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sábado, 10 de junho de 2017

"Presunção e água benta"...


Em direto no Telejornal, Manuel Alegre diz que ficou surpreendido porque não "sabia que o júri estava reunido". Ao mesmo tempo, considerou "natural" que lhe tivesse sido "atribuído o Prémio Camões" por causa do impacto "que os meus livros tiveram".
 in, RPT
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Por certo Manuel Alegre conhece bem este aforismo popular: "Presunção e água benta cada um toma a quer quer", pelo que - se tivesse sido mais contido, algo que lhe teria ficado muito bem, não tinha dito o que disse, erigido por ele mesmo num pedestal de onde disse alto e bom som ter sido "natural" a entrega à sua pessoa o "Prémio Camões" que foi instituído pelos governos de Portugal e Brasil em 1988 para ser atribuído a autores que hajam contribuído para honrar a Literatura da Língua Portuguesa.

Manuel Alegre escusava de ter dado "este tiro no pé".

Eu, que reconheço, no Poeta. composições de fino recorte literário e sou possuidor de um grosso volume de compilação da sua Poesia, fiquei desagradado com aquilo que ele disse, porque me "cheirou" à arrogância que costuma ter sempre a falta de alguma humildade, que é uma qualidade humana que pelos vistos devia estar presente em homens de cultura a quem caberia dar o exemplo, pelo que desaprovo as palavras ditas por Manuel Alegre.

Mas, como "presunção e água benta cada um toma a que quer", resta-me considerar que ele entendeu tomar o que quis, quer fosse da "presunção" - que é uma vã vaidade humana - quer fosse da "água benta"... das coisas que andaram arredias da sua alocução, que por norma é um discurso breve, mas foi longa demais na sua própria voz, e por isso não a posso aprovar.

Nota negativa para o senhor Manuel Alegre.

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