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quarta-feira, 21 de junho de 2017

O trabalho é "sinónimo de nobreza"


Trabalho é sinónimo de nobreza.
Por isso não desdenhes o trabalho que te coube realizar na vida.
O trabalho enobrece aquele que o faz com entusiasmo e amor.
Não existem trabalhos humildes
Só se distinguem  por serem bem ou mal realizados.
Dá, pois, valor ao trabalho fazendo-o com todos o amor e estarás, desta maneira, a dar valor a ti mesmo.

(Autor Desconhecido)
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Este "Autor Desconhecido" sem o querer, possivelmente, antecipou-se ou serviu-se da Carta Encíclica "LABOREM EXERCENS" de S. João Paulo II, "sobre "O Trabalho Humano "e publicada por ele no 90º aniversário de "RERUM NOVARUM" - uma Encíclica famosa - que a terminar o século XIX agitou as águas da Igreja e das consciências de todos os homens, crentes ou não.

A "LABOREM EXERCENS" foi publicada em 14 de Setembro de 1981 e foi, também, um documento fundamental da nova orientação da Igreja Apostólica Romana para se por a caminhar ao lado do mundo concreto, passo a passo com os homens.

Para ilustrar isto, nada melhor que ler um pequeno texto retirado do Cap, II - O TRABALHO E O HOMEM - no qual, S. João Paulo II - que foi na sua Polónia um esforçado trabalhador mineiro, tendo por isso a dupla autoridade a que devemos atender: Em primeiro lugar, a de ser o Chefe de uma Igreja para quem os homens estavam em primeiro lugar e, depois, a do seu conhecimento real sobre as vicissitudes do trabalho humano, nem sempre compreendido na sua mais valia.


4. No Livro do Génesis

A Igreja está convencida de que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do homem sobre a terra. E ela radica-se nesta convicção também ao considerar todo o património das múltiplas ciências centralizadas no homem: a antropologia, a paleontologia, a história, a sociologia, a psicologia, etc.: todas elas parecem testemunhar de modo irrefutável essa realidade. A Igreja, porém, vai haurir esta sua convicção sobretudo na fonte da Palavra de Deus revelada e, por conseguinte, aquilo que para ela é uma convicção da inteligência adquire ao mesmo tempo o carácter de uma convicção de fé. A razão está em que a Igreja — vale a pena acentuá-lo desde já — acredita no homem. Ela pensa no homem e encara-o não apenas à luz da experiência histórica, não apenas com os subsídios dos multíplices métodos do conhecimento científico, mas sim e em primeiro lugar à luz da Palavra revelada de Deus vivo. Ao referir-se ao homem ela procura exprimir aqueles desígnios eternos e aqueles destinos transcendentes que Deus vivo, Criador e Redentor, ligou ao homem.

A Igreja vai encontrar logo nas primeiras páginas do Livro do Génesis a fonte dessa sua convicção, de que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência humana sobre a terra. A análise desses textos torna-nos cônscios deste facto: de neles — por vezes mediante um modo arcaico de manifestar o pensamento — terem sido expressas as verdades fundamentais pelo que diz respeito ao homem, já no contexto do mistério da Criação. Estas verdades são as que decidem do homem, desde o princípio, e que, ao mesmo tempo, traçam as grandes linhas da sua existência sobre a terra, quer no estado de justiça original, quer mesmo depois da ruptura, determinada pelo pecado, da aliança original do Criador com a criação no homem. Quando este, criado « à imagem de Deus... varão e mulher », [9] ouve as palavras « Prolificai e multiplicai-vos enchei a terra e submetei-a », [11]mesmo que estas palavras não se refiram directa e explicitamente ao trabalho, indirectamente já lho indicam, e isso fora de quaisquer dúvidas, como uma actividade a desempenhar no mundo. Mais ainda, elas patenteiam a mesma essência mais profunda do trabalho. O homem é imagem de Deus, além do mais, pelo mandato recebido do seu Criador de submeter, de dominar a terra. No desempenho de tal mandato, o homem, todo e qualquer ser humano, reflecte a própria acção do Criador do universo.

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