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Volto de novo a Miguel Torga.
E volto, com a esperança de que os estimados leitores deste "blog", sintam que o retorno a um Poeta desta grandeza se justifica pela sinceridade que foi um bem precioso que fez dele um vulto importante na Poesia Portuguesa - pela forma como a sentiu, viveu e no-la transmitiu - chega a ser comovente a sua relação com Deus, próxima e distante, como ele nos diz, no momento em que o sentiu perto e ficou "mudo" depois de O ter "namorado na distância".
Foi isto que aconteceu na sua juventude.
E foi, por isso, que o meu pensamento se voltou, todo inteiro para o convertido Paul Claudel e do que resultou do seu encontro com a obra de Rimbaud, especialmente uma simples brochura de que ele diz: "Para mim foi de facto uma iluminação. Libertava-me por fim desse mundo asqueroso de Taine, de Renan e dos outros (....) era a revelação do sobrenatural. O génio aparece aí sob a forma mais sublime e maia pura, como inspiração vinda realmente não se sabe de onde"
A Miguel Torga faltou na sua vida alguém que se parecesse com Rimbaud e, por isso, não teve a dita que teve Paul Claudel que acabou convertido a Deus, tendo dito no fim da sua luta com Ele, que no fim "ninguém pode entrar senão nu nos conselhos do amor de Deus", porquanto, senão nos despojamos das vestes mundanas, tudo se torna mais difícil.
Foi o que faltou a Miguel Torga.