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sábado, 12 de maio de 2018

"Carnaval"

Fac-símile de "Coimbra - Jornal dos Estudantes da Universidade"
Ano III - 14 de Outubro de 1935 - nº 19

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Duas quadras de Coimbra


Fac-símile de "Coimbra - Jornal dos Estudantes da Universidade"
Ano II - nº 15 - 27 de Maio de 1935

quarta-feira, 9 de maio de 2018

"Album"

Fac-símile de "Ilustração Portuguesa, Ano 1º-nº23 
4 de Dezembro de 1884

Lembrança de palavras antigas!


Assim como o amor verdadeiro deixa sempre nas suas próprias cinzas um lume que continua a arder,  o mesmo acontece com a verdade de todo aquele que faz da pureza do seu pensamento uma bandeira, porque consegue arranjar sempre maneira dela continuar a ondular ao vento dos seus ideais.

Escrevi isto, era então, um jovem.

- E hoje, o que penso?
- O mesmo.

E falo assim por entender que dos actos nobres vividos na compostura dos ideias, ainda que a vida nos ceife muitos deles com o seu machado dendroclasta, algo fica a atestar um tempo e um espaço que só cabe a cada um cumprir porque não há destinos iguais, e é por isso que se eles forem vividos com o aprumo que a condição natural impõe, ainda que se sofram as maiores hecatombes, delas algo fica, mesmo depois da hecatombe maior e definitiva,, que é a morte.


O "Determinismo" não pode deixar de informar o homem!


‘Estamos condenados à liberdade!"
Jean-Paul Sartre
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De todas as vezes que medito nestas palavras do filósofo francês que advogava como causa de mérito pertencer aos intelectuais um papel "activo na sociedade" dou comigo a pensar no entendimento que ele tinha por liberdade, defendendo como fez num dado momento da sua vida o "Estalinismo" que oprimia o povo russo e do qual se fez militante.

"Estamos condenados à liberdade" - disse Sartre, como quem diz, por palavras minhas que o homem está condenado a ser livre - conceito que eu defendo e aprovo - mas com os engulhos de saber que quem assim falou, no momento em que prosseguiu um ideário comunista, ignorou que naquela cartilha política o povo russo era escravo de um poder despótico.

É verdade que Sartre defendia o homem livre e responsável por tudo quanto estava à volta dele "Somos inteiramente responsáveis por nosso passado, nosso presente e nosso futuro", mas sempre tive em mente - e tenho - que Sartre foi beber parte da sua filosofia em Nietzsche que dizia que o homem era alguém que projectava "tornar-se deus", pelo que sujeitar-se o homem a recorrer a uma suposta ordem divina da sua existência representava a sua incapacidade de arcar com as responsabilidades que lhe cabiam na condução da sua vida.

Bem sei aquilo que me separa, de Sartre - sobretudo, na intelectualidade, onde não existe qualquer comparação - como nos aspectos de defesa do comunismo, mas do pouco que sei deste brilhante filósofo, sustento a ideia de informações que adquiri que ele nunca negou por completo - a filosofia do "Determinismo" - que tendo por base o conceito de todos os acontecimentos serem regidos por causas de carácter, quer naturais, quer sobrenaturais, este facto, segundo o meu entendimento deveria ter bastado para evitar o conceito do homem se comportar com um "deus", ou seja "dono e senhor" do seu destino.

"Estamos condenados à liberdade" e eu, que compreendendo esta frase de Sartre sinto que ela é verdadeira - porque eu mesmo assim me sinto condenado - mas com a diferença da minha liberdade se pautar pela determinação sobrenatural de ser quem sou, e é pela obediência a essa causa que me escapa como a areia fina de entre os dedos, que eu, "condenado à liberdade" entender a liberdade mas sem a coação de regimes totalitários que negam ao homem o usufruto da sua liberdade responsável.

Advogo, por isso o "Determinismo" como um garante sobrenatural da minha conduta social, graças a Deus liberto de ideários que que ainda num tempo bem próximo de nós, defendiam a liberdade para a elite que chegava ao poder e a negava ao comum dos cidadãos, como aconteceu na Rússia, com mais acinte, na era Estalinista.

Quanto a mim esse foi o erro de Sartre ao aderir na idade madura ao comunismo - tinha então 45 anos - e os contactos com Henri Bergson há muito tempo haviam ficado para trás, pelo que, admirador que sou da sua imensa obra literária, se penso como ele: "estamos condenados a liberdade", sinto, porém, que a minha "condenação" sendo, embora, livre, me sujeita à responsabilidade de o ser nos aspectos sociais, mas também nos divinos em que ajo sujeito à determinação superior de um Deus que sem coartar a minha liberdade actua quotidianamente na minha consciência, por forma a que não me sinta um "deus" como agente condutor da minha própria vida.

terça-feira, 8 de maio de 2018

"Lyrismos"

Fac-símile da "Revista Científica e Literária"
nº 2 - Janeiro 1881

"Egolatria"


Fac-símile do Jornal "Coimbra - Jornal dos Estudantes de Coimbra"
Ano II - nº 10 - 22 de Janeiro de 1935


"Por Ela"

Fac-símile da Revista Ilustrada "Argus" n º 2
Junho de 1907

"Vida"

Fac-símile do Jornal "Azulejos" - Ano I - nº15 
30 de Dezembro de 1917

A "Batalha de Ourique", a polémica de Alexandre Herculano e o seu contrário



Capa do Vol. VII da "História Universal" de Cezar Cantú
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Neste desfiar de assuntos do meu "blog" - tão vários quanto pode fazer o meu poder de análise e de prospecção de temas de seriedade intelectual, quando me não perco ao entrar com toda a educação familiar que recebi, em críticas de âmbito social, só para dizer a mim mesmo que estou vivo e nada do que passa à minha volta me é indiferente - hoje, publico mais um tema histórico que se radica na fundação do reino de Portugal, captado do grande intelectual italiano - Cezar Cantú 1804 - 1895 - cuja História Universal é um Monumento Literário.

Contemporâneo do nosso historiado mais famoso, Alexandre Herculano (1810 - 1877) , que sobre o "Milagre de Ourique" que antecedeu a batalha de Ourique teceu uma opinião descrebilizadora, dizendo que o texto - do próprio rei Afonso Henriques que teve a visão de ter recebido Jesus Cristo  - era "um documento mal forjado", esta opinião entrou nas muitas polémica em que sempre se envolveu sobre a historicidade e a validação da aparição de Cristo nos alvores na nacionalidade portuguesa que passou a servir de bandeira nacional, quando esta sua atitude teve como pano de fundo a sua questão pessoal com o clero de que o livro - Eu e Clero - é uma amostra do grande problema que viveu e do qual se não libertou, achando-o impreparado e fanático a a que opôs a sua bem conhecida aversão ao ultramontanismo do tempo.

Bem mais prudente que ele foi Camilo Castelo Branco, porque para ele o que acontecera em Ourique - ao contrário de a julgar como Herculano uma questão científica - a identificou no campo lendário de uma "pia tradição" que podendo ser infundada historicamente, não era uma questão inútil por ser querida do povo ainda que, "apaixonado pelo maravilhoso", mas fazendo parte do seu acervo de herança de crenças populares em que se situavam alguns mitos onde se assentavam algumas nacionalidades, como a portuguesa, pelo que tocar numa crença amada era ferir a alma do povo, algo que Alexandre Herculano fez, sem honra nem glória, que não fosse, a de se virar contra o clero e saciar-se a si mesmo da afronta que lhe fez.

Cezar Cantú

Tudo isto serve de intróito para chamar o texto de Cezar Cantú, que longe da polémica do seu confrade português regista no seu famoso trabalho de História Universal este pedaço de prosa captado da sua obra - Cap. XIX - e que reproduzimos, devidamente tratado para o português actual:

Afonso Henriques, chegado à idade viril, recuperou os seus Estados de viva força, enclausurou sua mãe, baniu o seu padastro e se defendeu contra Afonso de Castela.

Cinco emires árabes se adiantaram contra ele à frente de 'um formidável exército; estava acampa do avista deles nas planícies do Oriente, nos confins dos Algarves, quando numa escura noite, Cristo lhe apareceu na Cruz, e lhe disse: "O exército te aclamará de Portugal, aceita; toma para tuas armas as mima cinco chagas e os trinta dinheiros, porque fui vendido, e a tua raça será gloriosa até à décima sertã geração".
Afonso fez disto a sua declaração por escrito, e sob a fé do juramento; o exército aclamou-o rei em (24 de Julho de 1139), coroando-o na célebre Vitória de Ourique que custou a vida aos cinco emires, não deixou dúvida alguma a respeito d'esta revelação.

O rei de Castela contestou a Afonso o título que acabava de obter, excepto se reconhecesse dever-lho; seguiu se uma guerra entre eles; depois apelaram para decisão do papa. Então Afonso atraiu a seu favor Bernardo, colocando o seu reino sob o padroado de Nossa-Senhora de Clairvaux, (Claraval) à qual prometeu, a título de feudo, cinquenta maravedis de ouro por ano, para que ela conservasse Portugal livre de todo o domínio estrangeiro.
Além disso fez homenagem, como vassalo, a Pedro e à Igreja de Roma, obrigando-se a um pagamento anual de quatro onças de ouro; e Alexandre III (1179) lhe confirmou o título de rei, e a posse de todas as terras, que pudesse conquistar aos Mouros.

Temos, assim, que Cezar Cantú - um católico liberal - bem longe de entrar na polémica alimentada - e mal quanto a nós por Alexandre Herculano - limitou-se a registar o acontecimento, que lendário ou não, entrou para ficar na História de Portugal.

É evidente que sobre o "Milagre de Ourique" muito se tem dito e escrito, mas o que tem de ficar de pé, é o aspecto da história como algo situado entre a realidade e o sonho, ou melhor dizendo, entre o natural e o sobrenatural, mas que enche de poesia - e como disse Camilo Castelo Branco ganhou foros de uma "pia tradição" que sem trazer mal ao mundo lhe deu um pouco mais da beleza que costumam ter as coisas simples.

E é nesse contexto que ele se tornou como um grado motivo de eleição onde assenta o primeiro reinado da Monarquia Portuguesa, tendo como realidade histórica a Batalhe de Ourique.

Batalha dura em que, segundo a história real desde as primeiras horas da manhã até noite fechada os soldados de D. Afonso Henriques se "viram a braços" com hordas de serracenos que acometiam o arraial por todos os lados, com Ismael, o chefe que comandava a primeira coluna a ser derrotado no primeiro embate e a fugir em debandada, tal era o ardor da luta com que os homens de D. Afonso os acometia, fugindo o resto do exército mouro ao ver derrotado o seu chefe, indo-lhes no encalço e tendo morto os cinco reis mouros.

Foi, então, que em capo aberto, Afonso Henriques foi aclamado Rei de Portugal, tendo de imediato resolvido que a Bandeira Portuguesa passasse a ter cinco escudos representando os cinco reis mouros vencidos.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

E se fôssemos regenerar Portugal?


Quando eclodiu em Portugal no século XIX o Movimento da Regeneração cujo início se pensa ter nascido da conspiração em 7 de Janeiro de 1851 do Marechal Saldanha contra o ministério de Costa Cabal, muito embora esta tivesse abortado e obrigado o conspirador a fugir para a Galiza, a semente ficou a germinar no chão inconsequente da política nacional até que, no fim daquele mês, o Movimento sai vitorioso no Porto com o apoio dos irmãos Passos - Passos Manuel e José da Silva Passos - e vai buscar a Lobios o refugiado Marechal que não tarda, de novo em solo nacional a dirigir-se a todos os Governos Civis, empenhado em acabar de vez com o "funesto sistema" apelando para a necessidade de um "grito nacional".

De toda esta movimentação veio a surgir a insurreição militar do dia 1 de Maio de 1851 que levou à queda do governo de Costa Cabral e, consequentemente, das políticas de inspiração setembrista, uma ala esquerdista do movimento liberal da Revolução de Setembro que defendia a "soberania popular" contra a Carta Constitucional de 1826, substituindo-a por uma constituição eleita pelo povo, de que veio a resultar que aquela corrente política se tivesse dividido entre moderados e radicais, havendo alinhado na corrente dos primeiros, figuras políticas como Fontes Pereira de Melo que veio a tornar-se uma figura de proa da Regeneração até à eclosão da "Janeirinha" em 1868 que levou o "Partido Reformista" ao poder.

A "Janeirinha", um Movimento contestatário eclodiu a 1 de Janeiro de 1868, contra o "fontismo" , ou seja, contra os investimentos em Obras Públicas que o tinham caracterizado, para além do seu carácter regenerador do sistema político de então, desejando estabelecer de forma definitiva o liberalismo com a introdução imediata do Acto Adicional de 1852 à Carta Constitucional de 1826 a que se seguiu o fomento dos transportes e comunicações com o fim de quebrar o isolamento de parte substancial da área nacional, longe da faixa litoral, com a criação do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria,  confiado a Fontes Pereira de Melo.

Este é o relato histórico que aponta o atraso de que Portugal veio a sofrer com a "Janeirinha" e cujos reflexos ainda hoje se sentem, sobretudo no atraso do interior de Portugal, onde faltam rodovias de qualidade e comunicações de que as falhas comunicacionais dos incêndios de Junho e Outubro do ano passado são um triste exemplo, porque os políticos do nosso tempo se têm comportado algo parecidos com os da "Janeirinha" de 1868, a olhar com mais acutilância para a faixa litoral que orla a costa atlântica desde o Minho ao Algarve, deixando o interior à sua sorte madrasta.

E se fôssemos regenerar Portugal?

Pensemos nisso, com a certeza que não basta só dar atenção ao interior esquecido de Portugal, mas à regeneração das consciências, porque no momento que passa, o Partido Socialista - é a nossa "Janeirinha" do século XXI -  que quase acabou com as Obras Públicas para se fixar no "déficit" e com isso agradar a Bruxelas  algo que tanto combateu no tempo do injustiçado - por agora - Passos Coelho, tendo deixado crescer por demais a nossa dívida externa.


in. "Observador" de 1/3/2018

Eis, porque, se torna urgente regenerar Portugal, na certeza que antes da regeneração que é preciso fazer no tecido económico, urge regenerar com um "grito nacional" como o Marechal Saldanha fez em 1851 o tecido mais nobre que é o conjunto dos homens e mulheres de Portugal, contra eventuais "geringoças" futuras, inadmissíveis e fracturantes da vida nacional, como foram os "reformistas" da "Janeiriinha" que não tardariam muito tempo sem pedir, em Julho de 1869 um grande empréstimo internacional à casa bancária  "Fruhling & Gosch - como podemos ler em "O Portal da História, Cronologia do Liberalismo - O Fontismo de Julho de 1868 a 1890", o que prova que vem de longe o nosso estender de mão à economia estrangeira que em Portugal - com raras excepções - não temos sabido fazer.

domingo, 6 de maio de 2018

VI Semana da Páscoa - Ano B - 6 de Maio de 2018


Evangelho de S. João 15, 9-17
Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos .Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. .Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.



No Evangelho de hoje e que eu tive a graça de ouvir, o celebrante chamou a atenção para três palavras e seus respectivos verbos (Permanecer, Guardar e Amar) que fazem parte do texto de S. João:
  • Permanecei. (no meu amor).
  • Guardardes (Se guardardes os meus mandamentos...)
  • Ameis (uns aos outros.)
Não me cabe, por falta de doutrinação teológica, explanar segundo aquele contexto de ciência eclesial a beleza deste trecho de S. João, mas cabe-me na minha condição de leigo interessado no Tempo e na História de Jesus, que sem a ter escrito - não foi para isso que Ele nasceu - com a força espiritual da sua Palavra a inculcou nos seus fiéis Apóstolos para que eles dessem aos homens do seu tempo e vindouros o testemunho da sua Mensagem, toda ela um Hino de Amor pelos homens, para que nenhum se perdesse pelas alfurjas dos caminhos.

Atento, fixei o termo - Permanecei - e num ápice veio-me à lembrança a corrida desenfreada que todos conhecemos da sociedade frívola que temos em que o verbo "Pemanecer" perdeu alguma da sua essência virtuosa em que, vezes demais, assistimos a  fugas dos princípios éticos e morais da civilidade sadia e, por arrasto, vai atrás dessas fugas o sentido da palavra, até mesmo no religioso e o "amor" que é o fulcro deste Evangelho fica desvalido.

Guardardes - foi a palavra seguinte - e, dela, o que fica de pé , muitas vezes, é o facto anómalo de não permanecer o homem numa atitude firme, quanto ao "amor" que deve ter pelo seu próximo com o pensamento na Mensagem de Jesus, e o que acontece é que deixa de se guardar este sentimento e passa a viver, guardando anomalias sociais onde falta a espiritualidade que vem agarrada a qualquer homem pelo seu nascimento, algo que muitas vezes se esquece.

Por fim, a palavra - Ameis - e fazendo esta palavra parte integrante do grande Mandamento do Amor "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei", Jesus, termina fazendo um convite, que é uma sugestão carinhosa: "O que vos mando é que vos ameis uns aos outros", e é aqui, neste ponto fundamental da nossa vivência terrena que temos de marcar a nossa passagem pelo Mundo, no respeito que o outro nos tem de merecer, porquanto, é nesse respeito que se funda todo o sentido do amor e da amizade, dois sentimentos que têm de pemanecer guardados por todo o tempo da vida.

terça-feira, 1 de maio de 2018

"Para quê os princípios?"



in, Jornal "A Choldra" nº 2 - 1926
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Este jornal republicano apareceu ao público em 1926 e apenas publicou 21 números, tendo-se autoproclamado como "um jornal de combate" mas teve a pouca sorte de não ter tido tempo para o travar, porque alguns dos republicanos de 1910 e ouros que se lhes seguiram esqueceram o bom combate dos princípios civilizacionais e tiveram de ser derrotados em 28 de Maio de 1926, o golpe militar que impôs uma ditadura e liquidou este Jornal, cujo título - A CHOLDRA - que em bom português quer dizer: "grande confusão de coisas" ou "grande tumulto provocado por gente ordinária" foi uma pedrada lançada contra o próprio regime que apodreceu por dentro.

- "Para quê os princípios"?

- Por que se havia de ligar a estas coisas se "os princípios" foram colocados na cloaca com o assassinato do rei?

Mas não deixa de ser este pequeno texto que se captou "ipsis-verbis" um grito de revolta de um jornal dito republicano contra o "estado de coisas" em que a República se deixou cair, sendo, no entanto, como diz o articulista os "princípios" necessários à luta contra a "batota e batoteiros" - "cúmplices de um crime que envenena a sociedade"..

E só digo mais isto:
Continuamos duros de entendimento e, parece que ainda não sabemos, ao certo, como se vive com essa coisa esquisita dos princípios...

domingo, 29 de abril de 2018

"À NATUREZA"


Fac-símile da "Revista Nova" de 31 de Janeiro de 1902

"O teu amor"


Fac-símile do Jornal "A Canção de Portugal - o Fado"
25 de Março de 1917

"Cantares" - Alvorada

Fac-símile do Jornal "A Canção de Portugal - O Fado"
de 29 de Outubro de 1916

"As pombas"

Fac-símile da Revista "Azulejos" - Ano I nº 5
21 de Outubro de 1907

"Savonarola"

Fac-símile da Revista Científica e Literária 
dirigida por António Feijó e Luís de Magalhães
nº 3 - Fevereiro de 1881

"O que eu vi"

Fac-símile de "A Renascença" fascículos 2 a 3 - pág. 30

V Domingo da Páscoa - Ano B - 29 de Abril de 2018


Evangelho de São João 15, 1-8

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.


Deus é tudo.
E como tudo que é, também é agricultor.

Foi isto que São João ouviu da boca de Jesus dizer  que - meu Pai é o agricultor - e como bom ouvinte e bom "repórter" que foi não deixou escapar este título dado por Jesus a Deus, naquele da em que ao fazer a alegoria da videira - que em  recuados tempos havia sido o povo escolhido e naquele tempo, era Ele mesmo - e os ramos - os seus discípulos e por acréscimo espiritual todos os homens que produzam bons frutos - esta simbologia que tinha por fim a criação duma unidade vital de comunhão de sentimentos que não podemos ignorar no tempo que passa.

Eis, porque, Deus - o agricultor - age no Mundo através desta imagem criada pelo próprio Jesus e que nos permite que O comparemos ao agricultor dos nossos campos que ao fazer a poda purifica a videira, dando-lhe nova vida com o fim de ter abundantes colheitas.

É o que Jesus pretende,

Quando será que nós, homens, por vezes distraídos, andamos a precisar de um dia e de vez meditarmos nesta simbologia que nos é dada pela videira e seus ramos, em que os infrutíferos deixam de contar porque se se ausentam da videira, ou seja, do Deus Eterno que inspirou Jesus quando disse: "Eu sou a videira; vós os ramos", uma alegoria com que Ele quis unir-se e nós e nós a Ele.

Esta é, na minha modesta opinião de leigo interessado no dom da Palavra deste Domingo, o cerne da Mensagem que vamos ouvir e devíamos viver no todo que somos, crentes ou não, porque o concerto do Mundo que temos não pode dispensar este sentido de união entre o divino e o quotidiano que se deixa prender à secularidade vazia dos conceitos que desde Jesus impregnaram de um modo mais humano a vida que passa... e que, melhor seria passasse com o influxo do AMOR que Ele espalhou, desejando que todos os homens fossem ramos da videira única que Ele representa.