Pesquisar neste blogue

sábado, 2 de março de 2019

Um homem bom


Cónego Dr. João António de Sousa
................................................................

Atrás dele está a Igreja de Nossa Senhora do Amparo de Benfica que ele serviu com Pároco desde 1983 a 2007, sempre com a doação destinadas aos eleitos por uma Divindade que lhe deu a sabedoria do aprumo fértil que soube por a render no Templo e nas suas aulas de Professor de eclesiologia.

Lembro-o, hoje, porque na roda do Tempo dei com um documento escrito pelo seu punho, onde semanalmente o teólogo que vivia escondido na sua postura sacerdotal se punha em contacto com as pessoas.

Faz agora anos - não sei quantos - dizia assim, no documento que guardo: 

"A nossa experiência de todos os dias, confirmada pelos dados da comunicação social, mostra que vivemos num clima de violência. Desde assaltos na rua para pequenos roubos até ao terrorismo organizado em certos Países. multiplicam-se os actos criminosos que facilmente levam ao desejo da desforra, segundo a conhecida lei de Talião" "olho por olho, dente por dente". È a tentação de responder à violência com  a violência, numa reacção em cadeia"..

E este documento continua com o sacerdote virado sobre os ditames evangélicos que faziam parte do seu "múnus" orientador segundo as linhas programáticas deixadas por Jesus aos seus Apóstolos: 

"Pois bem, está aqui um ponto em que o Evangelho manifesta toda a sua originalidade, constituindo um verdadeiro desafio para os seguidores de Cristo. Ele quer que os seguidores tenham a coragem de resistir a essa tentação e a esse círculo de violência, convidando-os a atravessar a fronteira que os separa dos seus inimigos, para se chegarem a eles e os abraçarem como irmãos, filhos do mesmo Pai que está nos Céus".

Era na sua linha pastoral o homem de paz que sempre foi.

Tive com ele na minha qualidade de leigo interessado nas coisas da Igreja Romana, uma actuação de grande proximidade de trabalho eclesial, servindo através dele a Igreja nos dezoito anos em que exerci as funções de Secretário do Conselho Pastoral Paroquial que me deu aso a ter estabelecido com este estimado Amigo e meu Prior uma amizade sincera que durou desde que o conheci em 1983 até ao dia da sua morte, numa maca onde o visitei colocada num corredor do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Lembro-o,hoje, por estar cumprido um ano que deixou o convívio dos vivos para repousar o sono eterno em Casais da Igreja, sua terra natal, com a certeza que tenho que é leve a terra que o cobre, como deseja um bem conhecido ditado popular quando morre um homem  bom: "Que a terra lhe seja leve".

Assim seja meu muito prezado Amigo, João António de Sousa.

Sem comentários:

Enviar um comentário