspiração humanista e, onde, se prefigura com todo o ênfase um outro célebre poema, pertencente a Victor Hugo e que ao fazer o paralelo entre os dos seres criados por Deus para perpetuarem a sua Obra humana sobre a Terra, é sempre a mulher a que é mais exaltada.
Vale a penas ler e meditar nesta música mística, humanista e bela como é o poema de Amado Nervo, a quem fico a dever o facto de me ter guiado para este célebre autor.
O Homem e a Mulher
O homem é a mais elevada das criaturas.
A mulher, o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar.
O trono exalta e o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a
luz; o coração produz amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é o génio; a mulher é o anjo. O génio é imensurável;
o anjo é indefinível;
A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da
mulher é a virtude extrema;
A glória promove a grandeza e a virtude, a divindade.
O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência. A
supremacia significa a força; a preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão; a mulher, invencível pelas
lágrimas.
A razão convence e as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os
martírios.
O heroísmo enobrece e o martírio purifica.
O homem pensa e a mulher sonha. Pensar é ter uma larva no
cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra; a mulher,
onde começa o céu.
sábado, 8 de setembro de 2018
Um velho pensamento de Tácito que não devia ter idade!
"Os chefes são líderes mais através do exemplo do que através do poder"
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Como este ilustre senador e historiador romano se enganou!
Não é a isso que assistimos hoje, como ontem, porque rolaram já muitos séculos após a sua morte e os chefes continuam - salvo as eventuais excepções e que lhe dão razão - como líderes omnipotentes, como se através de seus cargos lhes fosse permitido exercer o poder sem darem valor ao exemplo.
Não é preciso ir longe.
Basta olhar o actual panorama político em que o chefe do executivo mandou "às malvas" o exemplo que vinha de trás e dava a vitória nas urnas ao partido ou coligação mais votada para, num jogo de sombras, tomar o poder, num "arranjo" extemporâneo contra toda a moral política e que jamais perdoarei, porque extravasou por demais um copo já muito cheio de uma democracia em que soa mais o nome que a sua verdade prática.
domingo, 2 de setembro de 2018
"Aprendi que"...
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Este "anónimo" foi um sábio...
Teve a virtude com este belo pensamento de me levar até ao Cap. 10 do Evangelho de S. Lucas (versículos 30 a 37) para ler o seguinte:
Jesus então contou: Um homem descia de Jerusalém a
Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem
maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. Por
acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de
compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho;
colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou
dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro,
dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei. Qual
destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então
Jesus lhe disse: Vai, e faz tu o mesmo."
Aquele homem caído e ferido, vítima de um ataque bárbaro, viu passar por ele duas pessoas importantes: um sacerdote e um levita que sendo um descendente de Levi lhe cumpria cuidar do Templo e por isso, era também um sacerdote, ou seja, passaram ambos e olharam de cima para baixo e foram-se ao seu caminho, como se o primeiro cuidado não deveria ter sido o socorro daquele homem que "de per si" não era capaz de se levantar.
Ao contrário deles passou por ali um habitante de Samaria que cheio de compaixão ajoelhou ao pé do maltratado pela fúria dos ladrões e de olhos nos olhos com ele, ajudou-o a erguer.se para lhe dar o socorro que ele necessitava.
Eis, porque, o pensamento anónimo que nos diz que "um homem só tem o direito de olhar o outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se" é um ensinamento humano e de tal modo socialmente tão válido que vai beber na Fonte Bíblica a sua doutrina, pelo que, se os homens andassem mais atentos, certamente, saberiam que é na sua infindável corrente de água de amor fresco que se encontra o poder de se ser mais humano e menos arrogante com o companheiro que, acidentalmente, num dia qualquer, perdeu as forças e de tal modo que não há o direito de o ver caído sem haver uma mão unida à dele, frente a frente, para o recolocar no caminho da vida.
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
Uma "CANTIGA" de Luís de Camões
Cantiga
A uma mulher que se chamava Graça
de Morais
Moto
Olhos em que estão mil flores
e com tanta graça olhais,
que perece que os Amores
moram onde vós morais.
Voltas
Vêm-se rosas e boninas,
olhos, nesse vosso ver;
vêm-se mil almas a arder
no fogo dessas mininas.
E di-lo-hão minhas dores,
meus suspiros e meus ais;
e dirão mais, que os Amores
moram onde vós morais.
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Aconteceu neste Verão no cair de um dia soalheiro, daqueles que na minha aldeia da Beira Baixa quando o Sol se põe ainda parece que os ares ardem na luz difusa que se vai quebrando pelos cumes do montes.
Foi num momento desses que retirei da biblioteca aldeã um volume de "Versos de Camões" prefaciados por esse grande mestre que foi Vitorino Nemésio, em cujo prólogo pela enésima vez li a biografia do insigne Cantor de Portugal cujo destino o levou a morrer no ano em que a Pátria foi entregue à dinastia filipina, como se a sua morte tivesse querido assinalar o fim de uma tempo de sucessão dinástica para dar lugar ao robustecimento da consciência nacional que tão mal o maltratou em vida.
Esta "CANTIGA" dedicada a uma das muitas mulheres que lhe encheram o espírito e a alma sedenta de amores que tanto mal lhe fizeram, mercê da inveja palaciana dos homens vulgares do seu tempo mas acobertados por uma realeza em declínio encabeçada pela misogenia do rei D. Sebastião, é o reflexo das muitas paixões do grande Poeta.
Foi assim que naquele fim de tarde calmo e quente entrou na minha alma o sentir e a magia poética de Luís de Camões, olhando o espaço que se ia fechando numa penumbra abafadiça, enquanto eu relia as "Voltas" que ele dera ao "Moto"dedicado aos "Olhos em que estão mil flores", no uso duma liberdade poética que consegue ver flores nos olhos da sua amada, no caso, a ditosa Graça de Morais que a lírica de Camões tornou viva em mim, naquele cair do dia em que nos montes da minha aldeia todas as flores cederam à fúria do incêndio de Outubro de 2017 e eu, em vez das flores via no horizonte as agulhas dos troncos dos pinheiros queimados...
E no entanto, as tais "mil flores" daquela "CANTIGA" de Camões continuam a existir nos olhos das mulheres que os homens continuam a amar, porque é só nelas que se encontram olhos assim!
Esta "CANTIGA" dedicada a uma das muitas mulheres que lhe encheram o espírito e a alma sedenta de amores que tanto mal lhe fizeram, mercê da inveja palaciana dos homens vulgares do seu tempo mas acobertados por uma realeza em declínio encabeçada pela misogenia do rei D. Sebastião, é o reflexo das muitas paixões do grande Poeta.
Foi assim que naquele fim de tarde calmo e quente entrou na minha alma o sentir e a magia poética de Luís de Camões, olhando o espaço que se ia fechando numa penumbra abafadiça, enquanto eu relia as "Voltas" que ele dera ao "Moto"dedicado aos "Olhos em que estão mil flores", no uso duma liberdade poética que consegue ver flores nos olhos da sua amada, no caso, a ditosa Graça de Morais que a lírica de Camões tornou viva em mim, naquele cair do dia em que nos montes da minha aldeia todas as flores cederam à fúria do incêndio de Outubro de 2017 e eu, em vez das flores via no horizonte as agulhas dos troncos dos pinheiros queimados...
E no entanto, as tais "mil flores" daquela "CANTIGA" de Camões continuam a existir nos olhos das mulheres que os homens continuam a amar, porque é só nelas que se encontram olhos assim!
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
"O calcanhar de Aquiles" da nossa Democracia
in, Wikipedia
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Diz a mitologia grega que Aquiles era um grande guerreiro,
filho do rei Peleu e de Tétis, a deusa grega do mar.
Para garantir a sua imortalidade, Tétis mergulhou todo o corpo do filho nas águas do rio Estige, segurando-o firmemente pelo calcanhar, contando a lenda que todo o corpo de Aquiles se tornou invulnerável com a excepção do único ponto que esteve fora de água, pelo que não tendo sido molhado, o calcanhar ficou sendo o seu ponto fraco.
Serve isto de introito para dizer que "o calcanhar de Aquiles" da nossa Democracia reside do facto dos deputados da Nação não serem escolhidos pelo povo, mas pelos directórios partidários para que - não estando libertos desta tenaz - ajam de acordo com eles, mormente, com quem os dirige, pelo que, ou um dia mudamos isto ou vamos continuar com este ponto fraco.
Aproximam-se eleições e mais uma vez vamos assistir a este jogo, sem respeito pelo povo a quem é pedido o voto sem ele conhecer - salvo as raras excepções - o "curriculum" das pessoas que o seu voto elege, pelo que, este "calcanhar de Aquiles" vai continuar a existir às escâncaras...
Aproximam-se eleições e mais uma vez vamos assistir a este jogo, sem respeito pelo povo a quem é pedido o voto sem ele conhecer - salvo as raras excepções - o "curriculum" das pessoas que o seu voto elege, pelo que, este "calcanhar de Aquiles" vai continuar a existir às escâncaras...
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
Egoísmo é...
in, Citador
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Diz o Dicionário que egoísmo é "amor excessivo à pessoa e aos interesses próprios" , o que equivale a dizer que ele é um sentimento anárquico e compressor da pessoa por si mesma, e de tal modo assim é, que a pessoa arranja para viver uma felicidade enganadora pelo modo em querer gerir o mundo à sua maneira, arcando com isso pesos excessivos que quando se dá conta deles, olha à volta e não tem amigos que não sejam os interesseiros e esses, não são de modo nenhum os que nos ajudam a levar em pleno a vida que deve ser pautada tendo em conta a definição sábia do egoísmo que lhe deu Oscar Wilde, que de um modo sintético fechou na palma da mão as palavras exactas para que, ao abri-la, aquelas palavras nos pudessem abrir a consciência.
Egoísmo é... aquilo que melhor que o Dicionário, disse o celebrado autor irlandês, quando num momento de grande lucidez - ao passar por cima dos seus desregramentos sociais - nos quis brindar com este conceito de conduta social.
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
Palavras "leva-as o vento"...
http://rr.sapo.pt/noticia/
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Não, Senhor Presidente da República.
Portugal não "está todo preparado" para os incêndios, porque o acidente de Monchique - que devia ter ficado circunscrito àquela região - já alastrou para Silves e Portimão, pelo que não bastam palavras, mesmo que estas sejam ditas pelo Presidente da República, é necessário muito mais e este muito mais é feito a jusante do problema com a ordenação do território que ainda não foi feita e, por isso, Portugal não "está todo preparado" porque o Estado ao nível dos executivos que vamos elegendo periodicamente, devia fazer disto um acordo de regime e levar a sério a floresta.
Por isso, penso eu, que o Senhor Presidente da República ao dizer o que disse, palavras que até parecem deviam pertencer ao chefe do executivo - porque é ele a quem cabe a responsabilidade de gerir a coisa pública - exorbitou, indo atrás do seu modo de falar de tudo, o que, convenhamos, começa a ser demais, pese, embora, o seu alinhamento com as causas do povo e, naturalmente, o desgaste físico que impõe a si mesmo.
Infelizmente, não tem razão.
Portugal não está ainda "todo preparado" porque tal desiderato - embora haja havido progressos - precisa de mais alguma coisa e isso, certamente, depois do desastre que está a acontecer naquela mancha verde do Algarve, vai aconselhar os homens públicos, os actuais que governam e os da oposição - e os demais que virão a seguir - a unirem esforços em prol do todo nacional representado pelo reflorestamento que urge pensar para os vários solos, devidamente cingidos à ordenação territorial com a construção de pequenas barragens e aceiros devidamente estudados para evitar a propagação dos fogos e sirvam de vias por onde possam passar os carros de bombeiros, sejam os solos do Estado ou de particulares.
Sem isto, nada feito e, portanto, chega de palavras... que palavras "leva-as o vento"...
domingo, 5 de agosto de 2018
XVIII Domingo do Tempo Comum - Ano B - 5 de Agosto de 2018
Leitura da Carta de S. Paulo aos Efésios 4, 17.20-24
Portanto, eis o que digo e conjuro no Senhor: não
persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas idias frívolas. Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes
discípulos de Cristo, se é que o ouvistes e dele aprendestes, como convém à
verdade em Jesus. Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho,
corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma,e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em
verdadeira justiça e santidade.
Leigo que sou, este meu estado laical de modo algum me inibe de tecer no meu tear de amor paulino alguns fios do saber que ele nos deixou, como estes, e em que me revejo.
São esses fios de amor que ele dirige na Carta aos habitantes de Éfeso, a 5ª maior cidade do Império Romano situada na Ásia Menor, que por volta do século I a. C., mercê de se ter tornado um berço da filosofia onde pontificou Heráclito, havia operado uma mudança fundamental relativamente ao pensamento do Ocidente, a par de se ter tornado a capital da Província romana, naquele ponto do Mundo.
São esses fios de amor que ele dirige na Carta aos habitantes de Éfeso, a 5ª maior cidade do Império Romano situada na Ásia Menor, que por volta do século I a. C., mercê de se ter tornado um berço da filosofia onde pontificou Heráclito, havia operado uma mudança fundamental relativamente ao pensamento do Ocidente, a par de se ter tornado a capital da Província romana, naquele ponto do Mundo.
Foi para esta população, mormente para a Igreja que ali havia e viria a ser uma das sete mencionadas por S. João no Apocalipse, que S. Paulo dirigiu a sua Carta aos Efésios, na qual, de um modo franco sem "papas na língua" os convida a abandonar "o homem velho" substituindo-o pelo "homem novo", ou seja, aquele que havia sido anunciado por Jesus Cristo, fundado no AMOR que devia reinar na nova Humanidade em construção.
Como se pode sentir o anúncio de S. Paulo continua vivo e, pena é, que ao invés do que ele desejou para o povo de Éfeso não se tenha concretizado no homem actual, apegado por demais a velhos credos - ou a credo nenhum - vivendo "à vara larga" como se cada um fosse senhor e dono do seu destino e não tivesse de da contas ao Deus Eterno dos seus actos, tantos deles - senão todos - presos ao "homem velho" teimoso na sua arrogância como se a LEI NOVA que levou Jesus a ser pregado na Cruz fosse letra morta.
Eis, porque, a Carta de S. Paulo aos Efésios merece uma leitura total.
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